Capítulo 15

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ᴅᴏᴍɪɴɢᴏ ᴅʀᴀᴍᴀ́ᴛɪᴄᴏ
    -Nem pensar, tira essa música- Amelia ordena fazendo cara de nojo- A pior música do século.

    Me inclino para frente e vou passando rádio por rádio até ambas concordarem que isso não vai funcionar.

    -Vamos apenas conversar- ela diz.

    Amelia é a única de nós duas que tem carro e sabe dirigir, então é ela que está no comando. O que não é novidade, pois Amelia está sempre no comando.

    O seu carro é simples e bagunçado. Quando entrei nele pela primira vez, Amelia apenas riu e disse para eu não me importar com a bagunça. Eu realmente não liguei, porque pelo menos ela tem um carro.

    -Estava pensando em fazer um estádio-ela puxa assunto.

    -Onde?- pergunto curiosa.

    Amelia para o carro quando o sinal está vermelho e puxa o espelhinho em cima da sua cabeça.

    -Em Harvard-ela responde.

    -Como?

    A garota se estica no assento e puxa um gloss da parte de trás da sua jeans.

    -Richard Lincoln, pai da Catharina- e do Johnny, acresento mentalmente- É um amigão meu, acredite ou não- arqueio as sombrancelhas, surpresa. Amelia me olha, sorrindo e arranca o carro após o sinal ficar verde.- Pois é, eu também fiquei chocada quando o papo bateu.

    Penso algo inapropriado, porém não quero falar. Pela sua expressão, Amelia sabe o que estou pensando.

    -Credo, Derya, não. Eu não transo com o Richards- ela nega enojada e eu suspiro aliviada- Ele é tipo trinta anos mais velho que eu.

    Rio.

    -Idade é apenas um número

    -O numero da polícia também- ela brinca.

    Rimos juntas.

    -Eu nunca o vi, ele é... bonito ou aceitável?-pergunto.

    Amelia me olha querendo explodir de rir.

    -Cara, ele é maravilhoso- ela respnde- Johnny é a sua copia perfeita, mas os olhos azuis de Johnny não foram herdados do pai, deve ter sido da mãe ou sei lá.

    -Você conhce a mãe dele?- pergunto interessada.

    -Ah, não- ela nega- Catharina nunca fala dela para mim, nunca mesmo- Amelia responde.- E Johnny muito menos. Se eu fosse chutar, a mãe deles seria super má.

    -Catharina nunca a mencionou ou deu algum tipo de sinal que existia uma mãe?pergunto

    -Sim, já, mas não diretamente.

    Fico pensando na vida de quem nunca pode contar com a propria mãe. De não poder chegar de um dia extremamente casativo, deitar em seu colo e chorar até desidratar. De não contar que a mãe vá para a sua apresentção de dia das mães e vê-la na plateia desidratando de tanto chorar e você sentir vergonha por isso, mas quando você estiver no ensino médio vá se lembrar desse dia com carinho e chorar de felicidades. Como a vida não é só flores, eu tive que crescer sem um dos meus pais.

    Entro no dormitório cheia de sacolas penduradas em meu braço e levo um susto quando vejo alguém deitado na outra cama. Ah é a Kira. Isso que dá ficar quase uma semana sem ver sua colega de quarto.

    -Oi, Kiki- cumprimento jogando as sacolas no chão- Onde esteve durante esse tempo?

    Ela coça a cabeça, parecendo envergonhada.

My first loveOnde histórias criam vida. Descubra agora