21. Lembrança

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Wangji segurava a mão do marido enquanto caminhava na rua. Sentiu um carro vir depressa em sua direção e recuou numa rapidez que nem mesmo acreditou.

- Ora, cuidado! - Esbravejou. O marido o acalmou. - Wangji, nós estávamos na faixa, esse louco deve estar doido pra levar uma multa.

Wuxian reclamou, cruzando os braços. O carro deu ré. Wuxian não sabia se ficava feliz por que poderia reclamar com ele ou se tinha medo. O vidro da janela do carro desceu devagar, revelando uma figura não esperada por Wuxian.

- Oh! Era você! Sinto muito, eu não o vi.

- Mengyao? O que tá fazendo aqui? - Wuxian descruzou os braços e Lan Wangji segurou um pouco mais forte na mão do marido.

- Suma da nossa frente. - Wangji tinha imenso rancor por aquele homem ter feito seu irmão chorar.

- Não é tão rápido assim. Ainda vamos nos ver por aí. - Guangyao disse, ajeitando os óculos escuros no rosto e dando partida no carro.

- Ele voltou... Será que faria alguma coisa ruim? - Nessa época Wuxian tinha dúvida da índole de Guangyao. Ele já havia traído alguém antes e tinha a fama de ser bem manipulador.

- Espero que ele não tente falar com meu irmão. Desde que ele fique longe, a existência dele não me importa. - Wangji disse e Wuxian sorriu levemente.

- Tem razão. Não quero me preocupar a toa. - Disse, voltando a caminhar com o marido. Mas, na verdade, as palavras de Guangyao ficavam ecoando em sua mente. "Ele pretende nos ver de novo." Pensava.

E realmente foi o que aconteceu. Alguns dias depois, Wuxian tinha sua sacola de compras cheias e voltava pra casa, esperando encontrar seu marido e filho. Isso até que percebesse que alguém o seguia. Mudou a rota algumas vezes, mas a pessoa continuava o seguindo. começou então a apressar seus passos, sabendo que poderia facilmente ser assaltado e sabe-se lá mais o que. Começou a olhar a pessoa pela visão periférica, mas quando se deu conta, a pessoa sumiu dali. sem saber se deveria ficar aliviado ou preocupado, Wuxian continuou seu trajeto, quando uma figura grotesca apareceu em sua frente.

- Deve ser você mesmo. - O homem olhou algo no telefone e depois guardou o aparelho.

- O que você quer? Quem é você, hein? - Wuxian recuou, tentando lembrar se tinha algo nas sacolas que pudesse usar pra se defender.

- Nada pessoal, estou aqui a trabalho. - Dito isso, o homem rapidamente golpeou o Wei no rosto, o fazendo cambalear.

- Merda.. - Wuxian deu outro soco nele, fazendo algumas sacolas rasgarem.

Começaram a brigar enquanto o homem tentava trazer Wuxian até um beco. Já Wuxian, tentava ir até o meio da rua. Foi quando então o homem puxou uma faca e Wuxian pôs todas as sacolas em sua frente, fazendo com que elas fossem rasgadas em seu lugar. Alguns alimentos ali "voaram" e um pedaço de alface caiu sob a face do suposto assassino. Wuxian não conseguia reconhecer sua voz e muito menos seu rosto, já que estava parcialmente coberto.

Só pode perceber que ele tinha uma grande quantidade de cabelos, pois caiu boas mechas por seus ombros durante a luta. Ao ver certa confusão no adversário, Wuxian pegou a pedra mais próxima que havia ali e bateu contra o rosto do mais alto. O maior grunhiu de dor e Wuxian correu, deixando tudo o que tinha comprado espalhado no chão, pois temia mais pela sua vida do que pela sopa que prometeu fazer naquela noite.

Wei Wuxian escutava atento a cada detalhe da história. Quanto mais escutava, mais sua mente parecia a ponto e explodir. Então as coisas que ele vinha sonhando... As sensações de estar em perigo e a preocupação não eram a toa: Ele já sentia isso antes e o subconsciente não esqueceria esses traumas tão rápido.

I'm waiting for youOnde histórias criam vida. Descubra agora