Boa leitura!
Josh e Noah não se falavam há três dias. Após a revelação de Beauchamp, tanto ele quando Urrea sentiam-se constrangidos falando sobre o assunto. Noah não se conformava, e lhe enfurecia muito saber que havia sido o primeiro beijo da pessoa que mais desprezava. Não entendia como era possível que Josh, com aquela pose de badboy, aquela confiança toda, nunca havia nem sequer beijado alguém.
Todas as vezes que ambos tinham que ir até o pátio para fazer os serviços de limpeza e organização, evitavam ao máximo qualquer tipo de contato, inclusive os olhares. Noah evitou até mesmo ficar perto de Josh; em sua cabeça perturbada, Josh poderia ficar emotivo e querer beijá-lo novamente, como uma garotinha apaixonada pelo seu primeiro beijo.
Porém sua teoria se provava errada sempre que Josh resmungava palavrões quando Urrea cruzava seu caminho. O menor não suportava a presença de Noah, e a cada dia se odiava mais por ter se deixado ser seduzido daquela maneira. Foi um momento de fraqueza: alguém lhe tocou de uma maneira que homem algum resistiria, e seu corpo reagiu. Apenas isso. Ele pegou o costume de fingir que o beijo nem aconteceu.
No quarto dia, o carcereiro mandou os dois para uma outra cela, apenas para limpeza. O ex habitante dali havia... bem, falecido. Noah ouviu alguns gritos durante a noite, e quando acordou e teve que passar na frente da cela, observou o sangue pintado nas paredes como tinta.
Josh bufava a cada minuto por estar preso em uma cela com Noah. Não que ele não estivesse acostumado, mas pretendia fazer seus serviços diários longe do menino.
“O que você acha que aconteceu aqui na noite passada?” A voz rouca e baixa de Urrea soou do nada, e Josh apenas revirou os olhos, sem respondê-lo. Noah também estava a bordo desse jogo de quem consegue ignorar o outro por mais tempo, porém sabia que o trabalho seria menos cansativo e estressante se pudessem conversar durante o período que ficassem ali. Mesmo que não gostasse de Josh, e mesmo que quisesse ignorá-lo pelo resto da sua estadia ali, ele sabia que a qualquer momento seria inevitável a troca de palavras, afinal os dois dividiam uma cela.
“Escuta,” Noah suspirou, largando sua esponja suja no balde com água, que se tornou vermelha imediatamente pelo sangue “eu também não te suporto, acredite. Mas... bem, nós temos que pelo menos tolerar a presença um do outro”
“Não temos, não” Josh disse secamente, sem olhá-lo nos olhos, continuando o trabalho de esfregar uma poça de sangue seco do chão próximo à cama. Noah estava em cima da cama, esfregando a parede que também estava coberta por sangue. Os lençóis já haviam sido retirados e mandados para a lavanderia, mesmo que Josh tenha sugerido que os queimassem porque o sangue não sairia tão fácil.
“Não precisamos falar do beijo” Noah murmurou, tão baixo que por um momento sentiu-se aliviado por Josh não tê-lo escutado, mas ele escutou.
“Então cale a boca” rosnou Beauchamp, jogando com violência a esponja dentro do seu próprio balde e se levantando, andando até o outro lado da cela, para limpar os respingos de sangue dali.
Noah não falou mais nada. Os dois terminaram os serviços em silêncio, e quando o relógio bateu cinco da tarde, o carcereiro os liberou para a ducha diária. O banheiro era comunitário, e divido com mais dezenas de homens daquela ala. Algumas mulheres, muitas na verdade, também eram internadas ali, mas a decisão de não misturar os sexos no banheiro talvez tenha sido a única decisão sábia daquele lugar.
A única diferença desse dia para os outros, era que os dois estavam atrasados para o chuveiro. Normalmente, os pacientes almoçavam e tinham umas duas horas ao ar livre, para depois irem para os chuveiros e então ficarem retidos na cela até o jantar. Então, eram só os dois, e Josh não poderia ter bufado mais alto quando entrou no banheiro e se viu sozinho com Noah, porem sentiu-se agradecido quando notou o carcereiro parado ao lado da porta, do lado de fora.
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Madness || N. B
Fanfiction[CONCLUÍDA] ADAPTAÇÃO AUTORIZADA Autora @urfookinjob "Você é um psicopata" ele disse. "Eu prefiro criativo" sorri com escárnio antes de empurrá-lo de cara contra a parede, pressionando meu corpo em suas costas, apertando de leve seu pescoço quando s...