— O quê?! — Gaby e Yara questionaram em simultâneo. — Você também recebeu a mensagem? — Yara estava quase entrando no aparelho.
Luiza gargalhou.
— Podem parar! Isso é opressão! — Luiza levou a mão ao peito dramaticamente, se não desse certo como modelo, poderia tentar ser atriz.
— Não é não — Yara espremeu os lábios para não rir.
— Já saquei tudo — Luiza caminhou em círculos pelo camarim. — Gente, eu tenho uma sessão de fotos com um tema horroroso, minha mãe está no meu pé, a maquiadora quer fazer uma make conceito no estilo de Romero Brito pelo meu corpo.
— Ah! Gosto de Romero Brito — Yara fez um bico, pensativa, os dedos brincaram com a pulseira de turmalina negra que ela e as outras usavam como um símbolo da amizade delas, presente de Gabriela.
— Gente, foco! — Gaby pediu. — Não fomos nós que mandamos a mensagem, e Yara acabou de receber uma também.
Luiza rolou os olhos.
— Gaby, já pode parar, eu tenho mais o que fazer — Ela ameaçou encerrar a chamada.
— Não, calma aí — Yara insistiu. — Juro que não fui eu, acabei de receber uma, respondi, mas até agora nada.
— Ele não responderá — Luiza assegurou.
— Como assim ele? — Gabriela elevou o tom de voz, ela ficava ansiosa com aquelas coisas.
— Não sei se é ele ou ela, mas ontem de noite quando cheguei do jantar de noivado da minha prima, tinha uma peça de xadrez preta na minha cama, um peão — Ela aproximou o rosto da câmera. — Perguntei para meus pais, e eles não sabem como foi parar lá, a gente nem tem xadrez.
— Entraram na sua casa?! — Gaby ficou boquiaberta, ela e Yara trocaram um olhar assustado.
— Ok, por favor, agora é sério — Luiza apontou o indicador com a unha pintada de vermelho. — Minha mãe pensa que foi uma de vocês que esqueceu lá em casa.
— A única de nós que jogava xadrez era Yuna, e ela odiava — Gaby fez uma careta.
— Será que Yuna está mandando as mensagens? — Yara ponderou.
— Não é a cara dela — Alegou Luiza. — Isso faz mais o tipo de vocês duas — Semicerrou os olhos para as amigas.
— Luiza! — A voz da mãe dela soou estridente do lado de fora da sala. — Temos horário reservado para usar o hotel!
— Eu preciso ir — Ela jogou o cabelo rosa para trás. — Se for uma de vocês... irei matá-las — A Ligação foi encerrada.
— E agora? — Yara questionou a Gaby.
— Ligaremos para Yuna e veremos o que ela tem a dizer — Gaby disse animada, ela amava investigar, não era à toa que seus livros preferidos eram Sherlock Holmes.
As duas encheram o celular de Yuna com mais de quinhentas mensagens e ligações, porém, nada da menina responder. Yuna Nakamura era brasileira, assim como os pais, mas seus avós paternos vieram do Japão quando eram crianças, num grupo de viajantes que estavam rodando o mundo e se apaixonaram pelo país amistoso e de clima tropical.
Yara trocou de roupa, pegou o menor conjunto de Gaby e almoçaram, mandaram mais algumas mensagens para Yuna, mas não obtiveram resposta alguma, Luiza também não atendeu mais o celular. As duas ficaram em cima do celular de Yara, esperando alguma resposta do anônimo.
— E se for a Luiza e ela estiver curtindo com a nossa cara? — Yara repensou.
— Sim, faz sentido, ela te ligou logo após você receber a mensagem — Gabriela elevou os olhos, Yara podia ouvir as engrenagens de sua cabeça o mais rápido possível.
— Gaby! — Vivian, a empregada doméstica a chamou assim que entrou na cozinha. — Chegou essa encomenda para você — Ela entregou a pequena embalagem de papelão para a adolescente e logo saiu do cômodo.
— O que é isto? — Gaby disse ao começar abrir a encomenda.
— Você compra tanto que nem sabe o que é — Zombou Yara. — Cuidado, isso é um transtorno compulsivo.
— Vai se foder! — Gabriela conseguiu rasgar a embalagem. — Pelo menos não sou viciada em vinho barato — Disparou de volta.
Yara abriu a boca desacreditada.
— Você não pode fazer piada assim, lembra? — Elevou uma sobrancelha. — Seu status financeiro é maior que o meu, eu posso fazer brincadeiras com você e não ao contrário — Yara piscou-lhe, Gaby apenas levantou o dedo médio.
— Quando você chegará no Caio? — Gabriela apoiou o cotovelo na caixa antes de abri-la, um sorriso curioso analisando a amiga. — Está esperando ele dar o primeiro passo por que é homem? Isso é opressão — Ela brincou, dessa vez ela quem recebeu o dedo do meio.
— E quando você chegará no Miguel?
— Ele tem namorada.
— E se não tivesse?
— Você sabe que as coisas são mais difíceis para mim, não pode fazer piada com isso.
— Não estou fazendo piada!
— Está sim!
— Você fez piada com minha qualidade de vida humilde, então tenho direito de zoar algo que te machuca também — Yara beliscou o braço dela. — Pelo amor de Deus, abra logo isso!
Gabriela gargalhou, ela amava irritar as amigas.
As duas ficaram em choque quando um tabuleiro de xadrez saiu da pequena embalagem, os olhos de Gaby ficaram vidrados no objeto. Ela abriu a pequena caixa de madeira, estava faltando algumas peças, mas o que mais chamou sua atenção, foi seu nome gravado em um peão branco.
E aí Kings and Queens! O que estão achando desse conto?
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Acha que Luiza está curtindo com elas?
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Xeque-mate
Mystery / Thriller(Conto) Uma mensagem estranha é enviada para quatro amigas. Yara, Luiza, Yuna e Gabriela são estudantes do colégio Prime e, em um dia normal na vida pacata das alunas, uma delas recebe uma mensagem enigmática, logo mais, as outras vão recebendo suce...