Entrevista de emprego (parte 3)

145 12 13
                                    

- Não acredito nisso! - Eijirou bradou, após sair do local de onde ele e Izuku haviam acabado de terminar o teste.

- Espera aí! O que foi? - O rapaz de olhos verdes disse, confuso, seguindo o ruivo a passos rápidos tentando o acompanhar.

- Você... - Eijirou se virou para encará-lo. - Você foi incrível! Foi isso que aconteceu... Nem precisou da minha ajuda!

- N-não exagere! Eu só fiz o que o diretor pediu.

- E ele adorou. Não parava de puxar o seu saco por um segundo. Tanto que até se esqueceu de mim. - O ruivo baixou o olhar, chateado. - Não acredito que vou perder o meu papel pra você!

Sim, Eijirou estava irritado com aquela injustiça. Não conseguia entender o porquê dos seus esforços não terem sido recompensados. Havia ensaiado tanto pra, no final, o diretor preferir Izuku, que nem sequer queria atuar.

- Ainda tem mais gente pra fazer esse teste. Não bote a culpa em mim só porque você não passou no papel que você queria! - Izuku disse, tão zangado quanto Eijirou estava. - Além disso, o diretor gostou de você como Ruglius. Então você ainda tem chance de conseguir atuar nessa série.

- É, mas... Eu ouvi quando o diretor disse pra assistente dele que já haviam conseguido o "Esmos perfeito" enquanto te assistia.

- V-você deve ter ouvido errado! E, como eu já disse antes, não bote a culpa em mim... Porque isso tudo é culpa sua!

- Como é que é? - Eijirou se aproximou de Izuku, enfurecido. Seu rosto ficando a apenas centímetros da face do outro rapaz, que recuava tentando se distanciar. Mas o ruivo avançava mais e mais, o encarando bem no fundo de seus olhos esmeralda. - Tá botando a culpa em mim agora, é isso?

- E-exatamente! - O rapaz, então, parou, sem desviar os olhos. Estava começando a suar frio, porém decidiu que não iria se intimidar com aquele homem, mesmo ele tendo quase o dobro do seu tamanho. - Se não fosse por você eu não estaria nesse teste idiota e não teria perdido a minha vaga de emprego!

- Mas foi você quem veio voando pra cima de mim feito um estilingue humano! E aliás, foi você quem roubou a minha vaga de emprego!

- Eu não roubei coisa nenhuma!!! - Izuku aumentou o tom da voz, colocando as mãos na cabeça em descrença.

- Roubou, sim! - O ruivo disse, fazendo beicinho e cruzando os braços.

Então o esmeraldino soltou um riso de escárnio, pois aquele homem era inacreditável.

- Você chama "isso" de emprego? - Izuku debochou.

- E você chama "viver dentro de um escritório minúsculo, com a bunda colada na cadeira, na frente de um computador" de emprego?

- Pelo menos isso eu posso dizer que é um trabalho de verdade! E se você acha que ter uma rotina é algo chato, isso já é um problema seu. Eu gosto de viver assim. Tranquilamente. Gosto de saber o que tenho que fazer, na hora que tenho que fazer, sem nenhuma surpresa tipo essa no caminho! - O rapaz apontou para Eijirou. -  E com esse trabalho eu poderia viver assim. Me esforçar para subir de cargo, juntar dinheiro para me mudar pra uma casa tranquila, num lugar tranquilo e viver uma vida muito mais tranquila. Era isso que eu planejava pro meu futuro... - Os olhos de Izuku começaram a marejar. - Mas agora que você apareceu no meu caminho não consigo mais visualizar isso! Agora não sei mais o que eu vou fazer e eu odeio... ODEIO isso!!!

- O que você tá dizendo? Acha mesmo que viver uma vida chata dessas iria te trazer alguma felicidade?

- SIM! É claro que sim! - Izuku gritou. E quando gritou uma lágrima acabou fugindo de seus olhos, que ele secou rapidamente, com raiva por estar vulnerável na frente daquele brutamontes de cabelos vermelhos.

Imprevisível Destino (KiriDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora