Capítulo 62

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Luana Orlov

Me viro com a barriga para baixo, sentindo a maciez da cama. Mas levanto rápido quando lembro do porque estou aqui.

Eu contei para Arthur, não sinto mais esse peso em minhas costas, mas ainda temos que conversar, para que eu me sinta livre disso por completo.

Ontem eu o segui até aqui e lembro de ter ficado sentada no chão do lado de fora do quarto, mas acordei na cama dele, no quarto dele.

Saio dos lençóis e pego minha bolsa que estava em cima do criado mudo, antes de descer as escadas eu arrumo meu vestido que estava todo amarrotado e faço um coque para disfarçar o cabelo bagunçado.

Vou até a cozinha e encontro Lúcia cortando alguma coisa.

- Lúcia... - ela olha para mim e seus olhos parecem brilhar.

- Você voltou! - ela para o que estava fazendo e eu abro os braços, dando um forte abraço nela.

- Senti sua falta - sorrio para ela.

- Você dormiu aqui?

- Sim... Uma longa história, eu te conto depois, tudo bem?

- Sem problemas querida, eu tenho que terminar de cortar aqueles legumes mesmo.

- Você sabe para onde Arthur foi?

- Ele passou por aqui agora pouco, levou uma xícara com café e acho que foi para a biblioteca.

- Ok, obrigada.

- Até depois - Lúcia se despede e volta para a cozinha.

Vou até a biblioteca mas ele não estava lá, estava na varanda sentado com a xícara em uma das mãos, na outra estava o celular.

- Arthur?

- Oi - ele vira a cabeça para me encarar.

- Sobre ontem... - me aproximo até ficar em sua visão - me deixe explicar tudo... Converse comigo.

- Tudo bem, vamos conversar.

Ele aponta para a poltrona e eu me sento sem tirar os olhos dele.

- Eu errei, em não te contar tudo desde o início - confesso - Fiquei com medo, os meus pais prezaram tanto pela minha segurança no passado, eu quis fazer o mesmo com a minha filha, nossa filha.

- Eu tinha passado por momentos difíceis na vida, cresci sem minha mãe, e meu pai então... - limpo a lágrima solitária que insistiu em descer pelo meu rosto - passei meses pensando se daria luz a Sol, com medo de que eu não podesse lidar com ela sozinha, ainda mais sendo o que sou hoje.

Ele continuou calado, olhando para tudo, menos nos meus olhos.

- Vai continuar sem me responder? - pergunto

- Eu entendo - levanto uma sobrancelha - Minha família e eu cometemos um erro muito grande com você, mas foram cinco anos que eu perdi da minha filha, cinco anos.

- Não se culpe pelos erros de seu pai - ele me encara com os olhos marejados assim como os meus - E eu juro que o que eu mais queria, era nem que fosse um pedaço de você com a gente. Mas eu fui uma idiota, egoísta por não ter dito nada.

- Ela não pergunta sobre mim?

- Sim...

- O que diz a ela? Que o pai está morto?

- Não! Sempre disse que você viajou para trabalhar e que era o capitão de um grande exército, Ela foi e ainda é uma criança feliz e esperançosa em encontrar você um dia - E não menti...

Ele volta a ficar calado. E então pergunto.

- Você não vai me dizer mais nada?

- Eu preciso de um tempo, para digerir tudo. Preciso ficar sozinho.

- Tudo bem - eu daria esse tempo a ele, não posso simplesmente esconder a filha dele e querer que ele aceite tudo numa boa.

Antes de ir embora tirei de dentro da minha bolsa algo que passei dias para fazer e entrego o.

- Esse pendrive, tem fotos e pequenos vídeos do crescimento de Sol. - ele encara o pendrive em sua mão - caso queira ver.

Quando vejo que ele não me dirá mais nada, saio de sua casa na esperança de que ele veja o que tem arquivado naquilo.

Chego em meu apartamento pouco tempo depois, quando abro a porta vejo Ayla conversando com Linda na cozinha.

- Oi... - digo e elas me encaram

- Vim te procurar. - Ayla diz

- Onde você passou a noite? - Linda pergunta - Sol ficou perguntando por você até adormecer.

- Eu fui jantar com Arthur ontem a noite. - jogo minha bolsa em cima da mesa de jantar e pego um pouco de chá, me sento no banquinho e apoio meus braços no balcão.

- E? - Ayla pergunta enquanto se senta no banquinho ao lado, Linda está a nossa frente.

- Contei a ele sobre Sol...

Continuei, sem contar tudo o que aconteceu, apenas alguns detalhes.

- Ele disse que precisava de um tempo.

- Você acha que ele vai aceitar Sol?

- Eu realmente não sei. Ele só pediu um tempo para processar tudo.

Paramos de falar sobre quando ouvimos passos entrando na cozinha.

- Mamãe?

- De pé essa hora meu amor? Bom dia. - respondi

Ela se aproximou e Ayla pegou ela em seu colo, depois dei um beijinho em sua testa.

Linda começou a colocar uma tigela com leite e cereais para que Sol de alimentasse.

- Mamãe, você vai fazer um bolo de chocolate no meu aniversário?

Com toda essa confusão com Arthur, eu havia esquecido que ela fará 6 anos no sábado.

- Claro minha vida. Você quer uma festa? - ela assente, os olhos brilhando. Eu sempre fiz apenas uma pequena comemoração durante esses anos, não tínhamos muitas pessoas para convidar, então era algo pequeno, eu ela e Linda e com alguns amigos adultos - meus capangas - que ela fez na Rússia.

- Eu e sua mãe vamos preparar tudo. - Ayla diz

- Eba! - ela comemora com as palminhas de sempre.

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Oi amores! Como estão?

O que acharam do capítulo?🧐

Estamos quase chegando a 20k de leituras! Minha nossa! Eu nunca imaginei isso. Muito obrigada❤️❤️

Esse foi o capítulo de hoje babys, votem e comentem pls.

Bjos e até a próxima ✨

Dangerous love | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora