Justin apertou a garrafa d'água entre as mãos, sabendo muito bem que o psicólogo esperava pelas suas palavras. Ele fez um muxoxo, como se dizer a verdade fosse lhe custar caro. Ele sabia muito que Dr. Phillip era uma das únicas pessoas na qual ele realmente deveria se abrir por completo e dizer o que pensava, mas era difícil olhar para o rosto de homem que ele conhecia há tão pouco tempo e dizer que ele estava com medo.
- Justin? - Phillip chama, como se quisesse se certificar de algo.
- Foi uma experiência boa. Lógico. Foi... - Justin se vira para ele, então caminhando até o sofá de couro e se sentando, apoiando os cotovelos nos joelhos. - Foi algo que nenhum de nós estava preparado, ou esperando, talvez. Mas aconteceu.
- E como você se sentiu?
- Bem. Ela devia ter mais ou menos a idade da Sadie, e estava muito emocionada. Nós conversamos e ela me perguntou se eu estava bem e me abraçou. As amigas dela estavam lá também. E aí me fez pensar: "Não pode ser tão difícil assim." Mas então, a Sadie me questionou se eu conseguiria fazer isso, sei lá, trinta vezes ao dia. E por mais que no começo eu saiba que as coisas pareçam ser legais, elas podem ficar cansativas. E aí eu me questiono: é o que eu quero fazer todos os dias pelo resto da minha vida?
- Sabe que é uma decisão que não precisa tomar agora, não sabe?
- Sim, eu sei. Eu ainda estou... Pegando o jeito da coisa, sabe? Eu toco os instrumentos, eu ouço minhas músicas antigas, eu checo anotações, letras de músicas que tocaram no mundo todo... E tudo parece bom. Mas eu tenho medo de chegar um momento e eu perceber que talvez não seja exatamente isso o que eu queira fazer. Perceber que eu realmente não sou o mesmo Justin de antes.
- E você já parou para pensar de onde esse medo por estar vindo?
- Eu... De todo lado, eu acho. - Justin confessa, olhando para um ponto fixo do escritório. Ele está imerso em seus próprios pensamentos, tentando realmente mostrar o que sente. - Eu posso não me lembrar das coisas, mas... Sei que ainda sou o Justin Bieber. E mesmo que eu me esquecesse disso todos os dias, sempre haveria algo para me lembrar.
- Você não me parece nem um pouco contente com isso. - Dr. Phillip comenta, fazendo anotações.
- Não é que eu não estou contente. Mas para todo lado que eu olho, há quase que um lembrete sobre como eu possuo essa versão famosa e que faz shows e canta e que uma hora ela vai bater na minha porta de novo e dizer que eu preciso voltar. E eu tenho medo de não querer voltar, e isso acabar decepcionado as pessoas à minha volta... - Ele faz uma pausa, mas não é longa o suficiente para Dr. Phillip assumir as rédeas da situação. - Para ser sincero, em alguns momentos, até Sadie é um dos lembretes e eu... Eu não quero arrancar isso dela.
O psicólogo de Justin não comenta por um segundo, refletindo sobre as palavras do seu paciente.
- Justin... Quando você pensa sobre isso, mas se tratando de quando você era uma criança, o que vêm à sua cabeça?
Drew pensa por um segundo, como se estivesse revirando um baú que, por mais que não esteja muito cheio, as coisas parecem difíceis demais de serem encontradas.
- Eu me lembro de... Ser criança. E ser apaixonado pela música. Por sons. Eu tocava bateria e tocava violão e eu simplesmente adorava o som que os instrumentos faziam. E então eu descobri que sabia cantar. E era tudo que eu queria fazer. E eu queria ser reconhecido por isso. Eu queria que as pessoas me deixassem cantar.
- É normal que você se sinta confuso em certos momentos quando se trata do que você realmente quer para a sua vida. Muita coisa aconteceu e você está parado há quatro meses. E você teve uma grande perda de memória relacionada a algo que você gostava. É normal pensar, nem que seja por um segundo, que você não gosta mais. Mas pensar que você precisa fazer isso porque há pessoas há sua volta que esperam que você faça isso, não é a coisa certa. Apenas irá causar desgaste psicológico e emocional a você. Não precisa correr contra o tempo. Seu empresário te deu o ano inteiro, certo?
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Find You // bieber
FanfictionVocê pode encontrar Sadie Karter em três lugares: na escola, no Twitter ou no hospital. Uma estudante nota A, belieber há 7 anos e com a irmã internada, ela tenta manter as rédeas da vida curtas o suficiente para estar no controle o tempo todo. Pre...