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Boa leitura!







Ele sentia seu corpo quente, o suor escorrendo por sua pele e molhando o tecido fino de sua camiseta. Suas costas, escoradas na parede fria e grossa ao lado da porta, deslizaram um pouco para o chão, deixando seu corpo numa posição desconfortável e deixava seu cóccix dolorido. Tentou, mais uma vez, esticar a mão para a maçaneta e puxá-la, mas a porta estava obviamente trancada.

Levou suas mãos trêmulas até a testa molhada e enxugou um pouco do suor acumulado, limpando na calça de moletom e respirando fundo tentando buscar ar para seus pulmões. Olhou para suas mãos, elas tremiam tanto que mal conseguira sustentar o cigarro que antes segurava e agora descansava semi-aceso jogado no chão ao seu lado. Nem havia percebido que o havia derrubado.

Josh resmungou quando sentiu os olhos pesarem e a cabeça latejar; não sabia o que era aquilo que eles faziam com ele, mas era tão poderoso que o derrubava por completo. Abriu os olhos novamente, com esforço, e olhou em volta, observando o quarto que estava. Era seu próprio quarto, é claro, mas não parecia o mesmo. As camas estavam desfeitas, os colchões fora do lugar e nem havia sequer um travesseiro. A cômoda tinha todas suas gavetas abertas, porém vazias. Essa era culpa de Beauchamp, que havia usado suas últimas forças para vasculhar por elas e procurar seu maço quase vazio.

“Que porra...” murmurou para si mesmo quando sentiu uma pontada dolorida no estômago; aquilo era fora do comum. Ele sentia-se como um completo lixo.

Respirou fundo mais uma vez e tentou impulsionar o corpo para cima, numa tentativa falha de se levantar. Sentiu suas pernas lhe traindo e seu corpo caiu com um baque forte no chão e sua cabeça atingiu a parede, o deixando um pouco mais tonto do que já se sentia, e então Josh se deixou levar e fechou os olhos, sendo consumido pela escuridão do sono.

-x-

Noah abriu os olhos e sentiu-se deslocado. Sua mente estava confusa e sua cabeça girava freneticamente. Seus músculos estavam doloridos como se tivesse se exercitado por horas seguidas. Ele não se lembrava de muita coisa, sentia uma dor de cabeça absurda e a última lembrança que tinha era a de ver Josh correndo em sua direção, porém apagou antes que o garoto pudesse se aproximar.

O cheiro da umidade consumia o ambiente, e Noah franziu o nariz em desprezo. Seu corpo estava encharcado de suor, e ele conseguiu se mexer o suficiente para puxar a camiseta sobre a cabeça e jogá-la longe. Espremeu os olhos em direção ao tecido jogado e engatinhou até onde a camiseta havia repousado. Esticou as mãos trêmulas e levantou-a em frente ao rosto, analisando com o máximo esforço que precisava ser feito considerando que sua vista estava relativamente embaçada pela tontura e o cansaço.

A camiseta estava úmida pelo suor, mas também estava manchada. O cheiro era quase insuportável, não só por ser ruim, mas por despertar memórias que o cacheado lutava diariamente para esquecer. Ele analisou mais de perto, franzindo as sobrancelhas quando se certificou de que sua vista não o estava enganando; podia estar um pouco escuro ali dentro pela falta de iluminação na solitária, e Noah podia estar um pouco confuso, mas não havia como estar enganado sobre aquilo: havia sangue em sua camiseta.

E então, quando se mexeu devagar para encostar em uma das paredes, ele sentiu. Sentiu uma pontada forte em sua costela e olhou para baixo. Seu torso estava avermelhado, com arranhões e feridas abertas, como se tivesse apanhado não somente de algum punho forte, e sim de algo pesado o suficiente para arrancar sua pele. O lado de sua costela que havia sido quebrada há pouco tempo atrás estava roxo, o que significava que elas haviam sido afetadas novamente, até porque Urrea não havia procurado socorros portanto não se recuperou das fraturas.

O que caralhos havia acontecido?

-x-

“V-você o que?” o loiro perguntou aflito. O maior o encarou com os olhos castanhos brilhantes com um humor sujo e sorriu de lado, sentando-se na beirada do colchão.

Madness || N. BOnde histórias criam vida. Descubra agora