1.21 | Livro

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26/03/2022

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26/03/2022

Hoje, eu tenho um encontro com Hansel. Nós vamos caminhar por algum tempo nas trilhas da floresta e, depois, almoçarmos juntos em algum lugar do bairro. Ele quer um tempo só para nós dois, longe de Helena, Caio e Sarah. Mas também quer que sejam cedo, já que decidiu usar a tarde de hoje para estudar o livro velho que encontramos na biblioteca. Como um bom namorado que sou, tudo o que posso fazer é concordar.

Termino de colocar minha jaqueta azul e me olho no espelho, admirando minha própria aparência. Lindo, como sempre!

Vejo a porta do quarto se abrir, relevando Hansel na entrada. Ele me olha com expressão de aborrecimento.

– Estamos cinco minutos atrasados! Vamos! – diz ele, se virando de costas para mim e indo embora. Claro, às vezes me esqueço que ele fica estressando quando não segue seus horários planejados.

– Bom, sinto muito por levar tanto tempo para ficar pronto, para impressionar meu namorado! – digo sarcasticamente, seguindo-o.

– Estamos indo para a floresta, Enji, não há necessidade de se arrumar tanto. Além disso, você sabe que o acho lindo por natureza – diz ele com extrema naturalidade. Meu coração começa a se acelerar; Hansel tem tremenda habilidade para me deixar envergonhado, ele faz isso de olhos fechados.

Não digo qualquer palavra, apenas me achego ao seu lado e seguro sua mão. O frio de sua pele se mistura ao calor da minha, deixando nossas duas mãos na mesma temperatura. Só o ato de andar de mãos dadas a ele me faz querer enlouquecer; mas ao contrário de mim, Hansel sempre mantém sua compostura intacta, como se nada pudesse afetá-lo. Qualquer outra pessoa que o visse jamais diria que ele tem qualquer fraqueza. Mas eu sei o que se passa em sua mente, eu sei seus medos, suas preocupações.

Imagino que este seja uma das ironias da vida. Aqueles mais seguros são os que se sentem mais vulneráveis por dentro. Mas ele é o filho do diretor, o aprendiz, foi moldado para ser perfeito desde a infância. Só agora consigo ver o peso de tudo isso.

Nós dois levamos o nosso tempo para chegarmos a uma das trilhas da floresta. Andamos juntos por alguns minutos, conversando bobagens pelo caminho, aproveitando a companhia um do outro. Não há muitas pessoas nas trilhas hoje, passamos por um ou dois no nosso decorrer, mas durante a maior parte do tempo, ficamos sozinhos.

Em um determinado momento, Hansel puxa minha mão para um trilha mais afastada, uma que nunca vejo pessoas passando por ela.

– Aonde vamos? – pergunto curioso.

– Há um lugar que quero ver, que fica logo mais a frente por esta trilha – responde ele.

Eu não o questiono, apenas o sigo, confiando que sabe qual caminho está pegando. Assim que a trilha acaba, nos encontramos em um clareira cheia de grama verde e cercada por árvores altas. Há uma árvore que se destaca no seu fim, ela é maior do que todas as outras. É a visão de um verdadeiro paraíso. Apesar de não conter um espaço muito grande, é linda, cheia de flores, como a parte encantada de uma floresta.

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