Capitulo 43

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Acordar sozinha, antigamente era normal para mim. Mas agora é angustiante. Sinto tanta falta de Maxon, que chega a doer. Me arrependo todos os dias de ter fugido. Será que algum dia ele irá me perdoar?

Empurrei minhas pernas para fora da cama e praticamente cai. Essas tonturas matinais são chatas. Fiquei de olhos fechados, tentando me recuperar, quando a porta do quarto de abriu.

- America - May chamou, entrando - preciso da sua ajuda.

- Bom dia May.

- Sim, sim. Bom dia. Me ajude.

- Fale.

- Ponha juízo na cabeça do papai. Ele não quer falar do meu casamento.

- May, você só tem quinze anos.

- Tenho quase dezesseis. E o Ethan já tem dezoito. Ele já tem idade para casar.

- Ethan já te propôs?

- Ainda não. Mas sei que vai. Ele me manda carta toda semana. É um fofo.

- Bom. Mas não é assim que funciona May.

- Porque não? Você e Maxon se casaram sem se conhecer. Por falar nisso, quando ele vem?

- Agora não May.

- Tudo bem. Porque você não pode ir falar com o papai?

- Eu posso.

- Então vá!

- Calma May. Não é assim. Primeiro precisamos de um evento. Para então nos aproximarmos.

- Então a gente podia organizar um baile.

- Por que motivo?

- Precisamos de um?

- Você tem muito o que aprender. Agora saia. Preciso me arrumar.

- Onde estão suas damas?

- Elas, ahm.. - gaguejei - elas estão muito enroladas. E minha visita é rápida.

May deu de ombros e saiu. Fui para o closet e troquei de roupa. É tão mais simples com minhas amigas aqui. Durante o café da manhã, fiquei apenas revirando a comida, não tenho fome.

Levantei o olhar, observando minha família interagindo normalmente, sem me incluir. Tudo mudou tanto desde que fui embora. Será que Kenna se sentiu assim, um pouco excluída?

Levantei sem falar com ninguém e fui caminhar no jardim. Torci para ninguém vir atrás de mim, preciso ficar um pouco sozinha. Mas na família Singer, isso não existe. E logo eu ouvi passos atrás de mim. Quando virei para olhar quem era, me surpreendi. Era um criado, e não alguém da minha família.

Olhei com o cenho franzido, me perguntando o que poderia ser. Mas o criado passou direto. Quando estávamos ombro a ombro ouvi sua voz rouca.

- Não adianta fugir, estamos em todos os lugares - ele disse, sem parar sua caminhada para o nada.

Meu sangue se transformou em gelo dentro de minhas veias. Fiquei imóvel por alguns segundos. Estou enlouquecendo, só pode. Olhei para trás, mas perdi o criado de vista. Ouvi passos se aproximando por trás novamente e virei, me assustando.

Kota ergueu as mãos, em um ato de rendição. Levei a mão ao peito, tentando me acalmar, mas minhas pernas tremiam.

- Irmã. Você está pálida. O que aconteceu? - perguntou, se aproximando.

- Eles estão aqui - disse, num sussurro - vieram atrás de mim.

Kota olhou em volta assustado, me envolvendo e sustentando eu corpo. Me agarrei a ele, sentindo uma dor muito forte, como a pior cólica do mundo. Segurei minha barriga, olhando para baixo. Tem algo muito errado acontecendo.

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