ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 59.3 - Se perdendo num casamento indesejado: adeus

102 12 100
                                    

Momentos antes...

Com o rosto apoiado no punho fechado, Jiang Shu, ou melhor, o imperador de Merília, assistia um harmonioso espetáculo de dança com cinco bailarinas de boas aparências.

Todo o espetáculo acontecia no seu teatro imperial particular no castelo do centro da cidade de Merília. O local vinha carregado de riqueza com seus toques rubi. Um verde vivo que combinava com o trono branco que o imperador estava sentado.

O soar do pipa branco inundava o local, Jiang Shu observava com seus olhos de fênix as dançarinas sensualizarem nos seus movimentos, fazerem seus vestidos flutuarem no ar como se sentissem o sentimento do instrumento.

As dançarinas carregavam um ar gracioso, seus olhos nunca seguiram para o imperador. Elas transmitiam os sentimentos da canção e da dança nas suas expressões, enquanto giravam, mexiam o corpo e os braços elegantemente, atraindo toda atenção daquele salão para si.

Jiang Shu desencostou o rosto do punho e invocou seu cachimbo longo de ouro, guiando até a boca e soltando a fumaça logo em seguida com seu ar vaidoso. Seus olhos âmbares nunca deixaram as dançarinas, contudo, seus pensamentos e estado de espírito não estavam bons.

Amaya sabia disso. Desde um tempo para cá, seu imperador andava muito estressado e com intuito de acalmar os ânimos, preparou esse espetáculo com as dançarinas mais bonitas de Merília para melhorar seu temperamento e, por enquanto, tudo seguia como planejado.

A concubina permanecia de pé, ao lado do imperador e, ambos, com os súditos, assistiam às apresentações por longos minutos.

Jiang Shu continuava a tragar seu cachimbo e soltava a fumaça, que flutuava no ar até sumir. Seus dedos da mão direita batiam no encosto do trono e o ar deixou sua garganta de uma forma estressante.

Seus olhos escureceram friamente e sua voz grossa seguiu até os ouvidos de Amaya, a fazendo estremecer com sua acusação:

— Até quando continuará me contrariando?

Seus olhos afiados não desviaram das bailarinas que dançavam o compasso dos instrumentos e balançavam graciosamente seus corpos cobertos com seus vestidos beges, com tecidos finos, que mostravam suas curvas sexys.

Ao ouvir a pergunta, Amaya olhou para o imperador e sentiu o fogo ardente no seu coração.

— Eu não ouso, A-Sh... Majestade!

Ela sentiu os olhos frios na sua direção, mas ao se corrigir, seu foco foi desviado novamente. Jiang Shu não gostava e não dava liberdade para sua concubina chamá-lo informalmente.

— O que significa isso, então? — Falava sobre a apresentação de beldades bem na sua frente. — Não está tentando me impedir de vê-lo, tentando desviar minha atenção para outras coisas quando toco no nome dele, desobedecendo minhas palavras? Isso não significa contrariar minhas ordens?

Amaya fechou a cara, queimando as bailarinas com os olhos.

— Só faço isso, pois não acho certo... Eu odeio aquele usurpador e você sabe disso. Também sabe sobre a humilhação que passei por causa dele, se fosse por mim, ele já estaria morto.

Jiang Shu ouviu, enquanto batia os dedos no encosto do trono e puxava a fumaça do seu cachimbo.

— ... Não entendo porque ainda o mantém preso...

Amaya falou, e o imperador respondeu:

— Como irei resolver esse assunto se toda vez me impede de buscá-lo?

Sorriu ironicamente, e Amaya quase vomitou de ódio. Como o imperador ousou falar isso? Ela, por acaso, impede de fato algo? Se Jiang Shu quisesse, nada o impediria.

My Good cultivator Friend 𝟭Onde histórias criam vida. Descubra agora