- Pode entrar!
Sugeriu a garota, mas me mantive imóvel. Abanei as mãos em sinal para que entrasse.
- Prefiro esperar aqui fora, pode ir sem pressa.
Carol conteve o riso, e revirou os olhos com humor antes de adentrar a casa charmosa correndo.
Depois de alguns minutos, veio em minha direção com uma mochila nas costas, vestida de uma jardineira jeans e uma camisa vermelha que contrastava lindamente com o tom castanho de seu cabelo. Acompanhada de um homem alto, de olhos claríssimos e cabelos encaracolados no mesmo tom de castanho que ela.
- Boa tarde mocinho.
Saldou o mais velho, sorrindo largo e acenando em minha direção.
Onde eu fui me meter?
- Boa tarde senhor!
Respondi sem jeito, sentindo meu rosto triplicar de temperatura assim que Carol se pôs ao meu lado, enlaçando seu braço no meu.
- Miguel esse é o baba, baba esse é o Miguel! - Disparou apressada, se divertindo com a situação. - Agora temos que ir antes que seja tarde, até depois baba.
- Traga ele para o jantar! - Falou o mais velho, aos berros, já que a garota já havia feito com que nos distanciássemos ás pressas. - Parece um garoto decente.
Sorri, acenando desajeitadamente para ele, tentando regular meus passos com os da garota ao meu lado.
- Quem era ele? Porque você está com essa mochila? - Arfei cansado, mantendo passos rápidos. - Por que estamos correndo?
- Pergunte menos e corra mais.
Antes que pudesse considerar possível, Carol e eu havíamos corrido até a praia, a mesma praia daquele luau tortuoso. Mas tivemos de caminhar mais um pouco, até estarmos alguns metros de dois longos caminhos feitos de pedras que se estendia sobre o mar, um ao lado do outro, em certa distância. A areia parecia macia, o sol já estava quase se pondo e as pessoas pareciam mais calmas.
- O que é aquilo? - Questionei atônito, me concentrando em analisar o que via. - São pedras?
- Sim, é o molhe. - Respondeu a garota, visivelmente satisfeita com minha reação. - Mas você não viu nada ainda.
Apressamos nosso passos até chegarmos aqueles caminhos curiosos. Pedras de todos os formatos e tamanhos se uniam umas as outras, formando um caminho que se estendia sobre o mar, um a metros do outro, lado a lado. O azul claro e perfeito do oceano contrastava perfeitamente com as cores diversificadas das pedras, sendo algumas mais claras, outras mais escuras. As onde quebravam lentamente contra as laterais, e o som das gaivotas parecia o fundo sonoro perfeito.
Poderia me sentar ali mesmo, no inicio do tal molhe, onde a areia clara e fina se mesclava as pedrinhas, para logo a frente desaparecer em meio aos pedregulhos. Mas Caroline me puxou pelo braço, ainda atado ao seu, para que caminhássemos em direção a um dos caminhos. O mais vazio aparentemente, já que o gêmeo ao lado aparentava estar bem mais movimentado.
Com nossos braços juntos e nossos corpos mais próximos do que jamais estiveram, me senti grato por ter algo que me distraísse.
Consigo sentir o perfume dela.
A cada passo, meus olhos não conseguiam se prender a apenas um detalhe. O mar azul, a espuma branca e linda das ondas, as gaivotas voando sobre a água e brisa gostosa do vento salgado, tudo parecia perfeito. Até mesmo os burburinhos do falatório na praia e as risadas altas das crianças que corriam por aquele caminho, pareciam uma peça importante.
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Até que o verão acabe
RomanceCaroline trabalhava em um café a beira mar, nativa daquela cidadezinha pequena, a garota não se destacava muito em meio a multidão que enchia a cidade naquele verão. Miguel era apenas mais um turista que visitava as ruas movimentadas,mas o destino d...