Prólogo

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Ron aqui é padrasto do Josh pq o Mark é o padrasto do Louis e o sobrenome do Louis vem do Mark, então pro Tomlinson e Beauchamp darem certo na troca de personagem, ele ficou como padastro!

Boa leitura!

St. Albert, 1998

Era um dia como outro qualquer. Bem, talvez nem tanto. O céu estava escuro, indicando o mal tempo. A chuva ainda não havia começado a cair, porém já era possível ouvir os trovões bem distantes.

Josh Beauchamp havia acabado de sair do banho quando entrou em seu quarto enrolado na toalha e encontrou sua mãe sorrindo para o menino enquanto segurava seu uniforme escolar.

“Mamãe, não quero ir para a escola” choramingou o menino, sua voz baixinha e fraca como sempre. Sua mãe ajoelhou em frente ao garoto para ficar na sua altura, e colocou as mãos nos ombros dele, sorrindo carinhosamente para o menino “Tenho medo dos trovões, quero ficar aqui com você” implorou.

“Vai ficar tudo bem, querido. É só uma tempestade, você estará seguro na escola. E prometo não me atrasar para busca-lo, ok?”

A mulher tentou tranquilizá-lo. Josh assentiu hesitantemente. Não gostava de parecer fraco ou medroso, mas sua mãe conhecia todas as suas faces, e sabia que o menino era apenas um menino que tinha medo de trovões e tempestades e gostava de ficar abraçado com sua mãe assistindo desenhos debaixo dos cobertores o dia todo enquanto o céu desabava lá fora.

Durante toda a semana havia feito sol e um clima agradável, Josh não entendia como o tempo poderia mudar tão rapidamente, mas já ouvira sua avó falar que a Inglaterra funcionava assim: nunca devia acreditar nas previsões do tempo, pois o tempo deste lado do mundo é imprevisível. Também se lembra de ouvir sua avó comentar que quando o tempo mudava drasticamente em tão pouco tempo, era porque algo ruim estava prestes a acontecer, mas sua mãe sempre fez menção de tirar isso da cabeça do menino, explicando que eram apenas superstições dos antigos, mais especificamente de sua avó, e que ele não deveria acreditar na senhora. E ele não acreditava, mas ficou com um pé atrás mesmo assim. Sentia-se estranho desde a hora que acordara.

Após vestir o uniforme escolar com a ajuda de sua mãe, Úrsula penteou o cabelo do menino para o lado e o deixou parecendo um típico mauricinho de colégios particulares de St. Albert. Os dois desceram juntos e encontraram Taylor sentada em uma cadeira alta, e Reese em outra bem ao lado da irmã. Ron sorria e brincava com as duas enquanto revezava qual boca colocar o “aviãozinho” de papinha de bebê primeiro.

Josh deu um beijo em seu padrasto e em cada uma de suas irmãs, ficando na pontinha dos pés para alcança-las, já que a cadeira era bem mais alta que ele. Então sentou-se na cadeira ao lado de sua mãe para comer seu cereal favorito.

Úrsula Beauchamp era uma mãe e mulher ocupada, mas sabia como organizar seu tempo. Nunca negou atenção e carinho aos filhos, mas sempre soube lidar com o trabalho puxado. Assim que estacionou o carro na frente da St.Albert Primary School, se inclinou para o lado e desabotoou o cinto de segurança de Josh, pegando a mochila do menino do banco de trás, entre as cadeirinhas de suas meninas, e entregou para Josh.

“Tenha um bom dia meu amor” a mulher disse, dando um beijo na testa do garoto, que estremeceu ao ouvir outro trovão, dessa vez mais alto. A chuva ainda não começara a cair, mas era apenas um questão de tempo.

Úrsula fechou os últimos botões da camisa de Josh, e desamassou o tecido enrugado nas mangas.

“Você tem um casaco na mochila para o caso de ficar com frio” avisou e Josh assentiu, engolindo em seco e saindo do carro após ouvir Taylor gritando “Tchau Joshy!” Com aquela vozinha irritante de bebê.

A primeira pessoa que o pequeno Beauchamp viu foi seu suposto amigo Freddie. Eles eram grandes amigos, mas Freddie pareceu amadurecer um pouco antecipadamente, pelo menos mais cedo do que Josh, e suas conversas já não eram mais as mesmas. Com oito anos de, Freddie falava sobre como odiava os professores e todos os alunos daquele colégio. O garoto também não parava de falar sobre suas paixonites em uma garota da terceira série, que nem dava bola para ele.

Josh sentiu-se desconfortável quando o amigo começou a contar o que gostaria de fazer com a menina para que ela o notasse, e nada do que ele ouviu era agradável. Assustado, correu e contou para sua mãe, que foi impedida por Ron de ligar para a mãe de Freddie, já que não era da conta dela. Úrsula, entretanto, aconselhou que o filho ficasse longe de Freddie, e assim ele o fez.

Mas era difícil, considerando que os dois frequentavam a mesma classe. Freddie se aproximou de Josh e o acompanhou até a sala de aula, em silêncio é claro. Josh já estava assustado o suficiente pelos trovões para ter uma conversa com o amigo que o assustava tanto.

“Você não está com frio?” Freddie perguntou assim que Josh sentou-se em sua cadeira, que infelizmente, era ao lado da do colega. Josh balançou a cabeça em negação, embora estivesse com um pouco de frio.

A srta. Hellen entrou na sala, sorridente e radiante, colocando seus materiais sobre a mesa e então sentando em sua cadeira.

A aula fora entediante, como sempre. Josh evitou todo e qualquer tipo de contato vindo de Freddie, que começara a ficar irritado com Beauchamp.

“Professora, será que a senhora poderia ligar o aquecedor, por favor?” Freddie se manifestou, e a mulher gentilmente assentiu, se levantando e se esticando até que alcançasse o aparelho e então o ligou. Não era tão silencioso, considerando que era relativamente antigo, mas dava para o gasto.

Freddie sorria maleficamente, mas Josh não percebera isso na hora.

“Hey, Josh” ele chamou o garoto “por favor fecha a janela e a porta, está muito frio” o garoto fingiu que tremia, batendo os dentes, e o pequeno Josh, tão inocente, ajudou e fechou a janela e a porta da sala antes de voltar para o seu lugar e continuar a atividade proposta pela professora.

Freddie levantou algumas vezes, mas Josh não se importava o suficiente para acompanhar os passos do garoto.

Beauchamp se assustou quando três meninas começaram a tossir freneticamente, ao mesmo tempo. A professora andou até elas, e então o resto da classe começou a fazer o mesmo.

“Minha cabeça dói” uma menina choramingou.

“Srta. Hellen eu estou com muita tontura” outra falou.

“Não consigo respirar” um menino exclamou do outro lado da classe, e então Josh reparou que a professora protegia o nariz e a boca com a gola da sua blusa. Seus olhos atravessaram a sala e pararam em Freddie, que fazia a mesma coisa, mas ainda assim parecia consideravelmente incomodado, seus olhos vez ou outra rolavam para trás, e sua mão pousava em seu coração e seu estomago como se buscasse uma maneira de respirar, e então as mãos pararam em sua cabeça, mas ele não falava nada.

Copiando os gestos do colega e da professora, Josh puxou a blusa de dentro da mochila e enfiou o rosto nela, cobrindo o nariz e a boca. Mas já era um pouco tarde, pois a cabeça do garoto já doía absurdamente e seu corpo já estava enfraquecido.

“Droga!” Ouviu a professora xingando baixinho e a procurou, encontrando a jovem mulher tentando abrir incessantemente a porta da sala de aula. “Onde está a maldita chave?” Gritou a mulher, mas ninguém pareceu ouvi-la. Ela então, correu até as janelas, mas seus olhos se arregalaram, e Josh logo entendeu o porquê.

A alavanca que abria e fechava a janela de vidro estava quebrada, e a professora tentava empurrar o vidro mas parecia emperrado

“Merda!” Gritou ela.

Logo as crianças começaram a desmaiar, uma atrás da outra, até que só restasse meia dúzia de alunos acordados na sala. E então um calor maior tomou conta do ambiente, e a professora, já fraca, dava socos na porta e tentava gritar por socorro quando viu a cortina começando a pegar fogo bem embaixo do aquecedor.

Assim que Josh percebeu o que estava acontecendo, entrou em desespero e começou a chorar, mas sua cabeça não parava de doer e de girar, e quando começou a chorar, sem perceber, sua blusa caiu no chão, desprotegendo o menino, que não demorou muito para que caísse desmaiado no chão, seus olhos se fechando com a visão do fogo descendo pelas cortinas, e sua mente perdendo consciência antes que pudesse ver o fogo se espalhar.


Desculpa qualquer erro.

Madness || N. BOnde histórias criam vida. Descubra agora