Capítulo 41

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Maria Rita

Sai de trás do meu marido para ver se meus ouvidos estavam me pregando uma peça. Eu me lembrava perfeitamente da sonoridade daquele timbre.

— Ritinha? — ela me olhou assustada. — Meu Deus do céu, é possível que seja mesmo a minha filha?

— Ah mamãe — corri ao seu encontro e a abracei com toda a saudade que existia em meu peito — Eu não acredito que está vivos — meu pai estava ao seu lado e nos abraçou.

— Como é possível? Te procuramos por toda parte — ela me encarou olhando no fundo dos meus olhos — Eu não acredito que você esteja aqui.

—Minha filha, nós andamos em tudo quanto foi lugar atrás de você, mas você sumiu sem deixar rastros. — meu pai falou.

— É uma longa história.... — suspirei a abraçando ainda mais. — Mas teremos tempo de exclarecermos tudo.

— Ah com certeza sim, nunca mais iremos nos separar — sorri olhando apra os dois. Ouvi um pigarrear atrás de mim e me virei para André que estava emocionado.

— Mamãe, papai, quero apresentar a vocês meu marido. Conde André Campos.

— Conde? — os dois falaram juntos.

— É um prazer finalmente conhecê-los. Maria fala muito sobre vocês — meu pai apertou forte a mão dele e minha mãe o abraçou meio sem jeito.

— Da para acreditar André? Da para acreditar que esse dia só fica melhor?

— Você merece o mundo, querida — sorri para ele e olhei para meus pais que o encaravam abobados.

— Então senhora, essa é ou não é a verdadeira dona das terras. — tinha até me esquecido onde estava.

— É claro que é, n]ao está vendo a comoção. Acha que é sempre assim quando vejo minha filha? Aquele madito homem destruiu nossa família e por um milagre ela acabou de ser refeita.

— E vai aumentar — André não se conteve e fique vermelha.

— Oh, não me diga que....

— Já falei pro André que eu acho, ainda não é certeza, tenho que ir a um médico.

— Por isso viemos resolver os papeis, quero levá-la de volta para Antunes para o médico da nossa confiança.

— Escutou marido, além de termos nossa menina de volta, ainda vamos ser avôs.

— Vocês querem ir conosco até nossa casa? Precisamos conversar e saber mais sobre vocês — O pai de Maria falou um pouco sem jeito. — Ou podemos ir até a de vocês, o que for mais perto.

— Vamos para nossa casa, assim pelo menos se os enjoos voltarem, Gabriela já sabe o que me dar.

— Não vão assinar o documento? — eu nem lembrava do homem do cartório.

— Não, o terreno é dos meus pais, deve ser colocado no nome deles agora.

— Que isso minha filha, ele deve ficar com você e com o bebê, vocês sim o merecem. É a nossa herança para vocês.

— Eu não posso aceitar, eu não....

— Pode e vai — meu pai tomou a frente e olhou o documento que era entregue a ele. — Você e seu marido farão bom uso dele. Assine. — olhei para André sem saber exatamente o que fazer, mas ele concordou que o melhor seria que eu aceitasse o terreno e no futuro veriamos o que fazer.

Assinei os papéis e fomos direto para casa tagarelando. André só nos observava e sorria e eu não conseguia parar de abraçá-los.

Chegamos em casa e tudo parecia muito diferente para eles. Pelo que me lembro nossa vida nunca tinha sido fácil e depois do que aconteceu tenho certeza que as coisas só pioraram.

— Filha, me esclarece uma coisa, se o seu marido é o conde, você é...

— Sim, papai, eu sou a condessa de Dion, na verdade uma delas.

— Não entendi — minha mãe falou. Ainda nem tinhamos entrado dentro de casa quando o assunto começou. André abriu a porta para nós e disse que iria pedir a Gabriela que nos service um bule de café e alguns biscoitos.

— André é o filho do meio, de três irmãos, meu sogro tinha muitas terras e um bom relacionamento com a coroa. Assim conseguiu dividir o seu condado em proporções entre os três filhos. Minha cunhada Rose é que é a Lady de Dion, a condessa maior se assim podemos dizer, mas eu e Emma também somos.

— E como o conheceu? — minha mãe falou.

Olhei para André que se sentou no braço da poltrona onde eu estava e segurou minha mão. Contei tudo do ínicio ao fim, tudo pelo que passamos e tudo que foi preciso para chegarmos até aqui.

Minha mãe chorou muito durante a história e eu não podia ficar para trás. No final eramos duas mulheres vermelhas e remelentas.

— Nós te procuramos tanto. Mas tanto, só fomos para o lado errado.

Ela nos contou que assim que sai da casa, outro pedaço desmoronou e abriu um vão pelo qual eles conseguiram passar com dificuldade, por conta da fumaça e dos ferimentos, as pessoa que os acolheram os esconderam por uns dias, para que o coronel tivesse a certeza de que eles haviam morrido.Assim que melhoraram começaram a me procurar em todos os hospitais, orfanatos e abrigos que existiam na região, mas não conseguiram nada. Então por fim acreditaram que eu tinha morrido dos ferimentos e sido enterrada como indigente. Só tomaram coragem de ir enfrentar a pessoa que eles acharam que queriatomar o meu lugar por acreditar que eu realmente estava morta.

— Mas Deus não falha nunca. Sempre existiu uma pequena parte minha que tinha certeza que você estava viva. Eu nunca quis perder as esperanças e veja só, eu estava certa. Coração de mãe não se engana!

Me levantei e fui até ela para abraçá-la novamente. Gabriela chegou com o chá e as bolachas e eles continuaram nos contado pelo que tinham passado.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora