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━━━━━• POV [nome] •━━━━━
- [Nome], precisa de ajuda? - Perdi a conta de quantas vezes Haruchiyo perguntou isso, desde que chegou a duas horas atrás em casa. Fiquei acordada a noite inteira esperando por ele, para conseguir aproveitar um pouco do tempo, sozinhos dentro de minha casa. Não preciso usar das palavras para ele saber a resposta decorada. Anda mais ansioso que o comum, talvez seja algo envolvendo o trabalho, duvido muito. Jogando chocolate acima de morangos, acomodamos juntos no sofá, na companhia de algum filme aleatório que encontrei na TV.
O tempo corre, quando na metade o chocolate com morango já acabou. Estou deitada no sofá, com a cabeça acomodada em sua perna, enquanto acaricia meu cabelo. O filme é triste, tanto que acabo soltando algumas lágrimas, destruída por algo fictício.
- Ei, anjinho? Tá chorando - Limpo o canto do olho, mas só serve de gatilho para chorar ainda mais, molhando suas coxas. Fica alguns segundos em silêncio, usando o dedo polegar para acaricio a maçã do rosto, me assistindo assistir - [Nome]?
- O que foi? - Movimento o corpo deixando a cabeça virada para cima, assistindo seus olhos azulados com atenção. Morde o canto do lábio, com receio de continuar a conversa
- Você está grávida? - Franzo o cenho confusa, por alguns segundos me questionando se estou grávida, o que sem dúvida não estou. Após o choque, dou risada pela pergunta aleatória - Estou perguntando sério
- Não, óbvio que não
- Ah, isso é maravilhoso - A mão inteira desce contra meu rosto, quase alcançando a orelha
- Menstruei hoje cedo, relaxa - O corpo alheio estica contra o meu, deitando a cabeça contra minha cintura, enquanto usa a mão para acariciar o ventre. Sua voz é fraca enquanto questiona
- Faria comigo?
- Um filho? - Seu silêncio explica que sim. Penso sobre isso, ter um filho nunca foi algo que pensei muito afundo, tive outras metas distintas em minha vida - Teria. Não tão cedo, mas eu teria
- Mesmo eu sendo assim? - O tom de sua voz arrasa meu coração, estilhaçando em mil partes. Puxo pela camisa, obrigando a deitar ao meu lado do sofá, compartilhando o pequeno espaço. Agora de frente ao outro, podemos ter uma conversa mais formal. Não precisa estudar muito Haru para saber que está incomodado com algo, mexendo os brincos na orelha a todo instante - Preciso saber o quanto você deseja partilhar uma vida comigo
- Haru, que está acontecendo?
- Eu... estou com medo de contar. Lembra quando disse que estava sem grana? - Balanço a cabeça concordando, ele desvia o olhar em reação - Eu gastei com algumas drogas. Sei que pode parecer estranho, mas mesmo fazendo parte da gangue, não posso só adquirir as drogas de graça. Mikey e seus irmãos impediram as vendas por fora, só que ainda consigo dar uns pulos, com isso o valor fica mais pesado que normal - Não quero expor uma expressão ruim ou fazer ele recuar, mas talvez seja impossível. Imaginava que isso estava acontecendo, e escutando em voz alta se torna mais real que antes. Sento no sofá, começando a ficar inquieta
