O apartamento de Eijirou

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Após um longo banho (por ter chorado na maior parte do tempo), Izuku saiu do quarto com sua mala de roupas, carregando com certa dificuldade.

- Deixa que eu te ajudo. - Eijirou imediatamente foi pegando a mala das mãos do outro rapaz, sem dar tempo dele negar. - Caramba! O que você tá levando aqui? Chumbo?

- São só algumas roupas!

Apesar de ter reclamado do peso, o ruivo conseguia erguer a mala com uma mão só, com muita facilidade, quase como se estivesse vazia.

"Exibido." o esmeraldino pensou.

- Aliás, você sente muito frio a noite? - Questionou Eijirou.

- Hã... Por que a pergunta?

- Porque, se sim, é melhor você levar uma coberta pra prevenir. Faz muito frio de noite onde eu moro.

- J-já está indo, filho? - Inko perguntou com tristeza no olhar.

Izuku queria passar mais tempo com ela, mas já estava quase anoitecendo e ele já estava cansado daquele dia que parecia nunca mais ter fim.

Então o rapaz suspirou.

- Sim, mãe. Você vai ficar bem?

- Não precisa se preocupar comigo...

- É claro que preciso. Você sempre se preocupa comigo. - Izuku disse, com seus olhos se enchendo d'água.

- Ah, meu bebê... - Inko o abraçou, chorando. - Vou sentir muitas saudades. Mas Eijirou me prometeu que tomaria conta de você, então vou confiar nele.

A senhora direcionou seu olhar para o ruivo, que apenas assistia a cena. Ele retribuiu seu olhar com um sorriso.

Depois de ficarem um tempo abraçados e chorando um no ombro do outro, a mãe e o filho se soltaram contra a vontade deles.

- Tchau, mãe. - Disse o esmeraldino por fim.

- Tchau, Izuku. Estou muito orgulhosa de você!

Após a porta ser fechada, os dois rapazes começaram a ouvir o choro alto de Inko. O esmeraldino voltou a chorar desesperado (assim como no banho) também.

Mas ele precisava seguir em frente.

...

- Beleza. Chegamos. - Disse Eijirou, abrindo a porta e acendendo a luz do seu apartamento.

Quando Izuku entrou teve um leve estranhamento...

- Onde... Estão as suas coisas? - Ele perguntou.

- Hã? - O ruivo disse, confuso.

- Cadê os seus móveis? Tá tudo vazio!

- Ah! Bom, é que... Bem... - Eijirou tentou pensar numa desculpa.

- Não me diga que você não tem nada?

- Não! É claro que tenho! Tenho o meu colchão, os meus alteres, a geladeira e o fogão velho que minhas mães me deram depois de terem comprado outros novos...

- Mas isso é... É... Inacreditável! - Izuku largou a mala no chão. - Como você se muda assim sem... Sem nada? Por acaso você não pensa antes de tomar qualquer decisão?

- Hmm... - Eijirou colocou uma mão no queixo, como o emoji pensativo. - Não, não. Pensar não é o meu forte.

- Deu pra perceber... - Izuku sussurrou, revirando os olhos.

- Cara, por que pensar nas coisas se você pode simplesmente "fazer acontecer", hein? Qual é! Temos que passar alguns perrengues na vida. Sem isso a gente não amadurece.

Imprevisível Destino (KiriDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora