- maio III

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- Será que nosso destino está traçado? - Justin perguntou, colocando uma colher de sorvete na boca. Sadie faz o mesmo que ele, e vê a mãe arquear uma sobrancelha, enquanto dobrava a roupa limpa, na outra ponta do sofá.

- Do que está falando? – A garota pergunta, e sente o cérebro quase congelar por ter colocado sorvete demais na boca. Ela aperta um ponto no centro da testa como se a ação fosse ajudar.

- Tipo... - Ele parou por um minuto, e aí colocou outra colherada do sorvete de flocos na boca. - Será que tudo que vai acontecer conosco, já está planejado? Tudo nas nossas vidas? Alguém já escreveu num caderninho?

- Está falando de Deus? – Ela questiona, não levando a conversa dele muito a sério. Sadie estica as pernas pelo estofado, e apoia os dois tornozelos em um dos joelhos dele.

- Não sei se estou falando de Deus. - Ele apontou.

- Só faz sentido se você estiver falando de Deus. – Diana diz, e Sadie concorda. O Universo não se daria o trabalho de escrever todas as nossas vidas num caderninho. Ele estava ocupado demais se expandindo infinitamente a todo momento.

- Okay, então talvez eu esteja falado de Deus. - Justin disso, e cravou a colher no sorvete, mas deixou o pote de lado. Do nada, ele começou a apertar o pé de Sadie, que apenas observa. - Quero dizer, será que tudo nas nossas vidas foi detalhadamente premeditado para acontecer de tal forma ou ela é inteiramente nossa responsabilidade? Com cada escolha, ação e fala?

- Acho egoísmo colocar nossas vidas nas mãos de alguém. É um pouco... É uma desculpa, não é? – A belieber diz, tentando encontrar uma forma de dar a sua opinião, mas ela sentia que o assunto era complexo demais,

- Uma desculpa? – Diana faz um muxoxo, discordando. Ela usava calças cáqui, e uma camisa de botões. O cabelo loiro escuro estava preso em um coque, com a ajuda de uma caneta que ela havia pegado da escrivaninha de Sadie, enquanto elas conversavam em seu quarto.

- A vida é nossa. Não devíamos colocar a responsabilidade dela nas mãos de outro alguém. Isso é ser irresponsável.

- Isso se nós traçamos ela. - Justin disse. - Mas e se, desde que nasci, minha vida já estivesse determinada? Tipo, eu estava destinado a sentar nesse sofá e conversar esse assunto com vocês duas enquanto tomo sorvete de flocos, mesmo que você nem tivesse nascido ainda. - Ele aponta para Sadie, que franze a testa.

- Talvez. – Ela dá de ombros.

- Isso seria algo horrível. – A mãe de Sadie rebate

- Por quê? - Justin questionou. - Eu adoraria ler um livrinho com toda a minha vida. Eu adoraria ver o que vai acontecer no futuro e todos esses tipos de coisas.

- Seria horrível porquê... – Diana continua, enquanto juntava toda a roupa dobrada e deixava de lado, se sentando ao lado de Justin e estendendo a mão para o pote de sorvete, que ele entregou para ela. - Alguém escreveu ela. Alguém decidiu ela por você. Alguém decidiu que você iria ter um talento, se tornar famoso, ganhar dinheiro e reconhecimento por isso, para sofrer um acidente 10 anos depois e esquecer de tudo. Uma tragédia.

Eles ficam em silêncio por poucos segundos, e o próximo a falar é Justin.

- Você me pegou.

- Ela me assusta às vezes. – Sadie diz, estendendo o braço e passando a colher dentro do pote de sorvete, que já estava quase vazio.

- Ela tem um bom argumento. – Justin franze a testa, mas parecia convencido. Ele continuava apertando o pé de Sadie, como uma massagem. A garota mexe os dedos, chamando a atenção dele.

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