Imprevisível Destino (KiriDeku)

Uma ligação importante (parte 2)

— S-será que... – Eijirou disse, com o coração a mil.

— Atende! Atende! – Izuku se aproximou dele, ansioso.

O ruivo colocou a mão no bolso e lentamente retirou o celular, criando um pouco de suspense. Com cautela, olhou para a tela do objeto e se deparou com o contato que estava ligando...

— Ah... É a minha mãe. – Disse, decepcionado.

Izuku apertou o ombro do rapaz para confortá-lo.

Eijirou, então, atendeu a ligação.

— Oi, mãe... – Disse, em um tom monótono. – N-não, é que estava esperando outra pessoa ligar... – Ficou um tempo em silêncio esperando sua mãe falar. – O que? Ah! B-bom, sim... – Mais uma vez ficou em silêncio. Depois, trocou olhares com o esmeraldino. – V-vocês... Querem conhecê-lo? – Riu de nervoso. – T-tá bem... Pode ser... Tchau.

Após desligar o celular, encarou o outro rapaz...

— P-parece que a Ash falou pras minhas mãe que a gente tá... Namorado. – Eijirou coçou a nuca, com o rosto levemente vermelho. – E agora elas querem te conhecer.

Izuku fechou e olhos e respirou fundo, se encostando na geladeira.

— Desculpa ter te enfiado nessa enrascada. – Eijirou disse, quebrando o silêncio que se apossou do ambiente, após ver que o esmeraldino não havia gostado nada da notícia.

— Tá tudo bem.

— Não, não está! Se estivesse tudo bem você não estaria desse jeito. Isso é tudo culpa minha. Me desculpa. – Eijirou disse, cabisbaixo e fazendo biquinho.

Está certo que Izuku não estava feliz em saber que teria que fingir ser o "namorado oficial" do ruivo de novo, mas vê-lo se culpar daquele jeito machucava seu coração. Fazia exatamente uma semana desde que se conheceram e já havia criado certa simpatia pelo rapaz. Claro que também não negava o fato de tê-lo culpado por ser o principal causador dos problemas que estavam surgindo em sua vida e tudo porque, inconscientemente, acabou associando a imagem do rapaz ao homem com quem Mei, sua ex namorada, o traiu. Naturalmente, já que um deles roubou sua namorada e o outro (Eijirou) roubou a sua paz. A única diferença era que o ruivo não tinha culpa nenhuma na questão da ligação que tinham entre si. Neste caso, era tão vítima quanto Izuku.

Além disso, o ruivo só havia criado o boato de estarem namorando apenas por estar com raiva do esmeraldino, então, tecnicamente, o culpado era ele. Portanto, o que restava para Izuku era arcar com as consequências...

— Está tudo bem. Não foi culpa sua. A culpa foi minha por não ter te respeitado. De qualquer jeito, acho que todos iriam desconfiar se te vissem andando comigo por aí o tempo todo, me carregando pra cima e pra baixo.

— Bem, i-isso é... Mas eu também te desrespeitei com essa mentira. Não foi nada másculo da minha parte.

— Se a gente continuar assim, vamos ficar o dia todo nos culpando. É melhor aceitarmos. Não temos muito o que fazer.

— Não... Está bravo comigo?

— Com você, não. Estou bravo com a situação em que estamos. Já faz uma semana desde que o universo, ou seja lá o que for, resolveu de obrigar a gente a viver juntos, sabe-se lá o porquê ou por mais quanto tempo vamos ter que ficar assim... – Izuku suspirou. – Só queria que acabasse logo.

Eijirou tentou disfarçar, mas ficou bem chateado com a fala do esmeraldino. Porém, ele não estava errado. Estavam sendo obrigados a ficarem juntos. No entanto, para o ruivo, deveria existir um propósito para este fenômeno. Um motivo que eles ainda não conseguiam entender muito bem, mas que, futuramente, iriam. Talvez fosse só questão de tempo ou, quem sabe, pudessem receber um novo "sinal cósmico" a qualquer momento para saber.