Mudança

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Izuku bateu na porta do apartamento onde vivia com sua mãe, Inko.

A porta, então, se abriu com um rangido.

— Filho! Finalmente você chegou! Já estava ficando preocupada. – Disse ela sorrindo ao vê-lo.

— Oi... Mãe... – Disse o rapaz, encabulado, sem olhar nos olhos dela.

— E... Quem é esse? – Perguntou quando notou a presença do homem de cabelos vermelhos parado ao lado do filho.

— Oi, Dona Midoriya! Sou Eijirou Kirishima, amigo do Izuku. É muito bom poder conhecê-la! – Disse o ruivo, cumprimentando-a com seu grande sorriso.

O rapaz observou ambos com atenção e ficou impressionado com a semelhança. Izuku era a cópia de Inko. Ambos tinham a pele clara cheia de sardas, o mesmo jeitinho tímido e a característica mais marcante: seus grandes olhos inocentes, verde esmeralda.

— Amigo? Mas... Izuku nunca me falou sobre você antes. – Ela começou a encará-los, confusa.

— É p-porque ele não é bem um amigo... – O esmeraldino começou a se justificar, porém notou que a frase que acabara de falar poderia ser interpretada de outra forma... – Q-QUER DIZER... E-ele foi meu colega de turma na escola. Só isso.

— Pois é... Ainda bem que o destino cruzou nossos caminhos de novo! Fiquei feliz por ter te reencontrado depois de tanto tempo. – Eijirou disse, lhe abraçando de lado com um dos braços sobre seus ombros. Depois o encarou com um sorriso cínico, pois sabia que o rapaz não teria coragem de insultá-lo na frente da própria mãe. – Aliás, que cheirinho bom é esse?

— Ah! São os biscoitos que acabei de tirar do forno. – Disse Inko. – Venham! Podem entrar!

Os dois adentraram o apartamento seguindo a humilde senhora.

Eijirou notou que o apartamento era bem simples, porém confortável, bem limpo e organizado. Inko era uma mãe caprichosa, ele concluiu. Ainda mais com aquele cheirinho de biscoitos no ar, que fez sua boca salivar automaticamente.

Os rapazes se sentaram na mesa da cozinha. Dessa vez um ao lado do outro.

Inko colocou o prato de biscoitos com gotas de chocolate na frente deles.

— Parecem estar deliciosos! – Eijirou disse. E estavam mesmo.

— E então... Como foi a entrevista, filho? – A senhora perguntou, se sentando na mesa, em frente aos dois.

Izuku estremeceu. Trocou olhares com o ruivo. O momento que mais temia infelizmente havia chegado.

Durante o caminho todo ele pensou no que poderia dizer, entretanto não conseguiu se concentrar. Seus pensamentos estavam em conflito.

Porém, naquele pequeno instante, o esmeraldino estava se sentindo calmo e tranquilo. Não por ter que mentir para ela, claro, mas porque tinha que aproveitar aquele cheiro e o sabor dos deliciosos biscoitos que sua mãe fez com tanto amor, enquanto ouvia o som da TV de fundo, pois estava passando a reprise da novela favorita de Inko, que ele via junto de vez em quando também.

De repente, se lembrou de quando era criança...

Estava vendo desenho animado, deitado no chão, na frente da TV. O cheiro de biscoitos recém assados se espalhava pela casa.

Sua mãe pegou o controle que estava no sofá e trocou de canal. Izuku lembra de ter feito birra, mas ela logo o agradou com os biscoitos e um copo de leite.

A abertura da novela começou com uma música animada e Inko se sentou no sofá para assistir. O esmeraldino se sentou ao seu lado, impressionado com os efeitos especiais (que hoje em dia não eram mais tão bons assim).

Imprevisível Destino (KiriDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora