PRONOME NEUTRO | aviso

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Olá robocopers, tudo bem? Tive a iniciativa de trazer um assunto em específico com vocês, motivada por situações desagradáveis e terceirizadas, e porque acredito ser ide muita importância para vocês que consomem essa obra. O assunto é a LINGUAGEM NÃO BINÁRIA (LNB).

Verdadeiramente peço que se interessem por esta nota e leiam até o final para compreender o que realmente quero trazer com este tópico. Grata, tia Cherry ˚₊·♡ •




 Grata, tia Cherry ˚₊·♡ •

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NOTA INFORMATIVA

Como bem sabem, a linguagem neutra é abordada na Fanfic em alguns momentos seja com relação e Jein, namorade não binário da Melissa ou sobre Jaemin, que apesar de se tratar de um Sofware virtual, é baseade igualmente em uma pessoa real que é não binário (oops, spoiler?).

E essa inserção é colocada de maneira natural pois embora se trata de uma distopia, ao menos em alguns aspectos eu visava uma perspectiva boa para o futuro através de ações políticas, como a obrigatoriedade da Língua dos Sinais e a inclusão dos pronomes neutros na Alfabetização. O meu intuito, como autora, é trazer normalidade e proximidade à pluralidade de leitores que fazem consumo da obra. É isso não foi trago pensando que alguns de vocês, cis, simplesmente não concordassem com os Pronomes Neutros. Em NENHUM momento dei essa brecha alá Instagram de fofoca sensacionalista. (exemplo: Vocês concordam? O que acham disso?) Não. Eu não dei abertura porque exatamente esse assunto não é questionável.

Os pronomes neutros não são de uso somente do indivíduo que os utiliza, não é uma opção. É um pronome de tratamento, se você quer se referir a pessoa que os utiliza deverá usar elu/delu e fim de conversa. Se alguém, com a mentalidade fechada diz "não consigo utilizar" também está dizendo "eu não consigo nem me COMUNICAR com e outre" porque se você não se referir da maneira como é outre se sente confortável, você estará es invalidando, sendo transfóbico, simplesmente! Vamos parar de nos fingir de idiotas para questões tão importantes quanto estas, onde já se viu? A vida das pessoas não é uma brincadeira.

DE MANEIRA MAIS
CLARA E CIENTÍFICA


A linguagem é uma das armas mais poderosas dentro da sociedade e com ela podemos questionar as relações de poder; é através da linguagem também que podemos compreender quem somos no mundo pois, "as lutas pela igualdade e justiça podem ser alcançadas através da linguagem, pois assim os problemas podem ser expostos, contestados e, consequentemente, reconstruídos através da língua" (CERVETTI, 2001, p. 35, apud LAU, SANCHES 2019). A finalidade primordial da linguagem não-binária é "trazer uma reflexão acerca do binarismo presente na Língua Portuguesa e a dificuldade de pessoas que não se identificam com o binário de gênero (homem x mulher) nas formas escrita e falada" (LAU, 2018, p. 13).

A língua portuguesa é, por natureza, binária, o que não significa necessariamente na impossibilidade de que suas variações e mudanças não se adequem às propostas da comunidade LGBTQIAP+, sendo este também um fenômeno natural da língua, adaptar-se aos seus falantes e suas necessidades sociais. Não em vão, há estruturas linguísticas que funcionam de forma fluida e que não são construídas por concepções binárias, entre elas a Língua Brasileira de Sinais, reconhecida oficialmente como segunda língua oficial do Brasil, onde o gênero não fica explícito nas palavras, mas no contexto e interação dos interlocutores. Portanto, trata-se fundamentalmente de aspectos de desconstrução social e reeducação linguística. (AMARAL, et al. 2021). Uma importante diferença do sistema linguístico da Libras e da Língua Portuguesa é que só sabemos o gênero binário da palavra se ele for marcado antes; sem isso, a palavra se mantém "neutra"; diferente da Língua Portuguesa que, na forma escrita/falada é marcada ao final da palavra de forma feminina ou masculina, sendo que a forma masculina tem um prestígio social maior e é utilizada como "generificador" nos discursos. (LAU, SANCHES 2019).

Nossa língua é difícil, muito rica mas muito expandida, imagine só englobar o dialeto de todas as pessoas do quinto maior país do mundo? E em principal, ela está em CONSTANTE mudança e evolução porque é exatamente dessa forma que manifestam-se as revoluções, 'Robocop Pan' também aborda revoluções e a inserção dessas adequações linguísticas não é atoa, são pequenos atos revolucionários que são validade a valores humanos de existência e identidade de todas as pessoas. Todos nós possuímos os direitos de sermos reconhecidos como indivíduos atuantes em sociedade, exercendo funções e vivendo nossas vidas obtendo o mínimo de respeito e dignidade ao menos na forma como somos recepcionados pelo mundo.

Um dos motivos pelos quais esses discursos hiper aversivos e de idealogias de ódio perpétuam ativos em inúmeros locais é porque infelizmente quem determina essas mudanças são as instituições de poder e essas revoluções somente acontecem quando se há benefício monetário ou não altruístas. É uma das opções pensadas para combater essas falácias e conseguir perspectiva para essas discussões é o uso do LETRAMENTO CRÍTICO.

O letramento crítico busca engajar o aluno em uma atividade crítica através da linguagem, usando como estratégia o questionamento das relações de poder, das representações presentes nos discursos e das implicações que isto pode trazer para o indivíduo em sua vida e comunidade" (MOTTA, 2008). Questione-se porquê somos um dos poucos países a não possuir a linguagem neutra tal qual países de primeiro mundo que reinam desinformação, como EUA? Porquê é benéfico para as empresas, as instituições monetizadas lucram com as caixas binárias sociais, produtos neutros vendem mas produtos binários vendem o dobro, essa é a realidade, dinheiro, poder, estrutura, hierarquia, capital. É tudo culpa do capitalismo e a ignorância patriarcal existente dentro de vocês que ainda encontram dificuldades em se adaptar a constância com que o mundo se faz mundo globalizado.

CONSIDERAÇÕES
FIN AIS

Como autora gostaria de pedir desculpas a Comunidade Não binária e pessoas que se identificam com pronomes neutros caso encontrem comentários de leitores que os desvalidem, verdadeiramente em nenhum foi meu intuito dar abertura para tais discussões. Prezo e rezo por um mundo que os aceite e lhes respeite como humanos possuidores de direitos constitucionais e desejo todo o carinho do mundo. Possuo inúmeres leitores e amigues e filhes muito amades por mim e por quem eu me preocupo com o consumo desta obra, bem como outros gêneros. A inclusão é algo de extrema importância e não deveria ser pauta e sim algo que já havia de ser comum em nosso cotidiano, mas que infelizmente precisamos lutar por melhorias.

Peço que lutem, que chorem, desfrutem de suas vivências, experiências e exigências e saibam que são muitíssimo válidos e que merecem serem reconhecidos da maneira como se sentirem confortáveis. Vocês são merecedores do céu ˚₊·♡ •.˚⚘ ⋆.*.ゞ . ° ˚♡ ⋆。˚ °₊ ‧ :☁️: +°

Para mais informações por favor consultar artigos de informação relacionada, documentários, podcasts e sites que abordam o assunto de maneira atualizada e verifica pois pessoas não binárias não tem a obrigação de explicar lhes sobre a respeito de nada caso não queiram, é uma obrigação individual de atentar-se para estudo e busca de melhoria, não uma responsabilidade alheia. Estudem robocopers, estudem e faram um mundo melhor.

- Cherry៚

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REFERÊNCIAS:

AMARAL, V. ET AL. O uso dos pronomes neutros nas organizações. 2021.

CERVETTI, G.; PARDALES, M. J.; DAMICO, J. S. A tale of differences: comparing the traditions, perspectives and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading Online, v. 4, n. 9, 2001.

LAU, Héliton Diego, SANCHES, Gabriel Juan. A linguagem não-binária na língua portuguesa: possibilidades e fazendo sua história. 2019.

LAU, Héliton Diego. Pelo direito e orgulho de ser heterossexual no terceiro domingo de dezembro. São Paulo: Pimental Cultural, 2018. (título irônico*)

MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Ideologia linguística: como construir discursivamente o português no século XXI. In MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Português no século XXI: cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo: Parábola, 2013, p. 18-31.

MOTTA, Aracelle Palma Fávero. O letramento crítico no ensino/aprendizagem de língua inglesa sob a perspectiva docente.

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