Capitulo 46

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Acordei particularmente cedo hoje. São apenas seis da manhã. Devo estar doente. Não, é a maternidade. A única vantagem disso é que assim, posso observar Maxon.

Não é a mesma coisa que observa-lo acordado. Ele dormindo está tão vulnerável que preciso controlar a vontade de abraça-lo.

Maxon estava de bruços, com os cabelos caindo nos olhos e no travesseiro. Seus lábios estavam ligeiramente abertos e ele estava coberto apenas da cintura para baixo.

Quando me mexi para poder observa-lo melhor, Maxon abriu os olhos. Demorou para focaliza-los em alguma coisa, mas quando o fez, abriu um sorriso irresistível para mim e virou de barriga para cima se espreguiçando. Me inclinei e o beijei lentamente.

— Ora, bom dia minha rainha — ele disse, quando me afastei — o que a fez acordar de madrugada?

— Senti saudade — respondi, sentando de frente para ele — eu dormi antes de você chegar.

— Ah é?

— Sim muita saudade — falei, debruçando sobre ele.

— Mais tarde. Agora vamos tomar café — ele disse, empurrando as cobertas e fugindo de minhas caricias.

Maxon sentou de costas para mim, se ocupando em vestir algo ainda sentado. Senti meu cérebro derreter ao ver suas costas. Mesmo com algumas cicatrizes brancas, era bem definida. São nesses momentos que me pergunto como tive tanta sorte. Mas foi quando ele levantou, vestindo apenas o short do pijama que eu realmente me perguntei a respeito da tal sorte. Quando ele anda, seus músculos flexionam levemente.

Acorda America. Sacudi a cabeça para voltar a mim quando percebi que ele estava me olhando da porta. Corei levemente e sorri. Ele deu de ombros e falou com alguém do lado de fora. Quando voltou, sentou de frente para mim.

— Tenho planos para hoje — ele disse — por isso pedi para servirem nosso café aqui.

— E posso saber nossos planos?

— Claro que pode.

Maxon ficou em silencio, me olhando. Continuei esperando ele falar, mas ele só me olhava, sorrindo de lado. Ergui as sobrancelhas, o induzindo a prosseguir, mas ele apenas sorriu mais ainda.

— Você não vai contar, não é mesmo?

— Na hora certa, querida.

[...]

— Vai me contar agora? — perguntei, enquanto Maxon me conduzia pelos corredores.

— Pra que a pressa? — perguntou, sorrindo.

— O que você está fazendo senhor Maxon Schreave, é pura maldade.

— Não seja dramática.

Bufei, soltando meu braço do seu. Porque eu fiquei com raiva? Maxon está tentando ser fofo, me preparando uma surpresa. Olhei para ele, preocupada de ter o chateado, mas Maxon estava com a expressão tranquila. Não se abalou com minha mudança de humor. Isso me fez sorrir.

Fiquei tão ocupada olhando para ele, que não vi que estávamos indo para o jardim. Caminhamos em silencio todo o percurso, mas quando chegamos ao centro do jardim, mas consegui me segurar.

Tinham várias rosas azuis ali, nascendo devagar. Aquilo me lembrava muito Carolina.

— Quando você conseguiu isso? — perguntei, tocando uma delas.

— Quando fui te buscar lá.

— Isso tem tanto tempo. Como conseguiu esconder de mim?

— Foi fácil. Você mal tem vindo aqui.

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