𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟎

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Havia se passado alguns dias, após o incidente no centro de Tokyo

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Havia se passado alguns dias, após o incidente no centro de Tokyo. Como esperado, fui convidada para milhares de depoimentos onde tive de fazer o quê aprendi durante a vida, mentir, mentir e mentir mais. Talvez eu não tenho convencido, mas ao menos estou solta sem alegação de acobertar os garotos, o que de fato não estava fazendo. Durante esses dias, após ter cuidado de Rindou, Kaku e Sanzu que estavam mais machucados, tive de me distanciar. Decidi voltar para minha casa em Kyoto, mesmo que a bolsa tenha encerrado e eu ainda não pedi transferência, o que talvez não faça, ainda não vendemos a casa.

Foi solitário, mesmo que eu não tenha ficado sozinha, pois Senju decidiu me fazer companhia. É só que, com os garotos é diferente, talvez seja uma bagunça da qual estou acostumada, apenas não igual a Senju. Gostava de ficar com ela, estava abalada de início, então foi difícil ter uma conversa tão duradoura. Quando ela conseguiu se adaptar ao ambiente, conseguimos conversar durante a madrugada inteira sobre pontos aleatórios de sua vida. Ela contou a origem das cicatrizes de Haru, sendo o mesmo motivos por acabarem serem distantes, isso me fez se sentir invadindo o espaço pessoal dele, infelizmente.

Estava apenas frio nessa manhã, sem neve, vento, apenas escuro e extremamente frio. Senju dormia no sofá ao lado, coberta e encolhida, tínhamos passado a noite maratonando "yellowjacketes" no cômodo. Diferente dela, não consegui pregar meus olhos. Encarava a janela, enquanto uma saudade angustiante queimava no peito. Pensava em Haru, como ele estava, o que fazia. Lembro então da carta enviada por Mikey, então preciso reunir coragem para buscá-la e retornar a sentar. Viajo imaginando Mikey sentado em algum lugar e digitando cada palavra, isso não fazia muito o estilo dele, mas talvez tenha aberto exceções neste dia

"Eu sei, [nome]. Reconheço os erros que, de alguma forma, fiz durante todo essa trajetória,  criando e cultivando seu odio por mim. Talvez tenha sido o recrutamento precoce de meus irmãos, a perda irreparável da Emma, ou o peso de testemunhar a dor de alguém a quem machuquei, todo o seu odio é compreensível. As minha própria incapacidade ecoam em cada lembrança, sempre foi tudo que consegui pensar. Não sou nem mesmo capaz de corresponder a quaisquer sentimentos, a dor se tornou um fardo que mal consigo carregar. Acho que sou um vulcão, incapaz de sentir até mesmo o ódio alheio que, eu sei, eu mereço. Desde que ela se foi todos os dias são escuros, não consigo sentir absolutamente nada, nem mesmo te odiar de modo recíproco. 
Escrevendo essa carta percebo algo, dentro de mim, ainda existe aquela criança que buscava desesperadamente o consolo de meus irmãos, mas fui roubado. Sabe, poderia enviar isso a qualquer um, mas acredito que ninguém iria me compreender como você. Admiro tua capacidade de amar e ser amada, uma reciprocidade que, talvez, eu só possa vislumbrar como um átomo distante.
Estou finalizando aqui, tanto as palavras quanto a vida, então irei passar as orientações. Consegui limpar a barra dos garotos em outros países, graças a alguns contatos que fiz, não me saiu barato. Isso não significa estarem imunes de perigo, apenas que um policial não vai encontrar absolutamente nada sobre eles em seus históricos. Também deixei os estoques de tráfico nas mãos de outra gangue, sei que odiou essa parte, mas o país é movido por algumas dessas coisas. Nunca utilizei o dinheiro que recebi durante esses anos, pois não tinha valor a mim, então estou transferido a você provavelmente está na conta nessa altura. Por fim, com a Bonten sem um líder oficial, deixo a Haruchiyo e Kakucho decidirem continuar, ou simplesmente romper a linha construída nesses anos, ninguém pode interferir.
Por último, quero agradecer, acho que a gangue não ficaria me melhores mãos que a sua. Obrigado por me ter feito sorrir, os músculos da face já estavam paralisados a anos. Viva, [nome] Haitani"

𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐇𝐞𝐫𝐞, sᴀɴᴢᴜ ʜᴀʀᴜᴄʜɪʏᴏ Onde histórias criam vida. Descubra agora