Imprevisível Destino (KiriDeku)

Os amigos de Eijirou (parte 1)

Eijirou estava sentado em uma mesa grande e luxuosa de madeira maciça escura. Logo a sua frente havia um prato chique de costeletas de porco, com talheres de prata ao lado e duas taças, uma com água e outra com vinho.

Mas a mesa não era a única coisa luxuosa do ambiente. As paredes também eram, possuindo detalhes de arabescos em auto relevo nas colunas, com quadros e tapeçarias de veludo enfeitando o local. Em um dos quadros, bem a frente da direção de Eijirou, havia uma pintura dele próprio com uma expressão séria e seus cabelos longos e negros estavam amarrados em um rabo de cavalo. Usava uma armadura prateada com um dragão em alto relevo em seu peito, uma capa vermelho vivo e também segurava uma espada apontada para o chão.

— Gostaria de falar comigo, Vossa Majestade? – Uma voz familiar disse, pegando Eijirou de surpresa.

Olhando ao redor, o rapaz notou a presença de alguns mordomos e empregados, mas a voz familiar que Eijirou havia escutado pertencia a um certo rapaz da sua idade, que, diferente dos mordomos e empregados, utilizava vestes com as cores verdes iguais aos seus tão familiares olhos esmeralda.

— Sim, por favor. Sente-se comigo à mesa. – Disse, apontando para o lugar ao seu lado direito, onde um mordomo veio e puxou a cadeira para o rapaz se sentar.

— N-não sei se sou digno de me sentar junto ao rei. – Respondeu.

— Ora, vamos! Você é muito mais do que digno, Izuku. Não foi a toa que te escolhi como meu conselheiro real.

O rapaz exitou, mas lentamente caminhou até o lugar ao qual o rei indicou. Seus passos faziam eco ao pisar no chão de mármore.

Um outro mordomo veio e colocou outro prato na mesa, em frente a Izuku, além de uma taça de água e uma de vinho.

— Pedi para que fizessem essas costeletas de porco especialmente pra você. Soube que é o seu prato favorito.

— É... Muita gentileza sua, Majestade. – O jovem conselheiro disse. – Sobre o que gostaria de falar comigo?

— Gostaria de conversar a sós com Izuku. Por favor, todos já podem se retirar. – Eijirou ordenou.

— Sim, Vossa Majestade. – Todos os mordomos e empregados disseram, se retirando do local, deixando apenas o jovem conselheiro e o jovem rei tendo sua refeição a mesa.

— E então? – Izuku perguntou.

— Não vai provar o seu prato primeiro? – Eijirou disse, cortando um pedaço de costeleta de porco e o colocando na boca, se deliciando com o sabor divino da carne.

Izuku novamente exitou, mas, com cuidado, cortou um pedaço da costeleta e colocou-o em sua boca, mastigando lentamente e saboreando sua suculência.

E para o jovem rei a graça do outro rapaz era digno de realeza. Vê-lo comer com toda sua elegância e delicadeza era hipnotizante. Poderia passar horas e horas o assistindo mastigar cada pedaço daquelas costeletas de porco.

— Está realmente muito bom. Vou parabenizar o chefe pessoalmente após terminar. Mas sobre o que quer falar?

O jovem rei ficou em silêncio por alguns minutos, sem saber como abordar o assunto.

— É sobre o casamento, não é? – O jovem conselheiro disse.

— S-sim... Como já deve saber, o casamento é pra daqui a alguns dias... M-mas...

— Mas?

— Não teria como adiar por mais uns dias?

— Desculpe-me, Vossa Majestade, mas os preparativos para o casamento já estão quase prontos. Não podemos adiar mais. A futura rainha já está ficando ansiosa.