Perfeito amor

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Acordo cedo, pego meu passaporte, minha mala e desço indo em direção a sala de jantar da casa de Namjoon. Acho estranho está tudo tão silencioso, imaginei que estariam me esperando para o café da manhã eu gostaria de dar tchau para meus amigos.

Entro na sala de jantar e me deparo com uma mesa de café digna de uma cena de filmes românticos da Netflix. E para completar Jin está em pé ao lado da mesa, sorrindo pra mim. Eu retribuo o sorriso assim que me desfaço do choque.

— O que você tá.... Você que preparou tudo? — pergunto analisando cada detalhe: das louças tipicamente coreanas, como as que minha vó usa em ocasiões especiais, até os arranjos de flores simples e delicados. Meus olhos enchem de lágrima. Eu não sei se é uma despedida ou um pedido para eu ficar e a dúvida começa a ruir a pequena felicidade que surgiu em mim. — É um café de despedida?

Jin se aproxima e segura em minhas mãos. — sim eu preparei tudo e não, não é um café de despedida. Há um ano atrás, após a noite de inverno que eu nunca esqueci, eu convidei você para tomar café comigo. — Jin acaricia gentilmente meu pulso acelerado sem tirar os olhos dos meus — eu não quero só uma noite, não quero só um café. Eu quero todas as noites que eu puder ao teu lado, quero preparar seu café da manhã, celebrar com você a cura de cada paciente seu... Eu sei que nos últimos dias eu fui egoista e imaturo, por medo. Mas eu aprendi com um casal de amigos que o perfeito amor lança fora o medo.

—Eu te amo Maria. Fica comigo não só para tomar esse café, mas para vida toda? — Jin termina de falar me olhando com expectativa, percebo que está nervoso, quase chorando. Eu me permito tocar seu rosto, Jin fecha os olhos e põe as mãos sobre as minhas mãos.

— Eu te amo... mas preciso voltar para o Brasil. — falo e não contenho as lágrimas.

— Eu consegui uma médica para substituir sua colega— eu olho sem acreditar.

— Jin... As coisas não funcionam assim, eu conheço os casos, são pacientes com câncer.

— Eu não posso competir com isso. Não vou pedir para você escolher. — o coreano retira minhas mãos de seu rosto e eu me seguro para não ficar. Mas preciso voltar para o Brasil. Eu não me daria uma terceira chance se fosse Jin, e eu não pediria isso. Eu saio da sala, sigo para fora sabendo que estou abrindo mão do Jin. Mas lembro do juramento que realizei quando tornei-me médica. O que não diminui a sensação que estou escolhendo errado.

— Você não precisa escolher! — Jin aparece correndo e segura meu braço. — se você não pode ficar, eu vou. — eu apenas me jogo em seus braços e o beijo, reconheço seu gosto, seu cheiro e o toque de seus braços ao redor da minha cintura.

A noite de inverno que nunca esqueci (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora