Engraçado como a ameaça de morte nos faz querer viver

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Harry praticamente não sai de seu quarto pelos próximos três dias. Ele está preso em um círculo sensual de comer, ler, explorar seu próprio corpo e depois comer novamente. Ele está aproveitando o tempo sozinho enquanto não precisa se preocupar em ser muito barulhento ou até mesmo se deparar com Snape.

O tempo feliz, embora bastante cansativo, não dura muito. Na terceira tarde, ele não está tão ativo, esperando que Snape volte para casa praticamente a qualquer momento, exatamente como prometeu.

Quando isso não acontece, ele rapidamente cai em outro círculo, mais torturas, pensamentos passando pela mente, apresentando-lhe horrores mais vívidos com o passar do tempo.

O quarto dia ele passa trancado no quarto de Sirius com uma garrafa de uísque, seu humor oscilando entre mau humor e momentos de terror quando ele se permite pensar no pior.

No quinto dia, ele acorda com o som de venezianas batendo na porta.

"Oleiro!" Vem a voz preocupada de Snape. "Você está aí? Responda, seu idiota!"

Atordoado, Harry se levanta da cama. Ele não está com pressa. Ele esperou por Snape por um dia e meio afinal, praticamente doente de preocupação, sem nenhuma notícia do lado de fora. Ele está quase na porta, mas hesita. Snape bate na madeira novamente com o punho.

Harry apenas observa a porta fechada, mas não se move mais. Há um baque mais alto e mais desesperado, "Potter, me responda!" do que nunca.

Harry espera, sem saber por que não abre. Snape está claramente preocupado, mas ele também. Por quase dois dias inteiros, ele esperou ansiosamente, temendo ver seus melhores amigos porque isso significaria que Snape estava morto.

"Potter..." Desta vez, é quieto, quase sussurrado. "Se você está morto por dentro, eu não sei o que vou fazer com você..."

Harry toca a porta com a mão, deixa a palma da mão deslizar para baixo na madeira. Como se sente, hum? Ele quer perguntar.

" Potter !" Ele vem de novo, alto e dolorido. Snape está preocupado, realmente preocupado com ele.

O que você tem? Você está torturando ele.

Harry segura a maçaneta e gira a chave. A porta se abre com tanta veemência que ele quase cai.

"Por que diabos você demorou tanto?!" Snape rosna então entra no quarto, varinha na mão. Quando ele não vê nenhum Comensal da Morte e acontece que Voldemort também não se esconde debaixo das cobertas, ele se volta para Harry.

"Você não me ouviu quase chutar essa porra de porta em você?"

Ele está lívido. Agora, ele está lívido. Não quando Harry fica na frente dele com força, quando ele admite sujar sua capa, nem mesmo quando Harry vem praticamente com seu nome nos lábios. Ele está lívido agora, porque estava preocupado.

"Eu estava dormindo," Harry mente timidamente.

Ele se sente mal agora, em parte por si mesmo por ter que enfrentar a ira de Snape, mas principalmente por Snape por ter que passar por isso. Estes são tempos sombrios e isso nem é uma piada. A vida de Harry está em perigo e Snape, assim como Harry, tem todo o direito de estar preocupado. Ele não deveria estar desnecessariamente irritado, especialmente depois de uma missão de três dias com Dumbledore que claramente deu errado.

Snape parece horrível. Suas vestes estão rasgadas e sujas, seu rosto tem dois cortes recentes. Ele deve ter lutado.

Harry se sente infeliz.

"Como você pôde ter dormido com isso?" Snape o acusa, com razão.

Harry o olha nos olhos, diz a verdade. "Eu bebi alguns drinques ontem à noite." Ele aponta para o uísque de Snape na mesa de cabeceira. Não havia muito nele para começar, mas agora todo o líquido âmbar se foi.

We'll be Dead in a Year Anyway [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora