31 - As lembranças dolorosas e o ressentimento de um pequeno fantasma

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³ ᵐⁱˡ ᵖᵃˡᵃᵛʳᵃˢ

(ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 31)

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— A'Shu... Acredito que não há mais criaturas mágicas por aqui, já procuramos por bastante tempo — Liu Xi segurou a mão do príncipe e eles pararam de andar. — Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Devemos voltar.

Jiang Shu olhou para o jovem e apertou a mão que segurava. Elara ao seu redor estava silenciosa, sem qualquer barulho ou ruído. Os dois amigos estavam em uma viela sombria, rodeados por casas assustadoras, uma rua de tijolos escuros e curtas escadas que desciam uma pequena ladeira.

Desde que o Deus Marcial desceu do céu, eles estavam em busca de criaturas. Encontraram muitas na fonte termal, como peixes devoradores de humanos, e também nas casas, lagos e santuários.

Com o tempo, os ruídos foram diminuindo e deixaram de ser ouvidos. No entanto, Jiang Shu permaneceu determinado em sua busca, pois queria ajudar aqueles que precisavam da sua ajuda e garantir que ninguém fosse deixado para trás.

Afinal, aqueles que fossem deixados para trás se sentiriam solitários. Elara tinha perdido a sua vida e não havia mais ninguém na vila; sua aura densa estava carregada de ressentimento e morte.

— Vamos para casa? — perguntou Liu Xi, sentindo o aperto da mão do príncipe. No entanto, Jiang Shu suspirou e concordou com a cabeça. Infelizmente, Elara tinha sido consumida.

Era hora de aceitar essa verdade sobre o lugar. Nesse mundo, muitas coisas ruins acontecem e, dessa vez, a maldade tinha caído sobre aquela vila.

No entanto, os eventos relacionados à mãe natureza tornam tudo um pouco menos doloroso, mas esse desastre em Elara não se encaixava nessa categoria. Pessoas malignas invadiram a vila, atacaram os moradores por motivos desconhecidos e causaram destruição e mortes.

Uma perda que talvez fosse impossível de ser reparada. Mas havia um Deus que nunca perderia as esperanças em seu lar.

— Então vamos devolver a pedra àquele general — disse Liu Xi, guiando o príncipe de volta ao caminho por onde vieram. No entanto, ao saírem da viela e passarem por uma praça, depararam-se com uma garota cujo corpo era espiritual. Jiang Shu imediatamente sentiu a densa presença dela e puxou Liu Xi para trás, encarando-a.

A garota interrompeu sua solitária caminhada e olhou para aqueles dois humanos. Ela era a mesma que havia assustado os discípulos no santuário, instigando-os a fugir de Elara, já que a vila não era mais um lugar seguro como costumava ser.

O fantasma desviou o olhar e começou a cantarolar. Sua aparência era um tanto deprimente, com sangue manchando seu belíssimo vestido verde-esmeralda, com mangas que desciam até as mãos e deixavam os ombros à mostra.

Apesar do vestido longo, suas pernas ficavam visíveis enquanto ela caminhava. Seus longos cabelos soltos caíam sobre seus ombros e ela estava descalça.

— Ela é um espírito? — perguntou Liu Xi ao príncipe.

— Sim... — respondeu Jiang Shu, ainda observando os passos lentos da garota, sua expressão melancólica e cheia de dor.

— Vamos capturá-la, A'Shu — sugeriu Liu Xi, que estava um pouco atrás do nobre, para conseguir observar melhor o espírito.

Liu Xi afastou-se um pouco do príncipe para observar melhor o espírito, já que aqueles ombros largos atrapalhavam sua visão.

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