- outubro I;

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Justin se arrependera de toda a merda que havia dito antes mesmo de ouvir o portão automático fechar, depois de Karter passar por ele. 

Ela fora embora e ele ficara ali, no mesmo lugar que estava quando a viu mandá-lo para o inferno e sair pelo cômodo. E ele soube que, não importa se ela tinha errado com ele ou não, o que ele fez não justificava. O que ele havia dito a ela não justificava. Talvez outras pessoas, sim. Mas ela, não. 

Drew passa as mãos pelo cabelo, da mesma forma que fazia toda vez que se encontrava nervoso e respirou fundo, ouvindo o silêncio da casa. 

Em outras circunstâncias, eles poderiam ter resolvido aquilo na conversa. Ele poderia ter ouvido o que ela tinha a dizer e então pedido milhares de desculpas porque, de uma forma ou de outra, o que estava feito estava feito, e ele não tinha como voltar atrás. Mas então ele gastaria mais 80 doláres e melhoraria o humor dela com comida chinesa e qualquer jogo de basquete que estivesse passando na televisão, da mesma forma que havia feito várias e várias vezes. 

Mas hoje havia sido diferente. E Justin não sabia exatamente onde havia perdido o controle da situação. 

Havia sido na questão da conta? Improvável. Por mais que ele tivesse, tecnicamente, quebrado uma pequena regra, aquela escrita em letras miúdas no fim da lista de regras da amizade dele com Sadie, que se dizia "não pagar a conta de Sadie no hospital.", era uma situação contornável.

Havia sido o fato de as coisas estarem estranhas desde a Grécia entre ela e Ryan, e Drew não saber o que estava rolando? As chances eram quase inexistentes. Aquilo não realmente dizia respeito a ele, e se ele quisesse saber o que estava acontecendo numa tentativa de ajudar a resolver o problema, cada um estava a uma ligação de distância. 

E então sobrava apenas um motivo. E um motivo que Justin não queria muito que fosse o estopim da briga, mas infelizmente era. E ele sabia que era. E ele não gostava disso. Não por ser o que era. Mas por colocar em dúvida coisas que Justin já havia como muito bem estabelecidas, estáveis e confiáveis em sua vida. Uma dessas coisas era Sadie. 

Claro, a questão da conta estremecia as coisas. Mas o fato é que ela estremecia coisas que já estavam fragilizadas - por causa da situação de Hailey. E um prédio frágil no meio de um terremoto cai. 

O que desestabilizava Justin era o fato dele não saber os reais motivos por Sadie não ter contado a ele que ela havia encontrado-se com Hailey. Isso fazia ele duvidar não só de Sadie, como de Baldwin. Se Sadie não havia contado, ela tinha os motivos dela. E esses motivos poderiam estar ligados, ou não, a Hailey. Caso esses motivos estivessem ligados a Hailey, isso fazia Justin questionar o pouco que ele sabia da modelo. 

E por mais que nunca fosse confessar isso, tanto Justin como Sadie não queriam duvidar de Hailey como pessoa - algo que ambos faziam agora. Isso porque duvidar de Hailey como pessoa agora significava que, o que quer que o destino estivesse reservado para Justin, não estava ali, estava fora da zona de conforto dele. E o que quer que estivesse fora da zona de conforto de Justin, significava que era algo que ele não possuía contato direto no momento, ou talvez nunca tenha tido em nenhum ponto de sua vida. E isso preocupava a todos que se importavam com ele.

Nos últimos anos, Justin - o antigo Justin - havia conseguido estabelecer uma relação estável com as pessoas ao seu redor, sem precisar questionar as intenções delas. E isso era muito importante para o Justin do final de 2016, porque o Justin de 2013 estava vendo pessoas desconhecidas frequentarem a sua casa, frequentarem as suas festas, usarem e sumirem com o seu cartão de crédito por dias e então ver ele aparecer junto com os policiais na sua porta fazendo uma revista no imóvel à procura de drogas. Então, sim, relações estáveis e transparência eram crucial para Justin, talvez de uma forma que o novo Justin nem tivesse noção de como. 

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