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A aula estava a meio e eu e o meu novo colega de mesa da aula de Ciências estávamos calados mas nenhum de nós parecia estar atento. Não mantivemos o mínimo contacto mas algo em mim queria que ele se revelasse, era tão estranho esta atitude dele a maioria dos adolescentes não se isolavam. O toque de saída ouviu-se e o meu colega de mesa já se tinha levantado, arrumei as minhas coisas e dirigi-me para casa apreciando o tempo e tudo há minha volta. Estava tudo tão calmo nesta típica vila, havia folhas de outono de diversas cores preenchendo os passeios, a única coisa que se ouvia era o vento e o passar dos carros dos respectivos encarregados de educação que iam buscar os seus educandos á escola. E lá estava eu a ouvir o som do vento e a pensar no desastroso que tinha sido este primeiro dia de aulas. Avistei a minha casa, e tirei as chaves da bolsa pequena da minha mochila. Mal entro em casa e oiço a minha mãe.

-Então, Allison como correu? - Ela pergunta entusiasmada com uma nova possibilidade de eu me integrar e de fazer novas amigos. Devia ser algo pouco comum uma filha que durante 16 anos, nunca foi a uma festa de anos e a única amiga que tinha era quem tinha ido embora no momento em que parecia que tudo melhorava.

-Igual, como sempre..A mesma turma, as mesmas pessoas.- Respondi com pouco animo como era habitual enquanto arrumava a minha mochila e o meu casaco.

-Sabes? Ouvi dizer que este ano temos novos vizinhos na nossa frente e pelo que soube o rapaz é do mesmo ano que tu, talvez sejam amigos e se dêem bem. - Ignorei automaticamente a minha mãe e aquela conversa de fazer amigos, mas entretanto comecei a juntar as peças e não era possível, o rapaz novo da minha turma não podia ser o meu novo vizinho. Lembrei-me da ultima vez que vi o rapaz tão misterioso, e foi quando ele saiu do portão da escola e entrou num Mercedes.

O meu coração palpitou, fui até à janela do escritório e vi um Mercedes igual a parar no parque de estacionamento perto do meu apartamento, e quem é que saiu dele? O tal rapaz. Isto era muita coincidência cá para o meu gosto, revirei os olhos e fui para o meu quarto pensando na Daisy, eu tinha imensas saudades dela quem me dera que ela voltasse eu preciso tanto dela. Pus os fones nos meus ouvidos e adormeci

Quando acordei, fui até á casa de banho tomar banho fiz-o em 15 minutos e hoje apeteceu-me arranjar um pouco mais o que era estranho porque eu nunca tinha vontade para isso. Vesti as minhas calças preferidas, uma camisola preta, pus um colar e vesti um casaco de malha azul, calcei as minhas botas pretas e desci as escadas. Quando vi as horas já não tinha tempo de tomar o pequeno-almoço, fui até á casa de banho lavei os dentes, penteie-me e passei base no meu rosto. Peguei na mochila e abri a porta e vejo o rapaz, sim o meu vizinho novo e misterioso.

-Olá querida, como estás? O meu nome é Maria mudamos-nos há pouco tempo e este é o meu filho Stefan. Ontem falei com a tua mãe e combinamos em fazermos turnos para vos levarmos há escola, tudo bem? - Fiquei boquiaberta, e confusa pelo facto de ter ficado neste estado pela oferta, ou por saber realmente o nome do rapaz. O nome dele era Stefan..
- Prazer, claro não há problema.- Respondi com um sorriso um pouco falso, porque sim havia problema. Porque é que este rapaz entrou assim na minha vida? É verdade que eu queria alguém que mudasse tudo mas este rapaz não parece ser aquilo que eu queria.

Desci as escadas do meu prédio, atrás dos meus novos vizinhos. A mãe de Stefan pareceu-me muito simpática ao contrario do seu filho que mantinha sempre uma expressão séria, a mãe era parecida com o filho era loira e os seus olhos eram castanhos. Sentei-me no carro e esperei que chegássemos ao inferno, e durante a viagem Stefan olhou para mim algumas vezes e eu desviei o olhar como habitual.

-Bem meninos, chegamos. Divirtam-se e foi um prazer querida.

-Obrigada, D. Maria- Respondi com simpatia á mãe de Stefan e o mesmo sai do carro com brutidade sem dizer nada á mãe. Mas que espécie de comportamento era este?

-Não ligues querida, ele está num mau dia. -Respondeu a mãe dele ao notar a minha reacção, suspirei e saí do carro dando um ultimo sorriso para a D.Maria, ela era definitivamente muito querida e não merecia a mal educação do filho.

-Ei, qual é a tua? Mas não te deram educação?- Gritei para Stefan que se encontrava já a entrar no portão da escola, imediatamente todos ficaram a olhar para mim, as minhas bochechas coraram e Stefan olhou para trás, ele tinha reparado que me dirija a ele. Eu nunca tinha este tipo de atitudes e neste momento estava a ser o centro das atenções e eu não gostava nada disso mas falta de respeito é algo que me irrita, principalmente quando é com os próprios pais. Ele estava com uns óculos escuros, impossibilitando-me de ver os seus olhos azuis e virou-se para trás.

-Queres estar calada? O que é que queres de mim? Afasta-te de mim é o melhor para ti. -Paralisei, e ele continuou o seu caminho. Eu não entendi definitivamente este rapaz, ele era misterioso e arrogante e reagia de modo estranho. Ontem estava a tentar meter-se comigo e hoje já está a reagir assim?

Ia ter aula de Matemática e sentei-me ao lado de Stefan, não conseguia concentrar-me com os nossos braços prestes a tocarem-se, ele parecia ter um ar arrependido. Não estava a aguentar mais nesta pressão e rasguei um pedaço de papel do meu caderno e escrevi

Devo-te um pedido de desculpas pelo modo como te tratei ontem não fui muito acolhedora.

Passei-lhe o papel e ele mostrou-se surpreendido e ao ler sorriu. Fiquei a vê-lo responder.

-Algum problema aí em baixo? - A professora chamou há atenção, olhei para os meus pés sem saber o que responder e logo oiço as risadas da turma

-Provavelmente está-se a fazer ao rapaz novo, como sempre faz.- Provocou a Sophia, estava prestes a chorar quando oiço a voz de Stefan em alto e bom som.

-Mas qual é o vosso problema com a Allison? Deixem a Miúda em paz, ou isso é tudo inveja? - Stefan respondeu e eu dei-lhe um pequeno sorriso fiquei totalmente grata e todos se calaram mas eu não aguentei arrumei as minhas coisas e saí da sala de aula, sentei-me no corredor com a cabeça no meio das minhas pernas e chorei, Stefan tinha-me defendido e eu estava feliz com isso pelo facto de nunca ninguém fazer o que ele fez por mim, mas sabia que bastava ele e os outros da minha turma falarem um pouco e o assunto da conversa ser eu que ele não ía mais dar a mínima importância para mim. Vejo um par de sapatilhas air max pretas, e logo vi quem era. Era ele, era Stefan. Ele tinha vindo atrás de mim.

Beijos de Sangue || Fanfic Nina DobrevOnde histórias criam vida. Descubra agora