EXTRA | É Hexa, Porra!

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“Olhe bem no fundo dos meus olhos e sinta a emoção que nascerá, quando você me olhar,

O universo conspira ao nosso favor e a consequência do destino é o amor, pra sempre vou te amar...”
  

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IPANEMA, RJ.

3 de junho, sexta-feira.
 
   

O sol saiu de trás dos morros iluminando toda a capital carioca, no entanto, a maioria de seus cidadãos já estavam de pé; os coletivos cheios, metrôs lotados, trânsito e buzinas de todos os lados possíveis, sinalizando que o dia já havia mais do começado, todavia, aquele não era apenas um dia comum na vida corriqueira brasileira, não, este dia era especial em todo o Brasil, um dia que levou cerca de 24 anos para acontecer outra vez, gerações novas nasceram e cresceram, outras se foram, mas ali estávamos nós, a um passo do nosso tão sonhado hexa.

Para todos os lados estavam bandeiras penduradas, as ruas enfeitadas de verde e amarelo, as pessoas trajadas com suas camisas da seleção; amarelinha, azul, branca, algumas de lá da copa de 2010, senão bem mais antigas, outras mais atuais, todas com nomes de seus respectivos jogares favoritos, desde Pelé até Romário, Bebeto, Ronaldinho, Ronaldo, Zagallo, Thiago Silva, Neymar Jr, Vini Jr…

Eram diversos, mesmo que não fizessem parte dos mesmos tempos, nem das mesmas gerações de futebol, no entanto todos esses tinham algo em comum: O desejo de tocar na taça de ouro que carrega as cores do Brasil, e que já foi conquistada cinco vezes pelo mesmo, alguns deles conseguiram, outros ainda estavam tentando, e seria hoje, o jogo final em busca da sexta estrela, e o prazer de tirar a taça das mãos dos Hermanos (argentinos), trazendo-a de volta para casa, de onde ela nunca deveria ter saído! 

E se há um evento que faz brasileiro se unirem mais do que o futebol, ainda haveremos de saber.

Em paralelo a todo o movimento da cidade maravilhosa já tão cedo, o sol também começou a invadir a janela dos edifícios, e em meio a eles, havia um cujo apartamento em específico, este localizado em um dos condomínios mais nobres de Ipanema, que possuía uma das melhores vistas para a praia, sem contar que, além de bem localizado, era também em um dos locais mais seguros da cidade, perfeito para quem quisesse (infelizmente apenas alguns pudessem) viver com muito conforto e sossego, era quase um sonho: acordar todos os dias tendo a vista para a praia, e para o famoso calçadão que deu origem a música ‘garota de Ipanema’. 

A centelha dourada passou a iluminar até a metade da cama, chegando primeiro no lado esquerdo, que era justamente onde Eddie repousava tranquilo, só que por possuir um sono muito leve, o calor em seu rosto passou a incomodá-lo, e o mesmo abriu os olhos sendo recebido pela luz calorosa e cheia de vida, como se o astro rei tivesse ali pessoalmente lhe saudando com um glorioso “bom dia!”. 

Espreguiçou-se gemendo manhoso, olhou no relógio, notando que eram quase seis da manhã, virou-se para o outro lado dando seu primeiro sorriso do dia, se deparando com o motivo dele dormindo serenamente de uma forma que dava inveja, visto que diferente de Eddie, Richie possuía o sono mais pesado que o de um adolescente que dorme só de madrugada, e tem o relógio biológico todo desregulado. Este, puxou ao pai, que pode estar ocorrendo até um terremoto lá fora balançando tudo, e nem isso será capaz de acordá-lo. Por isso, nem adiantava ir cobrir a janela, sabia que o sol não iria ser capaz de acordar Tozier numa sexta-feira, estando de folga, e às vezes nem mesmo Eddie era capaz de conseguir essa proeza divina.

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