Capítulo 7 - Anjo

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— Pai, já voltei.

Não havia som algum dentro de casa. Passei em frente ao laboratório olhando para dentro, vazio. Subi as escadas e atravessei o corredor com o olhar fixo em uma mancha no chão. Ao chegar perto percebi que era avermelhada e parecia ter sido arrastado talvez pela sola de um pé. Corri até o quarto de meu pai e o encontrei deitado na cama.

— Pai?

Ele levou a mão à cabeça como se sentisse dor nela abrindo os olhos para me ver.

— O que aconteceu? – perguntou.

— Tem... sangue no corredor?

— Devo ter derrubado alguma essência. – ele se sentou.

— O que você tem?

— Só me senti um pouco indisposto, fiquei acordado por muito tempo ontem ajeitando as coisas no laboratório. – me ajoelhei no chão ao seu lado e tomei sua mão. – Não fique tão preocupada.

— Você já está grisalho de se preocupar comigo.

— E você não quer ficar igual, quer? – nós rimos. – Aonde foi?

— Alec voltou a falar comigo... então fomos dar uma volta juntos.

— Não foram muito longe, né?

— Não...

— É legal que vocês tenham voltado a ser amigos, nunca entendi porque brigaram.

Dei de ombros.

— O acidente mexeu com ele.

— Ah, acabei de lembrar. Eu acho que tem uma pequena infestação de louva-deuses no seu quarto.

— Os irmãos vão se comer! – corri para o meu quarto.

Eu sabia que ia perder o nascimento deles e presenciar uma carnificina depois. Abri o aquário que estava quieto como uma cena após um crime, mas não havia nenhum cadáver nem um corpo vivo à vista. Ergui algumas folhas, então encontrei a assassina.

— Judite, você comeu todo mundo?

Era a louva-deus que Chloe me deu, ela tinha crescido e adquirido um porte grande, maior do que Wendy foi. Ela me olhou ceticamente e voou para fora do aquário pousando em minha cama.

— Volta aqui. – estendi minhas mãos para ela e errei a pegada porque a criatura voou outra vez, mas para fora. Me assustei ao ver o céu completamente anoitecido, mas eu nem tinha almoçado ainda.

Não era possível, pensei que isso tinha parado. A mulher no escuro também parecia que não viria mais me visitar, naquele momento temi encontrá-la logo atrás de mim. Mas a sensação era outra, sentia como se alguém estivesse comigo, olhando pelos meus olhos. Minha respiração começou a acelerar, o chão de repente parecia gelatina, caí de joelhos com a visão turva e um zumbido incessante dentro de minha cabeça aumentava. Eu tinha certeza que iria explodir.

Gritei quando se tornou insuportável.

— Alice! – mal escutei sua voz. – Filha, olha pra mim. Respira, calma. – diminui meus gemidos, me concentrando em sua voz para ignorar os zumbidos. – Deita aqui. – ele segurou minha cabeça me ajudando a deitar no chão, deixando meu corpo esticado. Então pegou meu aromatizante e borrifou no ar acima de mim. Inspirei o cheiro, sentindo tudo diminuir, até minha frequência cardíaca. – Já passou, descanse...

A Rainha dos AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora