PRÓLOGO: Uma Alma Livre, Um Jovem Irresponsável

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“Doce lugar,
Que é eterno no meu coração,
Que aos poetas traz inspiração
Pra cantar e escrever

Ai meu lugar,
Quem não viu Tia Eulália dançar,
Vó Maria o terreiro benzer
E ainda tem jongo à luz do luar

Ai que lugar,
Tem mil coisas pra gente dizer,
O difícil é saber terminar...

Madureira, lá, lá, laiá...”

– Madureira (Arlindo Cruz)

Barra Da Tijuca - RJ

(6:15am)

O nascer do sol, sempre é de fato a coisa mais linda que um ser pode apreciar logo pela manhã, além de trazer seu calor e brilho, trás também novas esperanças, oportunidades, ou para uma mente mais pessimista: é um dia a menos no ano.

Da praia, a visão parecer ser mil vezes mais bonita, quando ele vem ao leste com os primeiros raios num amarelo perfeito, mais perecendo terem sido pintados pelo próprio Van Gogh, que de uma coisa é certa: amaria ver o sol nascendo em contraste com o azul celeste em que reflete o oceano das praias da cidade maravilhosa, a Barra é um dos melhores lugares a se apreciar o nascer e o pôr do sol, só perde para Ipanema e talvez Copacabana.

Era nisso que Richie Tozier estava pensando, enquanto assistia aquele raiar totalmente absorto, sentado sobre a areia enquanto degustava de um cigarro ao lado de seus amigos, haviam acabado de voltar de uma noitada do All In Pub e como se fosse uma tradição, o rolê sempre acabava na praia onde chegavam para: assistirem o aclarar do dia, refletir sobre as merdas feitas no decorrer da noite — e no limiar dos anos — filosofar sobre a vida, usar verdinha (maconha), trocar confidências solitárias, ou apenas ficarem ali em silêncio, como no caso de agora.

Ele não quis dividir a verdinha com os amigos, já estava embriagado o suficiente e, precisava chegar em casa pelo menos com um pouco de dignidade pra ouvir o esporro da mãe, ou no pior caso: do pai que sai para trabalhar em duas horas. Não que Richie não gostasse dele, muito pelo contrário, ele e o pai obtinham a melhor relação possível que um pai e um filho se permitem ter; Wentworth Tozier era um homem que apesar de não estar muito presente na vida do filho, ainda sim, sempre buscou saber dele, se estava indo bem na escola, na faculdade, ou como estão as “namoradinhas” e também, se preocupava com as saídas noturnas constantes de Richard.

O que torna duas vezes pior que a mãe, pois, mães são quase todas iguais em sua maioria, se preocupam até se você sai pra padaria e demora tempo demais, os pais, geralmente são “de boa” porém quando se irritam, brigam, ou chamam sua atenção, é porquê realmente o bagulho tá tenso pro seu lado e, é justamente por isso que a repreensão do pai, parecer ser bem pior que a da mãe, disso não há a menor dúvida.

— Ei, gayzão! Tô falando contigo! — Ele despertou dos devaneios, quando a voz mais alta de um dos amigos lhe chamou a atenção.

— Hm? O quê? — Retorna a órbita, o moreno de sorriso largo e bonito, tu mais alto ainda — Qual foi Mike?

— ‘Tava’ perguntando como que tu vai dar conta de viajar nesse estado? Richie, tu bebeu demais hoje, tá te aguentando nem em pé direito menor, mais uns copos e tu ia direto pra mão do palhaço.

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