Passei dois dedos sob os lábios, ainda sentia os vestígios do beijo que Childe havia deixado ali. Era uma lembrança leve e calorosa que emergia da memória vez ou outra e me deixava sorrindo a toa.
Grandes braços me envolveram por trás enquanto eu lia, o susto me fez pular no sofá. Childe se pusera em volta de mim por completo: primeiro, suas mãos e em seguida, seu torso e pernas se enrolavam em mim como um cobertor.
— O que tanto te faz rir nesse livro? — falou com a voz em meu ouvido, sua mandíbula roçando em na pele sensível do meu pescoço — Tenho certeza que eu consigo fazer melhor.
— Está com ciúmes de... papel? — perguntei.
— Jamais, — ele debochou — só estou irritado que você simplesmente não olhou uma vez hoje para mim.
Seu rosto estava junto ao meu e sorria largamente; ele balançava levemente para os lados enquanto isso.
— Então, admite? — virei-me para olhar em seus olhos.
— Nem em seus sonhos mais obscuros — riu e eu senti a maciez de seus lábios sob os meus.
Os beijos de Childe se estabeleceram em um ponto do nosso relacionamento que ele o fazia lentamente, apreciando o momento.
— Você não costuma ser tão apegado, não sabia que queria um pouco mais de atenção hoje — falei.
— Ainda podemos resolver isso, basta você deitar na mesa de jantar que eu cuido do resto.
Engasguei e quando a tosse veio, parecia travar as minhas cordas vocais de emitir sons.
— Acalme-se, — ele pôs o nariz em meu pescoço — não vamos nos apressar se você não estiver se sentindo preparado.
Suspirei, o ar enchendo os meus pulmões novamente.
— Eu queria é te dar outra coisa hoje.
Levantei as sobrancelhas ao olhar para ele, a pergunta implícita pairava entre nós.
— É- É outra coisa — sorriu ao gaguejar, se desvencilhou e se afastou antes de responder, a voz reverberando dentro do pequeno quartinho debaixo da escada — Você não iria contar para mim mesmo, então fiz questão de ir atrás para descobrir.
Childe surgiu dali com uma pequena caixa azul e amarela, um embrulho meio desajeitado — não era muito maior que a palma da minha mão. Ele a colocou na mesa e voltou da cozinha com um bolo escondido no forno.
— Antes que pergunte, eu saí pra comprar o bolo hoje antes que acordasse — disse — A única parte ruim foi andar, mas eu suei bem menos que o normal, o que eu acho que é um sinal de que eu estou me exercitando o suficiente.
Não pude segurar o sorriso, era como se um calor crescente surgisse e aquecesse todo o meu peito.
— Bem, primeiro, o presente — segurou a caixa amarela na minha frente.
— Eu pensava que os parabéns vinham primeiro.
— Fui eu quem organizou e sou eu quem decide o que fazemos primeiro ou não — ele levantou uma sobrancelha com um brilho infantil em sua expressão.
Revirei os olhos, mas não pude segurar o sorriso.
— Está bem.
Desembrulhei o pacote, era bem simples. Uma caixa branca sem detalhes com vários pedaços de papel colorido na parte de dentro.
— Esses são vales, quis fazer algo a mão para mostrar que eu sei resolver as coisas sem dinheiro — ele riu, vermelho e claramente nervoso — Bem, eu meio que usei dinheiro com os papeis e a caixa, mas... é só que... Ah, não importa. Só espero que tenha gostado.
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𝐌𝐀𝐑𝐋𝐁𝐎𝐑𝐎 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐒 • zhongli x childe
FanficTartaglia está, finalmente, em maus lençois. Após uma intervenção da diretora e uma recapitulação desagradável do seu estilo de vida, ele percebe o quão encrencado está. Porém, uma alternativa aparece como uma luz no fim do túnel - uma ajuda organiz...