Gabriela sentiu o coração palpitar, Yara lhe lançou um olhar de precaução, mas ela não percebeu, pois, tamanha era seu entusiasmo. Cavalo a guiou até a casa, ela sentiu a língua coçar para enchê-lo de perguntas, mas sabia que ele não responderia e que ela estragaria o jogo. Os pais dela amavam os jogos de detetives, não era a toa que ela era o Sherlock Holmes em pessoa, nada passava despercebido por seus olhos. Ela ponderou sobre o que Caio estava fazendo, se ele já tivesse ligado lhe ou ido até a polícia, ela rezou, implorando para Deus para ele ter caído no sono e só acordasse quando o jogo terminasse.
Cavalo parou próximo à casa e meneou a cabeça para um lance de escada que descia para o térreo, ela realizou o percurso, sozinha até os degraus e parou no batente da porta, semicerrou os olhos para enxergar no porão, a luz fraca não facilitava muito, o outro mascarado apontou algo para ela, então só quando entrou, ela constatou o feixe de luz iluminando um envelope, um sorriso surgiu em seu rosto, tudo era muito bem planejado, alguém teve um trabalho daqueles para criar este jogo, pensou.
Ela examinou o segundo mascarado antes de caminhar até o envelope, esse era menor que o outro, mas também aparentava ser uma figura masculina, ela leu a carta mentalmente, não fazia sentido algum. Seu intelecto se sentiu ofendido.
— Se 11 + 2 é igual a 1, quanto é 9 + 5? — Leu novamente para si. Obviamente aquilo não era matemática, ela amava investigar, mas odiava charada.
— Saia! — O mascarado pediu, ela se sobressaltou, sua voz é jovial, notou, não tinha sotaque, era um menino de fato, mas ela não conhecia aquela voz. Ele apontou para a saída, ela obedeceu.
Na parte externa os sons estranhos começaram um atrás do outro, mas ela não teve medo, seguiu a mulher de branco até um pergolado, até que um mascarado trombou com ela e a fez voltar, ela mostrou o dedo do meio para ele. Leu e releu a charada, o vento estava gélido, seu corpo estremeceu, ela ergueu a cabeça para o céu, ainda estava muito escuro, longe de amanhecer, ela queria muito saber as horas, parecia que já estavam ali há uma eternidade. Era isso! Um estalo surgiu em sua mente, a charada era sobre as horas.
Se virou na direção do celeiro e, no seu caminho estavam parados duas pessoas, dessa vez usando uma máscara macabra de porco, Gabriela piscou atônita, de fato ela sentiu um pouco de medo, mas elevou o queixo e caminhou até eles, há menos de trinta centímetros, um deles apontou uma faca para ela, gotas vermelhas escorriam do metal, Gaby fitou o objeto por breve minutos antes de voltar a caminhar, mas o próximo guarda a puxou pelo braço, ela sentiu o corpo estremecer com o toque dele em si, ele usava luvas pretas.
Ele a guiou até um casebre de madeira na floresta, um uivo ecoou novamente, a única luz era das lanternas que ambos usavam, um menear de cabeça para ela entrar, foi tudo que ele a ofereceu, ela não tardou a obedecer, era apenas um cômodo sem móvel algum, uma porta e uma janela, a luz da lâmpada mal clareava o ambiente e piscava momento ou outro, no centro do chão havia uma caixa, a estudante se ajoelhou perto dela, era um quebra-cabeça.
— Merda! — Ela xingou, amassando o papel da charada em mãos, mas essa agora! Pensou irritada.
Ela sentou-se, espalhou todas as peças no chão e praguejou alto pela luz que piscava. Gabriela não era muito paciente, havia herdado tal característica do pai, ela gostava das coisas para ontem, era organizada ao extremo, o que irritava às vezes as pessoas, amava música pop, sua cantora preferida era Ariana Grande. Amava ler e escrever poemas, já ganhara vários concursos da escola, no grupo das amigas ela era vista como a líder, pois estava sempre pondo as meninas em primeiro lugar.
Uma risada fúnebre surgiu do lado de fora, assim como sons metálicos, um grito agudo cortou o silêncio, ela sentiu o corpo arrepiar, as mãos vacilaram em cima das peças, ela não fazia ideia da imagem que iria surgir, mas estava conseguindo encaixar algumas delas.
Ela repassou todos os fatos em sua cabeça, mas não obtivera uma resposta se quer, aquilo tudo poderia ser uma brincadeira ou de fato ser uma puta enrascada como Luiza e Yuna haviam falado. E se for alguém da escola? Ela ponderou, mas como teriam entrado na casa de Luiza? Aquilo de fato era muito errado, pensou novamente.
O fato de as peças não serem tão pequenas estava a ajudando, a imagem se completava mais rápido, faltando menos de vinte peças, ela reconheceu a imagem do Taj Mahal, o corpo relaxou quando encaixou a última. Ela se levantou e parou na entrada, analisou o homem com a máscara horripilante, ele passou por ela e checou o quebra cabeça, e, com apenas um gesto de mão, ordenou que ela fosse.
Ela seguiu apressadamente, entrou no celeiro e foi direto à sala onde as amigas estavam, Luiza suspirou aliviada quando ela entrou, Yuna lhe lançou um sorriso amigo e Yara parecia assustada, Gabriela esperaria um bom momento para questionar-lhe o que havia acontecido.
— A resposta é duas — Disse ela, os olhos vasculhando novamente a pequena sala. — Duas horas.
— Muito esperta — Disse o rei, ele parecia contente com a vitória dela, ela conseguiu notar. — Luiza! Você é a próxima, tente voltar viva para nós — Sua voz era cheia de superioridade.
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Xeque-mate
Mystery / Thriller(Conto) Uma mensagem estranha é enviada para quatro amigas. Yara, Luiza, Yuna e Gabriela são estudantes do colégio Prime e, em um dia normal na vida pacata das alunas, uma delas recebe uma mensagem enigmática, logo mais, as outras vão recebendo suce...