[10] Alegrias momentâneas

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#PlutaogostaJungkook

☄️

13 de março de 1985

Quatro dias haviam se passado desde o diagnóstico de Plutão, porém, aos olhos de Jungkook haviam se passado séculos.

Nesse período o ex-planeta havia mudado completamente: Ele parou de acordar antes do nascer do sol, visto que estava impedido de admirá-lo, além de parar também de fazer companhia para o Jeon ao longo do dia, pois já não tinha forças para passar sequer cinco minutos fora da cama.

Jungkook tinha ciência de que aquela era a primeira crise que atingia a saúde de Plutão e de que essa era a razão para tamanha indisposição, porém, isso apenas multiplicava por milhões a sua preocupação; ele temia que o pior acontecesse sem que ele pudesse fazer algo para impedir.

Exatamente como havia acontecido com Taemin e também com seus pais.

- Bom dia, Jungkook! - Cumprimentou Namjoon, enquanto entrava na cozinha carregando inúmeras sacolas. - Trouxe algumas coisas para o café da manhã.

- Você, por acaso, sabe bater em uma porta? - Questionou irritado, sem desviar o olhar das frutas que picava. - Ou invadir a casa dos outros é um costume seu?

- Ah, é sempre tão acolhedor vir à sua casa - ironizou com um pequeno sorriso, enquanto deixava parte das sacolas sobre a mesa. - Me sinto tão bem-vindo!

- Mas quem disse que você é bem-vindo, Namjoon? - Voltou-se para o primo, apontando a faca que utilizava em direção a porta. - As portas estão sempre abertas para você ir embora!

- Eu sei que você me ama mais que pão de mel, mas hoje você está mais arisco que o normal. - Deu uma breve risada. - O que houve?

- Você ainda pergunta?! - Arqueou as sobrancelhas, completamente incrédulo, enquanto permanecia usando a faca para gesticular. - É impossível ficar de bom humor com o Plutão nesse estado! - Suspirou, visivelmente frustrado. - Para mim, é como se ele estivesse em uma espécie de coma... Ele não se parece mais com aquele anjo alegre que conheci e eu não sei mais o que fazer para recuperá-lo.

Namjoon franziu o cenho, pensando em como poderia responder aquele desabafo sem invadir o espaço pessoal de Jungkook; sabia que o primo estava apenas suportando sua presença e que, devido ao ódio, recusaria qualquer abraço ou consolo. Porém, em contrapartida, ele não queria ficar de braços cruzados; queria, ao menos, dizer alguma palavra de conforto ou de incentivo.

Aquilo que Namjoon mais almejava era o perdão de Jungkook, pois estava farto de toda aquela distância.

- Olha, você não precisa dizer ou fazer algo para que eu me sinta melhor, pois absolutamente nada que vem de você me agrada - disse com desdém, como se tivesse lido os pensamentos do mais velho, enquanto lhe dava as costas novamente. - Guarde seu carinho para o Plutão, ele sim pode se sentir um pouco melhor com seus atos.

Namjoon suspirou, sentindo seu coração quebrar pela enésima vez, mas apenas juntou seus caquinhos em silêncio enquanto caminhava rumo ao segundo andar.

Jungkook também suspirou, sentindo um leve aperto no peito. No fundo, ele também sentia muita saudade de sua amizade com Namjoon, mas não conseguia ignorar o fato dele ter sido o principal culpado pela morte de Taemin.

- Tomara que o Plutão melhore logo - murmurou, antes de fechar seus olhos fortemente. - Não aguento mais esse desgraçado frequentando minha casa!

E após dar seu melhor para engolir a raiva e impedir um possível choro, Jungkook respirou fundo, voltando a abrir os olhos e se concentrando em terminar o café da manhã.

134340 • JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora