Capítulo 36

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Maria Rita

A casa da família Campos estava lotada. Eu não sabia onde mais pessoas poderiam caber se continuasse a chegar.

Eram duques, condes, viscondes e barões. Amigos da realeza e admiradores. Curiosos e expeculadores. Tanta gente que já estava me dando nos nervos.

André andava de um lado ao outro alheio aquela infinadade de pessoas. A noite foi longa e ele não pregou os olhos um minuto se quer. Tentei ficar acordada com ele, contudo o cansaço levou a melhor e quando acordei ele já não estava mais no quarto.

Me senti péssima por isso, mas sabia que não tinha o que fazer. Não havia nada no mundo que eu pudesse fazer para diminuir o estrago que tinha sido feito em seu coração.

— Pode levar para mim esses aperitivos? — Rose me entregou uma bandeja sem eu ao menos aguardar minha resposta.

A coloquei na mesa e fui para a cozinha tentar descobrir no que mais eu seria útil.

— Coloque mais água para ferver.

As cozinheiras de todas as esposas estavam ali para ajudar, conjuntamente com as governantas. Uma queria mandar mais do que a outra e tudo estava um caos no final.

— Posso ajudá-las em algo? — Dona Ana foi a primeira a me olhar, agora seu olhar para mim já não era tão duro. Ela realmente percebia as mudanças e isso me agradava muito.

— Senhora, fique lá com seus familiares, nós cuidamos de tudo — tentei argumentar, mas não consegui. Frida, cozinheira de Emma me disse o mesmo e Bianca e Luana também me olharam com sorrisos de empatia

— Não se preocupe senhora, tenho certeza que somos capazes de achar uma forma de trabalharmos todas juntas — Odina falou olhando feio para todas — Afinal esse é minha cozinha — o silêncio reinou — Não fique preocupada com nada.

— Não exitem em me chamar — todas confirmaram com a cabeça e voltei para aquela loucura.

Haviam pessoas que estavam realmente tristes com a morte do conde. Diziam que tinha sido prematura e que não entendiam como um homem saudável como ele poderia ter ficado doente tão rápido. Já outros diziam que era uma infelicidade que todos os herdeiros já fossem casados.

— Viu a condessa? — Emma torcia as mãos.

— Não vi, algum problema?

— Não sei, Álvaro me pediu para ficar de olho nela e ela me disse que iria ao banheiro, mas já faz quase 20 minutos, estou preocupada.

— Vamos procurá-la.

Emma foi para o lado esquerdo e eu para o direito. A casa era enorme e ela poderia estar em qualquer lugar. Com certeza só queria um pouco de paz.

— O que foi? — André me interceptou assim que entrei no comodo onde ele estava, tentei sair de fininho, mas ele foi mais rápido.

— Nada, só estou procurando sua mãe. — falei o mais casual possível.

— Aconteceu alguma coisa com ela?

— Não querido, só quero saber se ela precisa de alguma coisa — ele sabia que eu estava mentindo. Meu lado Maria Rita era transparente demais aos olhos dele.

— Vou com você — pensei em fazê-lo desistir, mas se o fizesse seria ainda mais evidente minha preocupação.

— Ela vai gostar de ver alguém que ama — falei e ele me acompanhou de volta ao salão.

Um duque de quase 80 anos parou André e isso me deu a chance de fugir dele e voltar a minha busca. Andei por toda a ala dos funcionários, lavanderia e subi para os quartos. Ela não estava em lugar algum. Sai para os jardins e escondida atrás da fonte vi sua silhueta sentada no banco.

O conde domado - Livro 3 - sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora