Uma Briga, Um Castigo, e Uma Fuga

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Segunda-feira

1:02 (AM)

Eddie Kaspbrak estava quase adormecendo, quando sentiu uma mão macia acariciar sua costa desnuda, fazendo linhas e círculos com a ponta dos dedos e passeando pela linha da coluna, quando abriu os olhos levemente, e sorriu perguntando:

— Você não dorme, não?

— Não...

Ele responde abrindo um sorriso leve, ele está deitado de barriga pra cima, enquanto Eddie está deitado de barriga para baixo, ambos coberto com o edredom apenas da cintura para baixo, a penumbra azulada que escapa da vidraça, onde os prédios estão ao horizonte, ilumina apenas uma pequena parte do quarto, fazendo com que desse para ver nitidamente a felicidade e placidez na face de ambos, em que estão lado a lado, agora se encarando, enquanto as pálpebras de Kaspbrak pesam, devido por incrível que pareça, ele ter ficado com sono primeiro que Tozier.

— Não dorme Eds... — Richie pediu baixinho, virando de lado na direção dele, e tocando o nariz dele com o seu — Não tô pronto pra me despedir, não ainda.

— Eu também não... — Eddie abriu os olhos novamente, até que recebeu um selinho demorado nos lábios, que o fez despertar um pouco mais, então sorriu e sussurrou: — Tudo bem... Não durmo.

Virou-se de bruços também, ficando frente a frente com ele agora, sem deixarem de se encararem, ainda mantendo aquele leve sorriso genuíno, enquanto Tozier vê as luzes refletindo pelas orbes do outro.

— Eu tô muito feliz... — disse após quase um minuto de silêncio.

— Eu também... — Eddie engole o excesso de saliva — Ainda tô com medo de tudo isso aqui, ser apenas um sonho.

— Não é... Eu tô aqui, contigo. — Richie pousou a mão no braço gélido dele.

— É o que um sonho diria. — brincou, e ambos riram, então Richie lhe deu outro beijo, que não durou tanto.

— Convencido, agora?

— Não muito, eu tenho sonhos lúcidos às vezes, onde eu sinto as coisas.

— Eu também, mas no meu caso, geralmente são sonhos eróticos. — riram novamente, então Eddie segurou o rosto dele, fazendo carinho na bochecha, depois passando o polegar pelos lábios do outro.

— Ah, chee... — suspirou triste, nessas horas seus olhos ficaram ainda mais brilhantes.

— O que foi, amor?

— Eu tô tão apaixonado por você, acho que sempre estive, desde que te vi se balançando igual um boneco de posto no Helipa.

— Ei! — lhe cutucou e Eddie riu — Jura? Porquê se bem me lembro, meu príncipe cruel não foi nada gentil comigo, deu jus a esse apelido.

— É que... Eu não conseguia entender esse seu magnetismo.

— Magnetismo?

— Sim... Você atrai as pessoas tão facilmente, como se tivesse um ímã, onde chega é difícil não ser notado, mais difícil ainda, é não ficar encantado por ti... E isso me intrigava, só que ao mesmo tempo, me deixava ainda mais atraído. — olhou novamente nos olhos dele.

— Nunca ninguém falou algo tão bonito e poético assim pra mim, antes... — confessa sorrindo, ao mesmo tempo em que sentia que a qualquer instante seu coração iria pular boca à fora.

— Você me inspira, chee.

— E você me faz sonhar acordado, Eds.

Sorriram em sincronia, então se aproximaram mais uma vez e beijaram-se tal como fizeram durante a noite toda, e não se cansavam, apenas desejam mais e mais, porém, agora só lhes restavam exatas cinco horas para o nascer do sol, este que poderia romper aquele laço recém formado, de uma forma bruta e impiedosa, e aquele foi o único dia, em que Richie não desejou assistir o nascer do sol, queria que aquela madrugada fosse eterna, sua felicidade naquele momento estava dependendo totalmente dela, pois como dizem as falácias: a madrugada ficou para os poetas, as putas, os viciados, e para os que morrem de amor.

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