𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐇𝐞𝐫𝐞, sᴀɴᴢᴜ ʜᴀʀᴜᴄʜɪʏᴏ

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟏

━━━━━• POV [nome] •━━━━━

As semanas se passaram e, entre discussões e desentendimentos, fiz minha escolha com base nas ideias dos garotos. Aceitei a proposta do reitor, mas não iria morar no campus da faculdade, escolhendo uma casa perto o suficiente para caminhar. Eu iria ficar longe dos meus irmãos mais uma vez, isso já aconteceu antes, porém, a realidade parecia não estar caindo sobre nossas mentes. O dia antes de ir, arrumei as malas com ajuda deles, selecionando o suficiente até minha próxima visita. Foram muitas malas, de verdade, torço apenas para meu carro suportar tudo. O clima na casa é arrepiante, um silêncio sem fim, dando espaço ao medo.

Na manhã, por volta das cinco da madrugada, visto roupas quentes o suficiente para suportar a viagem. Ran se enfia na cozinha preparando alguma bebida quente, mas todos sabíamos estar se distanciando de lidar com isso. Rindou ficou ao meu lado no quarto, sentando na cama assistindo a cada movimento. Ele não precisava falar para saber estar extremamente preocupado, além de saudoso antes do tempo. Amarro o cabelo, algo não muito trabalhado, apenas para o hidratante no rosto secar sem trabalho. Sento ao lado dele, então entrelaço os dedos frios, assim como os meus.

- Não estou indo embora, é apenas um semestre

- Vai ficar sozinha - Ele murmura, não tentando jogar na minha cara, mas se sentindo culpado em saber que ele ainda tem Ran. Deita a lateral da cabeça contra meu ombro, deixando os dedos livres acariciar seus fios de cabelo. Lembro de quando éramos crianças, Rindou sempre me acalmando após se assustar... Céus, crescer é a coisa mais apavorante que já senti.

Crescer sempre foi assustador, mas agora parece ainda mais. Grande o suficiente para tomar decisões, nova suficiente para ter experiências. Você tem tempo o suficiente, mas na sua mente não, está atrasada para algo que não sabe onde ou como é. Isso é assustador, o fato de poder tomar escolhas que realmente podem ter impactos significativos em sua vida. Você não pode ser todas as profissões em simultâneo! Você não pode ler todos os livros do mundo! Você não pode experimentar de todas as artes, temperos, línguas vivas ou mortas! Tudo isso é óbvio, porém, mais reais quando realmente se dá conta de não poder... Sinceramente, estou tão desesperada que escolheria explodir minha cabeça que lidar com tudo isso.

- Sabe onde me encontrar - Ele diz - Sempre vou estar aqui - Todos sabem que isso não é real. Eu vou ter que lidar com toda essa pressão sozinha, eu por eu, sem ter o colo de meus irmãos para chorar quando pesado de mais. Que porra de decisão é essa? Ran surge na porta, entregando um copo daqueles lacrados, feitos para levar de viagem. Todos se levantam, carregando as últimas malas até o carro.

Quando no lado de fora, noto começar a nevar, aliviada por escolher blusas quentes. Nossos passos são paralisados em reação da quarta figura no lado externo da casa, com roupas não apropriadas para o clima. Sanzu, com bochechas coradas e mãos nos bolsos da calça, me encarando como uma miragem. Enquanto meus irmãos arrumam o carro, literalmente ao lado, assisto a fumaça da respiração de Haru subir em forma de fumaça. Esta com frio, noto pelo corpo trêmulo, mas nem se eu tentasse ele iria embora. É nossa primeira vez se encontrando depois de semanas longe