If Our Love Is Wrong

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Natasha Romanoff se aproximou dos elevadores fingindo que sua vida estava perfeitamente bem, calma e feliz. Afinal, possuía um bom emprego na Companhia Karl Zor-El, uma empresa em ascensão de Chicago.

Amava seu trabalho, tinha uma família maravilhosa, o dia estava ensolarado e... e naquela manhã havia feito um teste de gravidez de farmácia. A porta do elevador abriu-se e como ela não fez nenhuma menção de entrar, alguém a empurrou de maneira pouco gentil.

— Vamos, madame... Tenho entregas urgentes a fazer.
— Oh, desculpe-me.

Murmurou, afastando-se para o lado.

— Pode ir. Vou no próximo.

O mensageiro entrou no elevador acompanhado de um pequeno grupo de pessoas. Vendo que Natasha continuava parada, convidou.

— Vamos, ainda tem espaço suficiente.
— Não! Não, eu... Eu não posso.

Involuntariamente, deu um passo para trás. O homem a olhou como se ela fosse louca.

Talvez fosse.

Não haviam muitas pessoas sãs que poderiam contar que engravidaram em um elevador. Naquele elevador.

O elevador fechou e Natasha fitou sua imagem nas portas espelhadas. Não parecia uma mulher vulgar.

Estava usando um blazer cinza, conservador, sobre uma blusa de seda abotoada até o pescoço. A saia era justa, mas abaixo dos joelhos.

Os sapatos eram de salto baixo.

Não estava tentando chamar a atenção dos homens. Como também não estivera tentando dois meses atrás.

Estava atrasada para o trabalho. Também, pudera, depois de uma manhã onde tudo havia acontecido da pior maneira possível, tinha certeza de que nada mais poderia surpreendê-la. Odiava elevadores, mas não poderia ir de escada até o décimo sexto andar. Tudo bem que gostava de fazer exercícios, mas não era louca.

As portas do outro elevador abriram-se.

Ela respirou fundo e entrou, cruzando os braços sobre o peito assim ninguém notaria o tremor de suas mãos. Encostou contra a parede e fechou os olhos.

O rosto de Steve encheu seus pensamentos, porém naquele momento aquilo não teve um efeito calmante. Seus olhos se encheram de lágrimas. Então ela os abriu e piscou diversas vezes, tentando dissipá-las.

Não queria começar a chorar.

Quando a porta se abriu no seu andar, Natasha saiu rapidamente do elevador. Esboçando um sorriso, cumprimentou os colegas e apressou-se para sua escrivaninha.

Sentia-se mais segura, atrás de sua mesa.

Era como se ninguém pudesse ver que estava grávida... ainda, a primeira coisa que tinha a fazer, de qualquer forma, era marcar uma consulta médica.

Após acomodar-se à mesa, pegou o telefone, ligou para o consultório médico e marcou a consulta para o dia seguinte, às nove horas da manhã. Pelo menos daquela pequena tarefa, já havia cuidado.

Então entrou no escritório de seu chefe.

Nick Fury era a coisa mais perto da figura paterna que Natasha tivera desde que seu pai abandonara sua mãe com cinco filhos. Ela era a mais velha.

Com o trabalho duro de sua mãe e sua própria contribuição, começando quando ela arranjou um emprego de meio período aos quatorze anos, todos os seus irmãos tinham conseguido estudar. Por tudo isso, ela procurava lembrar-se todos os dias de que os homens, ou pelo menos a maioria deles, não eram confiáveis.

Touched On EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora