Fico observando ela durante todo o trajeto, está em total silêncio tirando as lágrimas que derramou ao abraçar a Madre Olinda ela está calma, isso me confunde se fosse outra pessoa estaria esperneando, gritando, me chamando de louco e um pouco mais.
Demétrio: Não está com medo do que pode lhe acontecer?
Angelina: Não!
Demétrio: E de mim?
Angelina: O que tem o senhor?
Demétrio: Não está com medo de mim?
Angelina: Deveria?
Demétrio: Não tens noção o quanto.
Ela volta a encarar a estrada sem falar mais nada, sua expressão demonstra curiosidade, entender o que está acontecendo mas não lhe daria o gosto de saber o quanto me afeta.
Chegando em casa passo direto indo em direção ao galpão a pego pelo braço leva do para o porão, úmido, fedido cheio de restos de sangue, pedaços de pessoas mutiladas, entre muito mais, deixava aquele lugar assim para quem entrasse ali soubesse que jamais sairia, uma verdadeira cena de terror.
Os olhos de Angelina corria por todo o local, entro numa cela com ela e a prendo de em pé numa parede.
Demétrio: Ficará aqui sem água e comida até que eu decida quando deve comer.
Angelina: Não entendo o que fiz para o senhor fazer isso, se foi por causa de ontem, lhe peço desculpas por me
atirar na frente do carro pra pegar o gatinho.Demétrio: Você tem noção de que está num porão de tortura?
Angelina: Sim mas não vejo o porquê do senhor querer me castigar.
Demétrio: Porra garota como você pode me olhar assim e me dizer isso?
Vejo seus olhos nos meus sem desviar, calmos como se não ouvesse realmente algo a temer ali, sou um maldito traficante, mafioso mato apenas por olharem demais para mim e agora com essa figura miúda na minha frente estou sem ação.
Dou um tapa na sua cara com a costa da mão que faz ela revirar o rosto, um fio de sangue saí pelo canto.
Demétrio: Vou fazer você me temer!
Angelina me olha com seus olhos profundo, nem mesmo depois do tapa que lhe dei ela esboça um sinal de medo, pavor não é possível!
Aquilo me deixa mais frustado ainda pois quero machucar muito ela, quero tirar de mim esse sentimento de fraqueza do qual eu sinto sob seus olhos e irei fazer isso nem que para isso tenha que matar ela.
Saio mais puto ainda do que quando entrei e não é só o fato dela não me temer tem algo em seus olhos que pedem por mim, essa fragilidade que sinto perto dela, eu tenho que odiar ela.
O amor só destrói não me permitirei amar, isso nunca mais.
A observo por câmeras por dois dias sem comida ou água, hoje ela passou o tempo mais dormindo que acordada sei pois quando dorme solta todo peso em seus braços ficando com a cabeça pendurada, nos momentos de lucidez ela olha por todo o espaço que está há pessoa sendo torturada na cela ao lado que os separa apenas uma parede ela direciona o olhar para onde vem o barulho vejo que ela tenta entender o que falam, ela observa o entrar e sair de pessoas mas sua expressão continua a mesma sem medo como isso, como não teme o que lhe reservo?
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Como destruir um Anjo?
Kısa HikayeAngelina foi deixado na porta do orfanato ainda bebê, a madre que lhe acolheu naquele noite fria a chuvosa se apaixonou por seu olhar inocente que mesmo estando naquela situação lhe esboçou o mais belo sorriso. Criada ali em meio a tantas crianças q...