Capítulo 13

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A lua estava linda, Yuna notou, será uma noite bonita para mim e Gaby morrer, cogitou

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A lua estava linda, Yuna notou, será uma noite bonita para mim e Gaby morrer, cogitou. Os olhos amedrontados da estudante percorreram por todos os mascarados ali, eram oito no total, Luiza e Yara estavam abraçadas embaixo de uma árvore, Yuna podia ouvir o choro baixo de Luiza e da voz doce de Yara tentando acalmá-la. Gabriela estava gritando aos quatro ventos, xingando e pedindo ao Rei para deixá-las em paz, até que um dos porcos foi e colocou uma fita isolante na boca dela.

Yuna tremia ao lado de Gabriela, vendo aquelas correntes pesadas e várias ferramentas espalhadas em cima de uma mesa marrom grande, a jovem se questionava se a família De Luca usou aquela mesma mesa para fazer os almoços felizes de domingo, a ideia lhe fez sentir náuseas. Ela apertou as pernas para que parassem de tremer, Gabriela parecia tão assustada quanto.

Um som agudo saiu dos altos falantes e fez eles taparem os ouvidos, Gaby buscou algo ao seu redor, não sabia o que, mas ela esperava que algo lhe desse uma ideia de fuga, uma forma de parar aquela maluquice.

— Esse jogo será muito fácil — Disse o Rei, a voz transparecendo toda sua ironia. Yuna apertou as mãos em punho, sentia que poderia desabar a qualquer momento. — Coloquem as correntes!

Os mascarados foram até as garotas, colocaram um grilhão em cada uma nas pernas, com uma bola de ferro. Elas taparam a visão quando as luzes fortes dos postes invadiram suas vistas, e na frente delas, uma mini pista de corrida surgiu, tem pelo menos 60 metros, Gaby analisou, e no final, uma faixa na linha de chegada. Nem Yuna e nem Gaby desvendaram o que aquele maldito queria que fizessem, por que as ferramentas na mesa? Gaby ponderou, observando aquele monte de tralha.

— Vocês gostam de música? — Questionou de forma cínica. — Aqui vai às regras do jogo então — Prosseguiu com a voz animada. — A música irá tocar, enquanto ela toca, vocês podem correr, se conseguir é claro — Uma risada impiedosa rompeu pelo local. — Quando a música parar, você também deve, quem chegar primeiro na linha de chegada é a vencedora.

Só isso? As duas pensaram. Yuna tentou andar, a canela doeu com o peso da bola de ferro, aquilo era tortura, elas demorariam anos para conseguirem chegar no final, Gabriela também tentou se mover, deu um passo com muita dificuldade, arrastando os pés no chão, era muito mais pesado do que ela imaginava.

— Como vocês estão muito empolgadas — O Rei fez uma pausa dramática. — Vamos começar logo, terão 3 minutos para completar o desafio.

— Ah! Vai a merda! — Xingou Yuna com a feição irritada. — Em três minutos eu não darei nem meio passo!

— Comece o jogo! — Foi sua última frase antes da música soar pelas caixas de som. Era Queen, Bohemian Rhapsody.

Gabriela conseguia se mover, arrastando os pés vagarosamente pela grama-rasteira, as faixas estavam pintadas de branco, separando sua posição de Yuna, a garota de ascendência asiática já não teve tanta sorte, não conseguia arrastar aquela bola, era pesada demais para si, o jeito foi ajudar com as mãos, o que dificultava seu desempenho, Gaby estava centímetros na sua frente, Yuna jamais ganharia daquela forma, e como Luiza, teria que comer uma comida super nojenta, o estômago embrulhou com a constatação. A música parou e Gaby também, mas Yuna deu pelo menos mais um passo, e quando o fez, sentiu a pele tremer e uma onda de choque percorrer pelas pernas, ela caiu de joelhos gritando.

— O que foi?! — Gaby virou em sua direção aos prantos, observando a amiga de cabeça baixa e respirando com dificuldade, questionou: — Yuna?! O que aconteceu?!

— Levei a merda de um choque! — A outra berrou. — Seu maldito! Vou te matar! — Bradou, mirando os olhos nos altos falantes onde saia a risada do Rei.

— Não tente trapacear, estamos vigiando a todo segundo — Revelou, a voz autoritária e rude.

A música ecoou novamente, dessa vez era Elvis Presley, Jailhouse Rock, Yara amava a música, mas sabia que ficaria traumatizada com ela depois daquele dia. Yuna mal conseguiu se mexer depois do choque recente, enquanto Gaby parecia ter pegado o jeito e estava melhor que antes. Yuna sentiu a pele arder, o peso da bola estava fazendo a corrente de couro cortar sua pele, o mesmo acontecia com Gabriela, mas a loira estava empenhada em terminar com aquilo logo.

Yuna levou outro choque, dessa vez por mais tempo que o primeiro, sentiu o coração acelerar e a visão ficar turva, mais uma vez seus joelhos beijaram o chão, ela raspou as unhas na grama enquanto tentava respirar profundamente, não tentara roubar, apenas não teve reflexo suficiente para parar quando a música pausou. Grunhiu irritada socando o chão, os nós dos dedos arderam e filetes pequenos de sangue escorreram.

Yara e Luiza estavam lado a lado, apoiando as amigas mentalmente, Luiza mal conseguia observar o jogo, os pulsos pulsavam de dor e o estômago ruim querendo fazê-la vomitar novamente.

Uma nova música iniciou, Sailing, do Rod Stewart. Yuna teve vontade de chorar, era a música preferida do pai, respirou fundo e tentou se mover, as canelas doíam, e parecia que a qualquer momento seus ossos quebrariam, questionava-se como Gaby conseguia, a amiga já estava a mais de um metro de diferença dela. Um estalo no ar foi dado bem próximo ao pé de seu ouvido, ela se desequilibrou e caiu, um dos porcos riu baixo analisando-a deitada no chão.

— Vagabundo, filho da puta! — Vociferou, querendo acerta-lhe um soco.

Gaby analisou a cena, sentiu pena da amiga, mas era óbvio que eles atrapalhariam de alguma forma, ela parou assim que a música fora encerrada, os pés e as pernas doíam como o inferno, talvez ela não voltasse a andar depois daquilo, onde conseguiram aquela maldita bola de ferro?

O mascarado circulou pela pista, estalando o chicote no ar, a cada estalada Gaby sentia o corpo se empertigar, a jovem ajeitou a máscara no rosto e lançou um último olhar para Yuna antes que a música voltasse tocar, dessa vez, Dust in the wind do Kansas, e, junto da melodia um trovão ressoou no céu e uma leve garoa iniciou, Gabriela se apressou em caminhar, a pele das pernas estava quente, como se as correntes estivessem em chamas, ela se esforçou o máximo, sentindo os músculos doloridos, parou poucos centímetros da faixa de chegada. Yuna não saíra do lugar, fitando o cara mascarado que a fez cair, tramava na mente irritada uma forma de matá-lo.

Os trovões e relâmpagos aumentaram, assim como a intensidade da chuva, a música anterior tocou de novo, dessa vez o som estava mais auto, Gaby lutou contra a dor lancinante que ameaçava decepar seus pés da perna e conseguiu chegar até a faixa, a gargalhada do Rei fora ouvida pelos altos falantes.

— Parece que temos uma vencedora!


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