Capítulo 8

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ᴘᴀᴘᴏ ᴇsᴛʀᴀɴʜᴏ
Pov:Johnny
-Pai, por favor- ouço minha irmã implorar- Eu nunca lhe pedi nada.

Desço das escadas e tenho uma boa visão da mesa de jantar. Meu pai está sentado na ponta da mesa com uma xícara em uma das mãos e a outra está com o queixo apoiada nela. Seu cabelo está puxado para trás com gel, é exatamente como o meu, escuro e liso, o seus olhos que não são como os meus, são castanhos escuros. Ele está usando um terno e calça preta e camisa social branca. Minha irmã, ao seu lado, está usando um vestido básico rosa, seu lindo cabelo loiro está preso em um rabo de cavalo bem feito.

-Eu e o Johnny já fizemos uma festa nossa de aniversário bem aqui- Cat argumenta- e o senhor super apoiou. Por que não me apoia agora?

Meu pai põe delicadamente a xícara na mesa e pega um pão e o leva a boca, mastigando pacientemente. Cat que parece impaciente, seus pés batem contra o piso de porcelanato e seus dedos batucam na mesa.

-Vocês estão em Harvard- ele diz- agora é diferente.

-Diferente como?- Cat pergunta rapidamente.

Sento na mesa e finalmente eles reparam em minha presença.

-Bom dia- falam em uníssono

-Bom dia.

Assim que respondo, eles param de prestar atenção em mim e se encaram.

-Sou um dos principais colaboradores e doadores de Harvard.- ele responde- Fazer festas com bebidas e adolescentes bêbados não ajudaria muito na minha reputação.

-Mas faria os seus filhos felizes- Catharina argumenta e imediatamente me encara.

Encaro-a de volta, mas finjo não estar entendendo nada quando na verdade sei de tudo. Á alguns dias atrás, Catharina estava comentando comigo que queria fazer uma festa do nosso aniversário aqui em casa, para os amigos e alunos de Harvard. Catharina e eu temos dois meses de diferença, eu sou o mais velho, eu sei o que qualquer um pensa quando eu digo isso, mas é complicado de explicar.

-Né, John?- ela pergunta alto.

Mordo um pão, descontraído.

-Não sei do que você está falando- provoco.

Catharina aperta os olhos e vejo suas mãos se afundarem no encosto da cadeira.

-Johnny concorda comigo, pai- Cat volta sua atenção para nosso pai.

Richards está distraído, mexendo no celular.

-Pai!- Catharina fala pacientemente- Por favor, sério.

Ele larga o celular na mesa e encara-a.

-Só quatrocentos convidados- ele diz e Catharina pula da cadeira pra abraçá-lo- nenhum a mais, entendido?

Cat abraça-o e concorda com a cabeça.

-Juro, juro, juro!- ela promete- quatrocentos é o suficiente.

Balanço a cabeça negativamente, sorrindo.

-Pai, você sabe que para Catharina nada é suficiente.- falo.

Catharina, ainda abraçando-o, me lança um olhar fulminante.

-Sim, eu sei, meu filho- ele concorda.

Deito na cama, entediado. Pego o celular ao meu lado e mando uma mensagem para o vizinho.

Eu: Vem jogar.
Adam:Não tô afim.
Eu:Q que vc tá fazendo?
Adam:Estirado no sofá.
Eu:Fazendo o que?
Adam:Pensando na vida.
Eu:Que vida?
Adam:A minha vida.
Eu:N sabia que vc tinha uma.
Adam:Filho da puta.
Eu:Vem jogar.
Adam:Tô indo.
Jogo o celular para o lado e na mesma hora recebo uma ligação. Estranho por ser um número desconhecido, atendo desconfiado.

My first loveOnde histórias criam vida. Descubra agora