𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐇𝐞𝐫𝐞, sᴀɴᴢᴜ ʜᴀʀᴜᴄʜɪʏᴏ

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

━━━━━• POV [nome] •━━━━━

Os dias se passam, é como se aquele inconveniente com a gangue bonten nunca tivesse acontecido, além do fato de eu permanecer pensando no rosto daqueles garotos. Passei alguns dias sobrevivendo com palavras básicas ao lado de Rindou, dois orgulhosos, até decidirmos que em uma terça-feira qualquer, as coisas estariam como antes e nossa relação permanecesse a mesma. Estou na universidade em uma sexta de manhã, assistindo pela janela duas garotas passando com braços laçados uma na outra, aquilo me dói de forma física, um tanto saudosa. Minha mão balançava batendo a ponta da caneta contra o tablet, acredito que aquilo irritou meu colega de turma, pois segura minha mão impedindo de continuar. Me viro a ele, Naoto Tachibana, está no mesmo curso e período que eu, mas diferenciado pelo fato de estar no curso por simplesmente desejar ser aquilo. Naoto usa camisa social azulada por baixo da jaqueta preta com capuz grande, anda normalmente arrumado como o filho mimado de alguém importante, o que não podemos negar de fato ser.

Quando o horário bate, todos se levantam das carteiras fazendo barulho, enquanto eu tomo o tempo para respirar aliviada por ter finalmente chegado ao fim. Sem pressa guardo o material na mochila juntamente a Naoto, para sairmos juntos. A verdade é que nessa universidade as pessoas especulam sobre o nome de minha família, então digamos que não sei me aproximar bem deles, normalmente fico sozinha quando Naoto tem compromissos. Ao colocar a mochila sobre as costas, reparo em umas garotas fofocando no canto da sala, sem disfarçar que o assunto sou eu. Chamando atenção Naoto bate contra uma mecha de meu cabelo e inclina a cabeça em direção a porta, mas no caminho somos abordadas pelas mesmas figuras de antes. Uma delas falam

- Vocês vão ir para a festa, essa noite? Quer dizer, devem ter visto as publicações no insta do pessoal, vai ser uma loucura - Eu sei a festa que está falando, diferente de Naoto que aparenta estar perdido com o assunto. Os olhos da garota correm de cima abaixo sobre meu corpo, me fazendo se sentir exposta de mais, mesmo com camada dupla de blusas - É melhor levar roupa de banho, bonequinha

- Estamos entrando no inverno - Naoto retruca, mas a garota não faz nada além de sorrir e se afastar. Tomamos uns segundos para respirar, então retornamos a caminhar em direção ao estacionamento do campus onde deixei meu carro. Pelo caminho o único assunto tocado é sobre o colega de estágio novo de Naoto, que parece ser um mimado e vive se achando deus, segundo as palavras do outro. Não contei a ele sobre as visitas da gangue tenjiku, imagino Naoto caindo duro no chão após os primeiros minutos de confissão. Quando perto do carro, sorrio avistando Hina digitando freneticamente no celular, a expressão é fechada demonstrando raiva.

- Bom dia - Falo chamando atenção, o que funciona, pois desliga o aparelho e guarda no bolso

- Por que ainda insisto em estar namorando? - Questiona irritada enquanto eu abro o carro para que possam entrar. Deixo uma risada sutil, como se estivesse prestes a falar uma loucura