HELIPA

Um Sumiço e Uma Visita Inesperada

Capítulo dedicado à Kethleen, ou Kit-Kat como prefiro chamar! :D Obrigada por estar aqui linda, mesmo quietinha mas já é muito importante! ❤️

Enjoy yourself
&
Degustem! 🤓📚
 
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Terça-feira

(3:02 pm)

  

— Richie, está tudo bem com você gatinho?

Ele saiu dos devaneios quando sua tia chamou sua atenção, eles estão na sala assistindo um filme, ela havia feito pipoca, porém ele quase não tocou na mesma, nem estava prestando atenção no filme, olhava fixamente para outro ponto em específico, deixando que sua mente se perdesse pelo chamado “vale da estranheza” no cérebro.

— Hm? — retorna quando ela lhe chama pela segunda vez — O quê? Sim, eu tô. Por quê? – Questiona de volta.

— Não sei, tô reparando que você anda muito distraído ultimamente, não saiu mais de casa desde sexta passada, tá todo tempo no mundo da lua, não come direito, o que aconteceu? Algum problema com esses amigos novos que você fez?

Ele balançou a cabeça em negatividade, respondendo quase que de imediato:

— Não, nenhum.

Lembrou que ainda cedo, ele respondeu Stanley sobre seu sumiço, a verdade é que desde a noite no parque, ele tem se sentido estranho consigo mesmo, naquele mesmo dia, Richie voltou pra casa por volta das nove, não estava falando com Gilberto e agradeceu aos deuses por sua tia já ter chegado da confeitaria, recusou mais um convite para jantar com eles, subiu e por lá ficou.

Além de que quando ligou a internet outra vez, viu o cujo comentário que Eddie fez em sua publicação, na verdade o comentário dele, foi uma resposta à sua legenda, que disse o seguinte: “melhor cambada q eu já conheci 😎 (sem ciúmes hein manos do rio)” e ele comentou: “meus besties e meu plebeu favorito 🌞” Embora não tenha sido nada demais, ele sabia que somente Richie entenderia aquele apelido, derivado daquela piada interna que eles agora possuem entre si. Mas ora essa? Desde que quando Richie têm piadas internas com alguém, do qual mal conhece? Desde quando ele e Eddie criaram um laço afetivo, ao ponto de se comunicarem por códigos? apelidos que só eles entendem, piadas que somente para os dois tem graça, e que mais ninguém entende?

A forma que as coisas estavam escalando entre eles, acabou deixando Tozier ainda mais inerte.

E aquela, pode ter sido considerada uma das piores noites de sua vida, por mais que estivesse cansado, não conseguia pregar o olho, sua mente lhe atordoou tanto, que nem quando ele resolveu tomar um banho pra ver se conseguia relaxar e dormir depois — mas que a única coisa que conseguiu foi ficar com frio — ele conseguiu. Rolou de um lado para o outro, a mente bombardeada de pensamentos, revivia os momentos no parque o tempo inteiro e o que era pra ser bom, se tornou uma tortura, ainda que tenha sido bom, a balbúrdia em sua mente só fazia ele ficar mais estranho ainda, consigo mesmo.

Voltou a sentir aquele mesmo sentimento de “culpa” que sentiu, quando tinha dezesseis anos, idependente de saber que não estava fazendo nada de errado, mas seu medo apenas aumentou, ao ponto dele sentir um grande peso na consciência; pensou em seus pais, isso lhe deixou duas vezes pior, mesmo tendo ciência de que tem todo o apoio de sua mãe, mas não sabe como seria a reação do pai ao saber daquilo, Tozier pensa que: sempre teve uma ótima relação com Wentworth, eles sempre foram mais que pai e filho, eram amigos, parceiros e, pensar que isso pode mudar algum dia por conta de uma questão em específico, faz o medo só crescer. Por que se sentia tão errado? Por que tinha tanto medo? Se perguntar essas coisas não ajudou em absolutamente nada, tudo que conseguiu fazer, foi fechar os olhos e deixar a angústia pela incerteza, tomar conta de si.