Um Carioca Perdido Em SP

1.4K 151 817
                                    

São Paulo - Brasil

Richie havia desembarcado no aeroporto de Congonhas em exatas 3:03pm (da tarde) o vôo havia atrasado por conta do tempo, quase fazendo o mesmo ter uma aneurisma, apesar de gostar muito de viajar, odiava aqueles perrengues de viagem, que ocorriam sempre. Embora não tenha sido uma viagem longa, deu pra ele descansar um pouco, sua cabeça estava para explodir de tanta dor, justo por não ter conseguido dormir direito e ainda estar virado (acordado a noite toda) jurando a si mesmo, que assim que chegasse à casa da tia, desmaiaria e só acordaria no dia seguinte.

Assim que pegou sua mala no saguão, foi a procura daquele que estava lhe esperando, avistou de longe Gilberto sentado num banco mexendo no celular, revirou os olhos e andou até ele, esperando chamar a atenção do mesmo sem precisar falar nada, resultado: ficou quase um minuto parado na frente dele, e o mesmo se quer desviou o olhar da tela do smartphone, do reflexo do seu óculos, deu pra ver que ele estava no Instagram curtindo fotos de mulheres de biquíni. Até que Richie limpou a garganta e ele finalmente olhou para si, o avaliando dos pés a cabeça.

— E aí, Richard! Nossa, como você está grande! Parece que cresce mais a cada ano. — Levantou e abriu um sorriso.

“É, meu pau também tá grande” — Respondeu mentalmente, teve de morder a língua para não deixar aquilo escapar, sendo assim, apenas respondeu um simples:

— E aí...

— Vamos antes da chuva cair, o dia todo tá assim, cinzento.

Apontou para a vidraça, do qual mostrava um céu realmente muito escuro, mas Richie não sabe se é chuva, ou poluição. Ele concordou e o seguiu para o estacionamento, sua mala estava bem cheia, sua mãe lhe obrigou a levar mais do que o essencial, sem contar que lhe deu um bom dinheiro para se manter durante os dias que tivesse lá, pois mesmo sendo um convite, ela não queria que eles gastassem em nada com Richie ali, ainda mais por saber que Gilberto vive reclamando.

Assim que chegaram, pensou que o homem teria a decência de lhe oferecer ajuda, mas ele apenas abriu o porta-malas do carro para que Richie colocasse sua mala ali, entrando no volante, Richie então, fez esforço pra carregar a mesma e colocar lá dentro, o porta-malas foi fechado, ele abriu a porta de trás, só que viu que o banco estava lotado de bagunça, caixas, papéis, objetos e ferramentas, teve que ir no carona mesmo.

Entrou, sentindo um forte odor de comida azeda, olhou para trás, vendo algumas embalagens de fast foods abertas e parecendo estarem lá há muito tempo, sua testa se franziu e seu estômago quase embrulhou, rezando para que ele abrisse logo as janelas no carro, ao invés de ligar o ar-condicionado, então eles saíram de uma vez, as janelas foram abertas para a felicidade de Tozier.

Não demorou para entrarem na pista “livre” pegaram a Avenida Dos Bandeirantes, seguindo reto, enquanto Richie observava a cidade através da janela. Não estava tão diferente desde a última vez que esteve ali, claro que teve a impressão de que haviam mais prédios ainda, São Paulo crescia ainda mais todos os anos, sendo assim, avistou um painel indicando a hora, também estava marcando 24°C graus na temperatura.

— E aí, como estão seus pais? — Gilberto puxou assunto, depois de quase dez minutos de completo silêncio entre eles.

— Estão bem.

Responde ainda observando pela janela, bocejou, seus olhos estavam bem pesados e ele os esfregou.

— Como vai a faculdade?

“Pelo amor de Deus...”

— Vai bem.

— Tem que aproveitar, a época da faculdade é a melhor que tem pra se divertir, na minha época, a gente se divertia de verdade, não é igual essa geração, que só quer saber de celular e essas merdas modernas de hoje em dia, a gente se divertia pra valer, sem frescura!

HELIPAOnde histórias criam vida. Descubra agora