Imprevisível Destino (KiriDeku)

Coração partido

Eijirou chorou muito durante a noite. Tanto que só conseguiu pegar no sono quando já estava perto do amanhecer. E, nisso, acabou tendo um sonho...

Era um soldado outra vez. Estava correndo no meio de uma floresta junto com alguns de seus companheiros. De repente, ouviu o barulho de tiros vindos por de trás de suas costas. Alguns homens do seu grupo retribuiam, mirando e atirando com seus rifles na direção deles, mas logo continuavam a correr para escapar.

Eijirou corria o mais rápido que podia, sem parar. Não queria olhar para trás. Estava com medo. Sabia que estava sendo perseguido pelos inimigos, mas por mais que soubesse que poderia morrer a qualquer momento, ainda não queria.

Por isso continuou a correr. Já estava afobado, com dificuldade para respirar. Até que ouviu alguém gritar. Ao olhar para trás viu que Midoriya estava carregando o corpo de um outro soldado que havia levado um tiro na perna. Kirishima congelou no lugar. Entrou em pânico. Não sabia se continuava correndo ou se o ajudava. Não queria morrer, mas também não queria ver nenhum dos seus morrerem. Muito menos ele. Então o esmeraldino o encarou. "Fuja!" Ele disse. Ou pelo menos foi isso o que Kirishima conseguiu entender por leitura labial.

Mas os inimigos estavam cada vez mais próximos. Não podia ficar parado. Tinha que fazer alguma coisa. Mas não conseguia. Seu corpo parecia ter congelado. Não movia um músculo sequer. Mas em questão de segundos Midoriya já estava se aproximando. E conforme foi se aproximando percebeu que quem o esmeraldino carregava era Bakugou.

— Kirishima, o que está fazendo parado, aí? Saí daqui! Temos que fugir! – Midoriya disse com pavor estampado em seus olhos verdes esmeralda.

Kirishima tremia. Estava com tanto medo. Porém, notou que Midoriya estava com dificuldade para carregar Bakugou sozinho. Então, com muito esforço resolveu ajudá-lo.

— O-o que está... 

— Não posso deixar vocês aqui. Se eu fugir... Só serei um covarde... – Disse Kirishima interrompendo o esmeraldino, colocando o braço livre de Bakugou sobre seus ombros para servir de apoio a ele. – Agora, vamos!

— E-ei! O que pensam que estão fazendo? Por que estão me ajudan... – Bakugou não teve tempo de terminar sua frase, pois uma granada foi jogada bem próximo de onde estavam.

Midoriya e Kirishima se apressaram com Bakugou até chegarem nas trincheiras.

Enquanto o esmeraldino rasgava um pedaço de roupa de um soldado já abatido para estancar o sangramento do loiro, Kirishima atirava com sua espingarda. No que Midoriya apertou o nó do tecido bem forte na perna de Bakugou, ele gemeu de dor, mas mesmo assim pegou uma granada de seu sinto, tirou o pino e jogou nos inimigos. Jogou outra e mais outra. Ele realmente tinha uma boa mira. Então os reforços chegaram. Várias caminhonetes lotadas de soldados aliados. Kirishima, Midoriya e Bakugou e alguns outros de seu grupo que sobreviveram estavam a salvo.

Então o sonho mudou. Dessa vez Kirishima estava numa tenda ao lado de Bakugou. Ele estava deitado numa maca com a perna enfaixada no lugar onde havia levado o tiro. 

— Por que ele fez isso? – O loiro questionou, mas parecia ter sido mais para si mesmo do que para Kirishima. – Por que aquele maldito me ajudou?

Eijirou, que estava com uma faixa no braço também pelo tiro de raspão que levou, o encarou confuso.

De repente o esmeraldino entrou na tenda.

— Você está bem? – Perguntou para Bakugou.

— É claro que não, idiota. Eu levei um tiro na perna... – Bufou impaciente. – Mas quero saber por que você quis bancar o herói, hã?