Capitulo 47

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Quando amanheceu, tomamos café e fomos nos encontrar com Paige. Por insistência minha, Maxon concordou em fazer essa reunião no antigo salão das mulheres, que agora servia apenas como salão de visitas. Ela já esperava por nós quando chegamos.

Ela era pequena e magra, mas duvido que tenha menos que quinze anos. Aspen fazia companhia a ela, mas nenhum dos dois falava algo. Quando ela nos viu, levantou apressada e fez uma reverencia.

— Bom dia Paige, pode se sentar — falei, apontando para o sofá.

Ela obedeceu, olhando para nós. Agora que estava limpa e arrumada, vi o quanto ela era bonita. Sentei de frente para ela, ao lado de Maxon.

— Você chegou aqui chamando o Aspen de lindo — Maxon disse, contendo um sorriso.

— Sim, majestade — respondeu.

— Porque? — perguntei.

— Achei que vocês saberiam — ela respondeu, em voz baixa.

Olhei para Maxon, que olhava para Aspen. Ele deu de ombros e relaxou.

— Muito bem Paige — Maxon começou — o que tem para nos contar?

— Ela pediu para eu ficar aqui dentro. Disse para o grupo que eu ajudaria os outros a abrirem caminho.

— Como assim? — Aspen perguntou.

Ela se ajeitou na ponta do sofá, se aproximando mais de nós.

— Eles estão aqui dentro — cochichou.

— Quantos? — Maxon cochichou de volta.

— São muitos. Funcionários, guardas — ela explicou — e está aqui dentro apenas para abrir caminho.

— E o menino? — perguntei.

— Que menino? — Paige perguntou.

— No ultimo ataque, um menino foi deixado para trás.

— Não sei de nada sobre isso, não demos falta de ninguém — Paige disse, alisando o vestido.

— Como ela está? — Aspen perguntou.

— Quando chegou, ela teve muito que fazer antes de finalmente conquistar nosso líder.

— Quem é seu líder? — Maxon perguntou.

— Vossa majestade é meu líder — ela respondeu, de cabeça baixa — eu estava ali por falta de opção.

— Mas quem é o líder dos Sulistas? — Aspen perguntou.

— Não sabemos seu nome. Ele nos obriga a chama-lo de Lorde.

Enquanto Maxon e Aspen a bombardeavam de perguntas que Paige parecia não saber, fiquei a observando. Existe alguma história por trás dela, que ela não conta. Tem muito ponto sem nó aqui.

— Será que eu poderia conversar com ela a sós? — perguntei.

Maxon me olhou desconfiado, mas assentiu e levantou. Aspen o seguiu. Os dois pararam do outro lado da sala, nos olhando de uma distancia que não podia nos ouvir. Suspirei e relaxei no sofá. Vi Paige relaxar sutilmente.

— Quantos anos você tem? — perguntei.

— Dezessete.

— Pedi para ficarmos a sós para podermos ter mais liberdade. Conversar de mulher para mulher.

Ela assentiu, sorrindo de lado.

— Não precisa ter medo de nada, de se abrir comigo. Não contarei nada além do que interessa a eles. No caso, os Sulistas — falei.

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