Capítulo II - Sinto muito

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Ao ouvir seu nome ser pronunciado pelo alfa, Midoriya o fita e sorri afável e diz:

– Já sabe o que vai perdir, senhor? – Questiona formalmente.

Izuku não podia sair da formalidade, estava trabalhando. Caso seu chefe percebesse que fosse informal no ambiente de trabalho chamando um cliente importante por seu nome, seria seu fim. Tinha o dever de manter as aparências no seu ofício.

Todoroki se sente constrangido, havia sido só ele a sentir a falta do outro durante todos aqueles anos? Ansiou todos os dias, no quais estavam separados, em se vê livre das amarras do pai para voltar para os braços do seu ômega. Izuku estava com um olhar mais maduro e centrado, olheiras se acumulavam em torno de seus olhos, tinha um semblante exausto, como se nunca pudesse descansar. Ficara preocupado, se questionando o que deve ter ocorrido na vida do esverdeado naqueles anos.

Midoriya age com extremo profissionalismo não se deixando abalar com o comentários rudes a seus respeito dito pelos outros alfas. Por muitas vezes trocou olhares com Shouto no intuito de acalmá-lo para não tentar defendê-lo, sabendo Midoriya o quanto aquilo somente pioraria as coisas para si. Ficou espantado ao perceber a preocupação do alfa para consigo. O jeito zeloso e gentil dele não mudara em nada, continuava o mesmo de sempre. Apesar de ter mudado em outros pontos. Como ser mais cauteloso ao falar, saber como coagir outrem a fazer aquilo wue desejava. No pouco tempo que viu Shouto dialogando na mesa com outras pessoas, observou isso.

Izuku tinha plena noção da responsabilidade de dizer a Todoroki sobre a existência da filha deles, era direito dele saber disso. Ele era o pai da menina. Nunca achou antes que voltaria a vê-lo, havia perdido as esperanças. Como desejou rencontrá-lo em todo o tempo. Contudo, entendia do quanto a vida de ambos tinha mudado. Por isso, não queria sonhar demais, seu sentimentos por Shouto não mudaram depois de todo o tempo, mas não sabia se era o mesmo para ele. Muito provavelmente já devia tê-lo esquecido e até estar noivo.

O ômega suspirou derrotado, a simples ideia de ver aquele que tanto ama casando com outra pessoa destruia seu pobre coração já tão destroçado.

Logo Izuku recordar da hora, estava atrasado para buscar Izumi. Contudo precisava falar a respeito dela para seu pai. Não encotrava palavras em sua mente tão ardilosa para fazê-lo. Sempre soube uma infinidade de palavras, sabia dar aulas a crianças, contudo tinha nenhum pingo de tato social. Ele era preciso naquele momento. Porém, não devia existir nenhum tutorial na internet de: "como revelar a paternidade a uma pessoa que não sabia que era pai?".

Logo os acompanhantes de Shouto se foram restando apenas o bicolor que estava determinado a conversar com Midoriya não importando o que ocorresse.

Izuku estranha uma ardência a se espalhar por seu corpo. Sente náuseas e uma enxaqueca. Ao dar por si relembra ter se sentido isso há anos atrás. Não sabia a razão disso. Será? Estava no cio? Como poderia ser? Por ser recessivo seu cio sempre foi desregulado. Quando ainda estava na escola e namorava Shouto ele era regular, contudo, desde a separação deles e após o parto de Izumi nunca mais havia retornado. Havia ido no médico o qual lhe disse ser normal isso ocorrer com ômegas recessivos após o parto quando não tinham um parceiro definido ou marca. Lembrava perfeitamente do espanto do doutor ao tê-lo dito ser pai, ficou muito surpreso, era dificílimo uma gravidez de um ômega recessivo vingar e a criança nascer com saúde.

Ao sair do estabelecimento em que trabalhava, Izuku encontra Shouto, o qual lhe esperava do lado de fora. Estava encostado em seu carro de maneira despojada e com a gravata froxa. Shouto fitava o céu estrelado pensativo. Logo que o bicolor sente o cheiro de Izuku volta sua atenção a ele, lhe lançando o sorriso mais belo que havia visto na vida. Izuku se sentiu quente, a enxaqueca se intensificando, seu cio estava cada vez mais próximo. Crispa as sobrancelhas, não podia perder a cabeça, caso assim o fizesse sabia perfeitamente que pularia em Shouto buscando aliviar-se.

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