7- Passado

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01 de julho de 2017

Luz pov

- Eu duvido você me pegar!! - Gritei para minha melhor amiga, Amity, estávamos brincando de esconde-esconde a algum tempo, a aula já terminou tem uns 20 minutos e nada da minha mãe chegar para me buscar, hoje vamos ao cinema.

- Não duvide de mim Luzita, pois eu nunca perco- É a última coisa que ela diz antes de tocar sua mão em meu braço, o carro da tia Odalia estaciona na frente da escola- Minha mãe chegou, até amanhã- Ela me dá um abraço apertado e um beijo na bochecha.

Ela corre na direção do carro, mas a mãe da mesma já desceu dele e está vindo na nossa direção.

- Luz, eu acabei de receber uma ligação- Odalia diz assim que se aproxima de mim, Amity está com uma expressão de confusa assim como eu- A Camila, ela estava vindo te buscar, quando acabou sofrendo um acidente.

Olho para Amity e ela está imóvel, eu não consigo acreditar, olho para minhas mãos, estão tremendo.

- A, a senhora tem certeza? - Eu não posso acreditar, minha mãe sempre tem cuidado no trânsito, nunca ultrapassou nem um sinal vermelho- Podem ter se enganado, a minha mãe não é de cometer erros no trânsito- Sinto o meu rosto molhado, não sei ao certo quando comecei a chorar.

[...]

Estamos no hospital a algumas horas, não deixaram eu ver a minha mãe por eu ser de menor idade, mas Odalia a viu e me garantiu que ela está bem, Amity não saiu do meu lado e não chorou, ela está sendo forte por mim.

Amity e eu crescemos juntas, ela é bem apegada a minha mãe, assim como eu.

- Luz Noceda? - A médica que está cuidando da minha mãe me chama.

- Sim, sou eu- A olho com esperanças, meus olhos estão pesados, eu chorei muito e já se passa das 22:00 horas.

- Você pode ver a sua mãe, mas somente por 10 minutos.

- Serve, eu quero ver a minha mãe- Me levanto e olho para Ami, ela dormiu e eu nem percebi.

Acompanho a médica pelo corredor imenso daquele hospital, paramos em frente a um quarto, 156, o mesmo quarto que meu pai ficou quando estava doente.

- É aqui, quando o seu tempo acabar irei lhe chamar e você terá que sair, se o meu superior souber que abri uma exceção a você, eu serei demitida- Olho para ela e agradeço, ela está correndo o risco de perder o emprego.

Abro a porta do quarto e olho ao redor, é um quarto simples de hospital, tem um banheiro pequeno ao lado da porta, uma TV pendurada na parede e a maca, onde minha mãe está deitada e ligada a aparelhos, ando em sua direção e cada passo que eu dou, eu choro mais e mais.

Nunca pensei que veria ela nesta situação, ligada a aparelhos.

Me sento em uma cadeira que tem do lado da maca e pego sua mão, ela não retribui o toque.

Não consigo falar nada, apenas chorar, ela estava tão bem hoje pela manhã estava feliz porque iríamos ao cinema, esta está usando a camiseta dela favorita, azul com flores amarelas.

[...]

12 de agosto de 2017

Ela está morta, a minha mãe, ela morreu na última madrugada.

- Obrigada por avisar doutora' Desligo e telefone e saio do quarto.

Desço as escadas e vou para o cabedeiro, pego o casaco, de noite faz muito frio.

Ando pelas ruas, não seu ao certo pra onde estou indo.

" - Luz, ven a cenar- Mamãe grita.

- Me voy mamá- Desço as escadas correndo.

- ¡¡ Felicidades querida!! - Mamá está segurando um bolo muito bonito, com velas do número 0 e 7 nele, Ami também está aqui. "

Lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu já não sei mais oque fazer, não sei para onde estou indo, e nem se quero sair do lugar, minha visão está turva e eu já não aguento mais ficar em pé.

" - Mamá, ¿por qué el girasol es tu flor favorita?

- El día que naciste, tu padre me regaló un ramo de girasoles, me recuerdan a ti eres mi pequeño girasol. "

Minhas pernas cedem, caio no asfalto gelado, no meio da rua, sozinha, sem ela aqui.

Minha ficha cai, ela se foi, para sempre.

[...]

15 de outubro de 2017

-

Seja bem vinda, a sua nova casa- Raine, ê moçe que me adotou junto com Eda, quando fui para o orfanato, não achei que seria adotada.

- É linda, muito mesmo- Olho ao redor, as paredes são beje, a cozinha é americana e branca, a sala tem um decoração rústica e tem muitas, corujas.

- Eda tem uma leve obsessão por corujas- Elu fala coçando a nuca, entro na casa e subo as escadas com Raine ao meu lado.

Elu indica o quarto que será meu e fala algumas coisinhas, regras da casa, curiosidades sobre os outres moradores, e de como está feliz por eu estar ali, elu sai e eu começo a arrumar minha coisas.

Ainda não me acostumei a viver sem ela aqui, a vida não parece ter sentido se eu não for contar cada detalhe do meu dia a ela quando chegar da escola, ou sem as nossas noites de cinema, sem ela entrar no meu quarto enquanto eu estiver com Ami.

Não vou mudar de escola, vou continuar estudando na Hexside e poderei continuar vendo minhes amigues todos os dias, pelo menos isso não irá mudar.

Raine e Eda tem mais dois filhos, Kayke, ou como prefere ser chamado, King, de 05 anos e filho biológico do casal, e Hunter, de 15 anos e filho adotivo também, assim como eu.

Perdidamente apaixonada por você • Lumity beta • [em andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora