Pov: Johnny
-Uau!- Derya exclama enquanto sai da moto.
Ela retira seu capacete e o segura contra o peito, me olhando, boquiaberta. Suas bochechas e o nariz estão coradas pelo frio, os olhos verdes arregalados e seu cabelo totalmente bagunçado.
-Isso foi íncrivel!- A garota diz sorrindo para mim.
O sorriso dela é a coisa mais linda que já vi na vida. Seu sorriso ilumina toda a rua. Ver alguém assim, genuinamente feliz, é quase como um salvamento. Derya é um salvamento.
Não resisto, me junto a garota e sorrio. Sorrio genuinamente feliz, como se tivessem mexido comigo, como se tivessem tocado lá no mundo da minha alma, e realmente tocaram.
Seu sorriso diminui um pouco quando não falo nada, fico apenas sorrindo que nem um idiota psicopata maluco.
-O que?- Ela pergunta andando mais para frente. Continuo sem falar nada.- O que? O que há de tão interessante no meu rosto?
-Tudo- respondo meio se pensar. A garota cora imediatamente, me seguro muito para não me juntar a ela, mudo de assunto rapidamente.- Nunca andou de moto antes?
Derya se recompõe rapidamente, aparentemente bastante entretida em contar para mim sobre sua primeira experiência andando de moto.
-Não! Sim!- Ela fica confusa com sua própria resposta- Quer dizer, já, mas não me lembro muito da experiência, na verdade a primeira vez que andei de moto foi aos 13 anos, com o meu primeiro ''namorado''.
Fico chocado. Sei que Derya já namorou, mas imaginei que fosse alguém certinho, não um cara de 13 anos que tem uma moto ou talvez alguém maior de idade que tenha uma moto.
-Seu namorado ele...
-...era maior de idade, sim.- completa a garota
Abro a boca, pasmado. Meu deus, como assim? Me sinto uma pessoa julgadora demais, mas isso não é tipo... pedofilia?
-Aí, John- suspira ela, parecendo arrependida de tocar no assunto- Eu sei, é ridículo, mas... eu já fui muito rebelde- ela diz me olhando envergonhada- Sei que isso não é desculpa, mas quando deu tudo errado na minha vida, você sabe do que eu estou falando- sim ,eu sei, o pai dela tê-la abandonado aos seis anos de idade- eu queria contrariar tudo e todas, principalmente a pobre da minha mãe. Ela queria que eu fosse mais sociável? Que se dane, vou ficar em casa, era o que eu pensava. Queria que eu não saísse de casa? Eu pulava a janela do meu quarto e só voltava dois dias depois. Na maioria das vezes, quando eu fugia, pegava um monte de trens e vagava por aí, com o dinheiro da minha mãe é claro.- ela diz balançando a cabeça, pensativa- Eu estou dizendo, já fui muito rebelde.
É estranho. Estranho pensar que eu não fazia ideia de tudo isso antes de ver seu rosto rabugento no quarto pela primeira vez. Quanto mais conheço essa garota, mais me surpreendo. Sinto vontade de me abrir assim como ela está se abrindo para mim, mas é mais difícil do que pensava. Simplesmente travo ali, de boca aberta.
-Eu era uma criança muito quieta, na verdade. Tinha medo de tudo e todas e-
-Derynha, Derynha, meu amor!- Amelia pula nos braços da garota, me interrompendo- Você tem que ver, tem que ver tudo!- ela diz animada enquanto a puxa pelos braços.
Derya olha para traz, procurando apoio, mas eu só consigo rir. Guardo os capacetes e vou atrás delas.
-Uma coca, por favor- Derya pede assim que o garçom chega.
Uma garota de cabelos platinados bem curtinhos ri, parecendo bêbada para cacete.
-Derya, sempre careta- ela diz ainda rindo- aproveita, amiga! Não é todo dia que estão todos reunidos bebendo até cair.
Realmente. TODO mundo está reunido. É até impressionante. Até Catharina está sentada em um BAR e ainda por cima temático. Foram juntadas umas sete mesas do bar para caber todo mundo.
-Ah, Belly- Derya suspira abrindo sua coca- Isso já me aconteceu, não prendendo cair de tanto beber mais uma vez, aquela vez já bastou.
-Já teve experiências o suficiente em relação a isso- digo dando um gole na minha cerveja.
-Aí, gente, sem depressão- uma amiga de Catharina diz- Vamos curtir!
-Quem diz "curtir" em pleno século 21?- Amelia pergunta se segurando para não rir.
-E aí John e Cat? Vai rolar?- David pergunta.
Sei muito bem do que ele está falando, a nossa festa anual de aniversário. Eu não estou sabendo de absolutamente nada, Catharina é quem se empolga com isso. O seu anti depressivo é montar festas, ir para festas, falar de festas. Festas é com ela mesma.
-Bem, obviamente vai rolar- ela diz como se fosse óbvio- E todos aqui estão convidados! Menos a Amelia.
Amelia que estava se acabando de rir de absolutamente nada, para abruptamente e encara Catharina.
-Essa aí me ama- ela diz- Não tira o meu nome da boca.
Catharina ri derramando sua cerveja goela a baixo.
-Mas, não é para levar nenhum barril de cerveja para minha festa, levem apenas seus corpos e venham de preferência com roupa.
Ano passado, a festa foi totalmente uma loucura. Cat convidou cerca de mil pessoas, a maioria é convidados dela é óbvio, mas foi um completo desastre. Trouxeram uma caminhonete cheia de barris de cerveja; garotas faziam competição de nado peladas; os quartos ficaram completamente devastados, roupas foram levadas embora, joias sumiram; levaram até os carros embora. Foi por isso que Richards, meu pai, permitiu menos da metade dos convidados do ano passado.
-É, ano passado foi uma loucura- Amelia diz se virando para Derya- Uma pena você não ter ido, foi demais.
-Não, obrigada- Derya brinca- estou feliz por ter sido poupada disso.
Uma música começa a tocar, praticamente todo mundo levanta de suas cadeiras, dançando loucamente. Agarro minha cerveja para não cair com meus movimentos frenéticos e felizes.
Procuro Derya, mas a garota não está mais lá. Levanto a cabeça para procurá-la, e vejo ela indo em direção ao banheiro feminino.
Dou um último gole e largo meu copo na mesa. Saio em direção ao banheiro feminino, murmurando uns "com licença" "obrigada" "desculp" enquanto abro caminho pela multidão.
Quando chego perto do banheiro, vejo que na verdade, Derya não está no banheiro. A garota está sentada em um banco ao lado do banheiro, parecendo bastante cansada. Sento ao seu lado e ela já abre a boca para falar.
-Johnny, vai "curtir", eu não tô muito afim disso, mas não entra no meu espírito depressivo do momento.- ela diz sorrindo.
-Nah- balanço a cabeça negativamente- Também não tô muito afim.
O bar é bem escuro, apenas luzes coloridas dão luz ao recinto, mas nem ajuda muito. Não consigo ver muito bem o rosto de Derya, mas o que mais se destaca são aqueles olhos. Sorrio para ela no escuro, pensando que ela não consegue ver, mas na verdade consegue, Derya sorri para mim.
-Vem- levanto puxando-a pelo braço.
Deixo um dinheiro no balcão, pela coca e a minha cerveja e já vou andando para fora do bar.
-Onde vamos ?- Derya pergunta.
Miro aqueles olhos verdes, lhe dando o capacete da moto.
-Você vai ver.
oiiiiiiiiii!!!!!!!! Gostaram do capítulo? Tão gostando da fic??? Vem muita coisa por aí, galera.
Vocês viram a foto do capítulo?? Diz muito sobre o que está acontecendo😏😏
BEIJO
VOCÊ ESTÁ LENDO
My first love
RomanceDerya é uma garota que viveu para entrar em Harvard, deu a vida por isso e quando finalmente conseguiu realizar seu maior sonho, se depara com algo improvável que irá virar seu mundo de ponta cabeça e... seu nome é Johnny, o garoto que vive pelo fut...