Capítulo 26

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Maria Rita

Abri meus olhos devagar temendo sair de um sonho perfeito. Eu não queria acordar e descobrir que a realidade continuava igual. Que André era só um sonho.

Olhei em volta e tudo parecia exatamente igual, exceto por André deitado em minha cama completamente relaxado.

Não foi um sonho.

Não foi um sonho.

— Não foi um sonho — ele falou mesmo de olhos fechados. Comecei a rir de nervoso. Ele tinha essa mania de estar dentro da minha cabeça.

Ele se virou para meu lado e me encarou com seus incriveis olhos negros. Seu sorriso mostrava que ele estava feliz e isso me aqueceu por dentro — Nunca mais eu durmo em outro lugar — falou me puxando para perto do seu corpo — Sabe a quanto tempo eu não durmo tão bem? — fiz que não com a cabeça — Mais de 8 anos, tenho insônia desde pequeno, mas por um tempo os tônicos controlaram a situação até que não fizeram mais efeito.

— Se conseguiu dormir melhor, me sinto honrada por isso — ele sorriu.

— O mérito com certeza é todo seu.

Nossas peles voltaram a se tocar e meu corpo instantaneamente se acendeu e vi o sorriso malicioso que surgiu em seus lábios.

— Não preciso dizer que estou a disposição para que me use da forma que achar melhor — ele piscou e eu comecei a rir — Como você está se sentindo?

— Estranha, está doendo um pouquinho, mas não é nada fora do comum.

— Então vamos dar um tempinho para que descanse — ele me apertou mais em seus braços e beijou o topo da minha cabeça.

— André, eu amo você — falei num sussurro, com medo das minhas palavras.

—Eu amo você, Maria Rita — me apertei ainda mais em seu peito com lágrimas brotando dos meus olhos. Lágrimas de felicidade.



André

Ficamos assim por bastante tempo, conversando sobre banalidades dos nossos passados até que nossos estomagos começaram a reclamar alto demais e nos levantamos para tomar o café da manha.

Kate já tinha deixado tudo arrumado e nos sentamos desesperados para comer tudo o que tinha ali.

— Senhor, tem duas pessoas o aguardando no escritório.

— Agora, tão cedo? —falei sem entender.

— Joaquim me disse que eles poderiam entrar e aguardar no seu escritório. — olhei para Maria e ela estava assustada.

— Joaquim não conhece ninguém daqui — peguei o guardanapo e limpei minha boca me levantando. — Me espere aqui, vou descobrir quem são.

Eu estava um pouco irritado com essa intromissão, mas sabia que se meu motorista os conhecia eram pessoas importantes.

— Achei que não iria acordar mais. Levando em consideração seu histórico — Álvaro levantou um copo assim que abri a porta do escritório.

— Realmente Colinas fez bem para você — Antônio estava no outro canto com um livro na mão.

— O que fazem aqui? — falei assustado e ao mesmo tempo feliz por ver aqueles dois ali. Os abracei com empolgação.

— A primeira carta que me mandou me deu a dimensão do que iriamos encontrar aqui. Na segunda eu tive certeza que o cenário era pior do que eu imaginava e nada melhor do que ter os irmãos para administrarmos o problema da melhor forma.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora